Por não detalhar como
funciona a nova política de reajustes dos preços dos combustíveis, as ações da
Petrobras simplesmente despencaram na Bolsa de Valores, caindo, somente hoje,
mais de 10%, deixando desesperados e enlouquecidos os investidores que
acreditaram na solidez operacional da empresa. Por via de consequência, a Bolsa
de Valores de São Paulo (Bovespa) teve significativa queda, puxada o Ibovespa -
principal indicador da bolsa - para recuo de menos de 2%. Essa situação de insegurança
dos aplicadores nas ações da Petrobras decorre da avaliação negativa de
analistas sobre a decisão de a empresa de não ter divulgado detalhe sobre a
nova metodologia de reajustes de preços de combustíveis, deixando o mercado
inseguro quanto ao futuro operacional e financeiro da empresa, apesar do reajuste
médio de 4% do preço da gasolina nas refinarias no país e do diesel em 8%, mas
não houve sinalização como funciona a nova política de preços, razão da
insegurança dos investidores. Não há a menor dúvida de que a má gestão da
petrolífera é coerente com a capacidade administrativa desse governo, que não
tem visão gerencial com vistas à obtenção de resultados econômicos e
financeiros satisfatórios, como forma a satisfazer os fins preconizados pelas
atividades operacionais da empresa. Na verdade, o governo está manipulando as
atividades operacionais da Petrobras atreladas ao projeto político de
perenidade do PT no poder, tendo em vista que a nova política de preços, que
não foi autorizada por ele, que tem o poder sobre a empresa, forçaria à
majoração dos preços em conformidade com a oscilação do valor do barril no
mercado internacional e a produtividade interna. Não obstante, a nova
sistemática poderia causar reflexo na inflação e, por via de consequência,
influenciar diretamente nas pesquisas presidenciais, que não podem causar o
mínimo impacto nos planos da reeleição da presidente. É bastante lamentável que
a questão pessoal da presidente interfira gravemente no desempenho financeiro
da empresa petrolífera que já foi destaque na economia internacional, mas que,
no presente, a sua saúde financeira vem sofrendo ataques um atrás do outro, com
significativas perdas de bilhões de reais. O que realmente acontece com a Petrobras é a má
gestão, por se tratar de empresa estatal que é obrigada a se submeter ao
doentio projeto político da continuidade no poder, fazendo com que a reeleição
da presidente da República não seja contaminada com os efeitos trágicos do
aumento da inflação, que refletiria diretamente no desempenho das pesquisas.
Também pesa no desempenho operacional-financeiro da empresa a equivocada
política de importação de petróleo por preço bastante superior ao que ela
exporta, tendo reflexo no seu resultado econômico-financeiro, a par de ter
diminuída a exploração de petróleo. Numa análise sobre a derrocada da Petrobras,
não precisa ser experiente ou especialista em assuntos petrolíferos para
entender que a empresa passa por momento de gerenciamento inadequado às
circunstâncias das suas atividades operacionais, que não está exatamente
sintonia com o que seria praticado se ela estivesse na administração da
iniciativa privada, onde os negócios são gerenciados sob a exclusiva ótica da
lucratividade, tendo por orientação primacial o custo-benefício, ficando
completamente a salvo das influências de interesses escusos, inclusive
pessoais, e de outros elementos estranhos às finalidades institucionais da
empresa. Basta se verificar como funcionavam, no passado, as empresas do
sistema de comunicações, sempre má gerenciadas, assoberbadas de cargos
comissionados ocupados por indicações políticas, deficitárias, deficientes e
totalmente inoperantes. Após a sua privatização, as comunicações tiveram
gigantesco salto de qualidade e desenvolvimento e o país entrou na fase de
modernização nesse setor. Não se pretende fazer defesa da
privatização, mas tão somente de mostrar que as empresas privadas são regidas
pelos princípios do gerenciamento da eficiência e da eficácia, obviamente
visando sempre lucros, enquanto as empresas estatais sofrem o malefício e a
perversidade dos interesses estranhos às finalidade públicas. Aliás, o gerenciamento
desastroso da Petrobras por políticos, sindicalistas e outros dirigentes inexperientes
e alheios ao ramo petrolífero vem demonstrando a completa capacidade de ser
jogada a sua riqueza pelos ralos, em tão pouco tempo, propiciando significativos
prejuízos para os investidores e o país. Urge que a sociedade repudie a forma trágica
e funesta como a principal empresa petrolífera estatal vem sendo administrada,
em pleno descaso quanto aos seus fins operacionais, que deveriam levar em conta
os elevadíssimos investimentos e a natural lucratividade, ante a necessidade
primacial de ser preservado o patrimônio do Estado e dos acionistas que acreditaram
na pujança do seu desempenho econômico e operacional, desatrelada das
influências e dos interesses oportunistas e de conveniências políticas. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de dezembro de 2013
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