quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Basta de incompetência e insegurança

A violência dos baderneiros vem crescendo progressivamente, chegando ao máximo da ousadia de agredir um coronel da Polícia Militar de São Paulo, que comandava o policiamento da área onde ocorria generalizado tumulto. O militar teve a clavícula quebrada na agressão cometida pelos bárbaros black blocs. O coronel foi cercado por pessoas mascaradas, que passaram a agredi-lo com pedaços de madeiras e chutes, sem que ele pudesse se livrar do cerco e se desvencilhar facilmente dos agressores, tendo conseguido ser socorrido pelos companheiros de farda depois de apanhar dos baderneiros. Na confusão, a sua arma foi tomada por um agressor, que a apontou na direção dele, em situação de extremo risco de vida. Um delegado explicou que a agressão se deu logo após tentativa de diálogo do coronel com os manifestantes, com a pretensão de evitar a destruição de um ônibus pelos vândalos, mas, por sorte, não houve linchamento do militar. Como têm sido frequentes, as manifestações sempre começam pacificas e logo e seguida elas se transformam em verdadeira guerra. No mesmo dia que ocorreu o ato lamentável da surra no coronel, os mascarados danificaram caixas eletrônicos, colocaram fogo em ônibus e destruíram os vidros de outro. Houve pichação de coletivos, paredes de prédios, bancos, grades e bilheterias. O terminal rodoviário foi fechado por causa da confusão e das arruaças. Foram quebrados vidros, lixeiras, orelhões, extintores, catracas, caixas eletrônicos, bilheterias, banheiros e quiosques. A destruição tem sido a marca dos delinquentes que não encontram dificuldades para praticá-la, ante a falta de combate, em evidente demonstração da falta de autoridade. Nas circunstâncias, está muito claro que não há a mínima necessidade do uso da violência, porquanto é mais do que sabido que violência gera mais violência. Trata-se da necedade de impedir que os baderneiros sejam cercados, com o tolhimento da liberdade da plena e ampla atuação violenta, mediante cerco da área com policiamento em quantidade superior aos manifestantes. Com o cerco aos criminosos, jamais eles tentarão violar a ordem pública, porque sabem que serão imediatamente presos, em resguardo da integridade das pessoas e do patrimônio público e privado. Não há dúvida de que, se continuar com o policiamento de sempre, é provável que haja agravamento da situação, com possíveis óbitos. Essa onda de violência, além de causar enormes danos físicos à sociedade e ao patrimônio público e privado, tem refletido intensamente no exterior, dando a entender que o Brasil vive momento de potencial intranquilidade e completa insegurança e falta de autoridade, em que grupos organizados aprontam as piores badernas e cometem insuportáveis violências, com incêndios, destruições, depredações e pichações de prédios e bens públicos e privados, sem que a força policial seja capaz de impedir a progressiva e alarmante desmoralização das autoridades constituídas, da lei e da ordem pública, que já atingiu o grau máximo da crueldade, a ponto de um coronel ser surrado e deixado sem a sua arma. Diante dos fatos lamentáveis ocorridos no Rio de Janeiro e em São Paulo, em que o policiamento já demonstrou completa incapacidade para impedir que a violência se alastre de forma descontrolada e absurda, não há dúvida de que os governos têm o dever constitucional e legal de determinar que as Forças Armadas participem com a quantidade de pessoal suficientemente capaz de cercar os arruaceiros e baderneiros e prendê-los, em caso de provocação e quebra da ordem pública, que vêm pondo em polvorosa a sociedade ordeira, que ainda teme por situações ainda piores, caso as manifestações violentas não sejam contidas urgentemente, porque a tendência é de haver recrudescimento das agressões e destruições. Os espancamentos dados no coronel são prenúncio de que a tolerância não deve mais ter vez nesse palco, onde só têm bandidos e delinquentes. A demonstração de fragilidade da força policial é responsável pela violência sofrida pelo coronel, que não teve condições nem proteção para se defender da barbárie, que cresce à medida que o policiamento não consegue impedir a fúria desloucada desse bando de delinquentes. À toda evidência, não é possível combater a violência, à luz dos princípios de segurança, na base da diplomacia e da conversa e muito menos com o emprego de força policial em quantidade inferior aos agressores. As Polícias Militares do Rio de Janeiro e de São Paulo já demonstraram total incompetência para impedir o quebra-quebra, uma vez que somente a sua presença não é suficiente para enfrentar a fúria e manter a ordem pública. A sociedade, estarrecida diante das barbáries, clama por que as autoridades públicas se despertem dessa inadmissível letargia, para o fim de assumir, com urgência, a responsabilidade de controlar e combater com a devida competência e efetividade as manifestações violentas, de modo que seja mantida a integridade das pessoas e do patrimônio público e privado, em consonância com os mandamentos constitucionais e legais. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 30 de outubro de 2013

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