A ONG Save the Children fez levantamento sobre
as condições para a maternidade, comparou fatores como saúde das mães,
mortalidade infantil, educação e salários em 176 países. Os resultados
confirmaram apenas a realidade dos fatos, como a Finlândia figurando no topo da
lista, tendo sido seguida por Suécia e Noruega, enquanto o Brasil ocupa a “honrosa”
78ª posição. Somente haveria justificativa para que o país ostentasse posição
tão inexpressiva se houvesse alguma causa preponderante, como guerra, crises
institucionais, falta de alimentos, precariedade estrutural ou outra
dificuldade que impedisse de a sociedade ser cuidada adequadamente e atendida prioritariamente
nas suas necessidades primordiais, o que não é o caso do Brasil, que possui as
melhores condições para beneficiar seu povo, que vem sendo privado de oferecer
qualidade de vida aos seus filhos. Resta ao governo brasileiro, diante de
tantos resultados negativos sobre a sua atuação, melhorar a sua performance
gerencial, para que as pesquisas de organismos sérios e independentes deixem de
ser tão desastrosas, evitando mostrar as mazelas da sua gestão, não permitindo
que o nome do Brasil figure entre os piores países, tendo em contra que os
levantamentos envolvendo recursos humanos sempre refletem a realidade nua e
crua que somente as autoridades públicas não enxergam, contrariando a verdade dos
fatos, que não deixam dúvida quanto ao Brasil real. Essa triste realidade
brasileira se reflete no visível desinteresse ao atendimento e à prestação das
políticas públicas, com destaque para a precariedade evidente e desnuda, como o
caso da carência de segurança e de proteção à sociedade, diante do
extraordinário crescimento da criminalidade, que reina soberana e impune, sem a
menor preocupação do Estado em combatê-la; da má qualidade do ensino público,
esfrangalhado pela falta de investimentos e de desinteresse governamental de
mudar para melhor esse quadro terrível da educação; da assistência à saúde
pública, cuja deficiência vem causando a falência do seu funcionamento e
prejudicando gravemente a vida da população, que cada vez mais se sente
desassistida, porque a mediocridade do Sistema Único de Saúde só piora em
termos de atendimento às pessoas mais carentes, que são exatamente as mães
responsáveis pelas maiores proles e objeto da pesquisa em foco, contribuindo
para confirmar o seu resultado desalentador. Em se tratando que, pela elevadíssima
carga tributária imposta aos brasileiros, correspondente a quase 40% do Produto
Interno Bruto, não há justificativa para que o país figure entre as nações distantes
daquelas que, em situação de absoluta normalidade, sem esforço sobrenatural,
oferecem tratamento humanitário digno ao seu povo. Na realidade, não é por
escassez de recursos que o país esteja representando posições incompatíveis com
a sua grandeza, mas sim por notória incompetência dos administradores públicos,
que não têm sensibilidade, consciência e interesse políticos em levantar, com a
indispensável eficiência, os gargalos existentes na sociedade, com vistas à
priorização de políticas específicas e determinantes ao saneamento das
potenciais questões que contribuem para o subdesenvolvimento do país, em razão
do desprezo às causas que afetam as condições de vida do povo brasileiro. As
autoridades públicas precisam se conscientizar sobre o fato de que o
crescimento econômico do país deve se associar à necessidade de a sociedade se beneficiar
dos seus dividendos, de forma equilibrada e relevante, de modo que as pesquisas
sobre recursos humanos resultem em satisfação para os brasileiros. Diante dos
absurdos impostos sugados do povo, não se justifica que o Brasil seja um dos países
mais violentos, corruptos, promíscuos e pessimamente administrados do mundo,
ante a patente ostentação de desigualdade social revelada nas pesquisas
levantadas por instituições insuspeitas, comprovando a incompetência gerencial
do governo, que não consegue implementar políticas públicas capazes de reverter
a caótica situação de precariedade social. A sociedade anseia por que os
resultados das pesquisas envolvendo recursos humanos, ante a sua fidedignidade
e credibilidade internacionais, sirvam de subsídio para a adoção de políticas
públicas capazes de prestar assistência de qualidade e de forma substancial, que
compete, constitucionalmente, à população carente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de maio de 2013
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