domingo, 12 de maio de 2013

Fragilidade da democracia

O coronel reformado que chefiou órgão de repressão política, durante o regime militar, entre outras afirmações, declarou perante a Comissão Nacional da Verdade que a presidente da República teria participado de "organizações terroristas" com intenção de implantar o comunismo no Brasil. Ele disse que, se não fosse a efetiva participação das Forças Armadas na era de chumbo, o Brasil teria sido submetido à "ditadura do proletariado". Embora estivesse amparado judicialmente para permanecer calado durante o interrogatório, ele decidiu se manifestar, tendo pedido para fazer declaração inicial e, em seguida, decidiu responder algumas perguntas formuladas por membros da aludida comissão. Na ocasião, ele afirmou que “Todas as organizações terroristas, todas elas e mais de 40 eram elas, em todos os seus estatutos, seus programas está lá escrito claramente que o objetivo final era a implantação de uma ditadura do proletariado, do comunismo. O objetivo intermediário era a luta contra os militares, derrubar os militares e implantar o comunismo. Isso consta de todas as organizações”. Ele reafirmou que “Inclusive nas quatro organizações terroristas que nossa atual presidenta da República pertenceu tinham isso, de implantar o comunismo no Brasil. Então estávamos conscientes de que estávamos lutando para preservar a democracia e estávamos lutando contra o comunismo. (...) Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos lutado, hoje eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o 'paredon'. Hoje não existiria democracia neste país. Os senhores estariam em um regime comunista do tipo de Fidel Castro”. Causa espécie que a mandatária do país sempre se enche de orgulho ao dizer que teria lutado a favor da democracia, quando, nos estatutos das organizações que foi filiada, preconizava claramente a implantação do regime comunista no Brasil como finalidades e objetivos dos contrarrevolucionários. Esses fatos são corroborados com o recebimento, à época, do apoio em recursos material e financeiro de Cuba, Rússia e China, que também se encarregaram de propiciar treinamento altamente “especializado” aos terroristas. Essa conversa de democracia dos petistas só tem conseguido convencer os incautos, que ainda acreditam que o mensalão não existiu e que ele não passou de invencionice da oposição, apesar das robustas provas da materialidade do maior caso de corrupção com recursos públicos da história republicana. Com a absoluta convicção, a altíssima capacidade e invejável qualidade dos integrantes da Comissão Nacional da Meia Verdade, ante suas notáveis potencialidades intelectuais e experiências jurídicas, combinadas com os elevados recursos destinados ao dispêndio do seu trabalho, conseguiriam produzir excelentes trabalhos em benefício da sociedade caso eles tivessem por primordial meta a análise, o debate e a discussão sobre a indiscutível e notória montanha de problemas que se acumula nas portas do governo, que simplesmente vem fazendo com que as alarmantes mazelas tenham seu livre curso no emperramento do desenvolvimento do país. O futuro da nação será tenebroso e de gigantescas incertezas enquanto os governantes, obcecados em fustigar o passado funesto, tiverem por norte fatos sombrios que a expressiva parcela da sociedade prefere sepultar, os quais, sendo enfim revelados, poderão contribuir muito pouco para elucidar a verdade sobre a atuação apenas dos órgãos de repressão, porquanto a maléfica participação das organizações terroristas, que lutavam clandestinamente com o objetivo de implantar o comunismo no país, não desperta o mínimo interesse na sua revelação, embora a sua ação tenha deixado igual rastro de destruição da sociedade. Esse fato fragiliza a seriedade e a real finalidade das apurações, por pecar pela indigna falta da transparência e de tratamento isonômico, contrariando os salutares princípios democráticos inscritos na Carta Magna, que asseguram aos brasileiros iguais deveres e direitos, obviamente com desprezo à odiosa discriminação de tratamento. Impende frisar que o advento da anistia pós uma pedra no passado, para possibilitar o surgimento de uma sociedade unida e fraterna. Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade da união e da pacificação de objetivos comuns, tendo por meta a priorização de políticas públicas destinadas à solução dos graves problemas nacionais e a construção de grandiosa nação, com embargo da busca de medidas dispensáveis, dispendiosas, revanchistas e infrutíferas. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 11 de maio de 2013

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