Uma menina de 6 anos
foi atingida na cabeça por uma bala perdida, em Belford Roxo, na Baixada
Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro. O estado de saúde dela é
muito grave, de acordo com informações divulgadas pela Secretaria Estadual de
Saúde. Segundo a Polícia Militar, policiais de Belford Roxo faziam patrulha pela
Avenida Automóvel Club quando foram avisados pela população que criminosos se
confrontaram e uma criança teria sido vítima de bala perdida. Na ocasião, a mãe
da criança ouviu o barulho de tiros momentos antes de ela ter sido atingida,
mas não houve condição para se evitar a tragédia. Constantemente, ocorrem
situações semelhantes na Cidade Maravilhosa, cuja população é obrigada a se
acostumar com a incompetência das autoridades públicas que têm a incumbência de
protegê-la, mas não o faz. Quando, enfim, os homens públicos deste
país vão se conscientizar sobre a necessidade de a vida das pessoas serem realmente
protegidas, em razão da sua verdadeira importância como seres humanos, que têm pleno
direito assegurado pela Constituição Federal de proteção e de viver
condignamente com segurança patrocinada pelos órgãos instituídos exclusivamente
com essa finalidade? Notícia como essa jamais poderia ser considerada como acidente
ou fatalidade, porque já se tornou triste e lastimável realidade do dia a dia
do povo carioca a ocorrência de fatos análogos. A todo instante uma pessoa é
vítima de bala perdida, como se isso fosse situação de normalidade e de
aceitação natural pela sociedade. Ao contrário, a população deve reagir, da
forma mais contundente possível, para mostrar a indignação contra a indolência
das autoridades públicas que apenas adotam as medidas paliativas em cada caso,
em patética demonstração de incapacidade e de incompetência do Estado de agir
no estrito cumprimento das normas constitucionais e legais, quanto à premente necessidade da adoção das
providências da sua alçada de instituir mecanismos de segurança capazes de
acabar ou limitar as ações dos narcotraficantes e da bandidagem, em especial no
fortalecimento das medidas repressivas, com enfoque para a constituição de força-tarefa
destinada ao desarmamento dos delinquentes e à repressão ao tráfico de drogas,
que são as principais causas da insegurança e das brigas pelo controle dos
pontos de venda dos narcóticos, cujo poderio já demonstrou que supera a
capacidade repressora do Estado, que não consegue sequer acompanhar a evolução
da força criminosa dos narcotraficantes. A maior gravidade resultante desse lamentável
estado de insensibilidade das autoridades públicas reflete na parte fraca da
população, que fica à mercê da impotência e da incapacidade do Estado, sendo
obrigada a conviver com essa deprimente situação em que inocentes, especialmente
crianças, em tenras idades de vida, são as principais vítimas exclusivamente em
razão da falência do sistema de segurança de incumbência do Estado, que
arrecada recursos suficientes para proteger a sociedade, mas é incapaz de
corresponder com a devida eficiência a sua obrigação institucional. É
intolerável que, em pleno século XXI, quando o homem conseguiu avanços
formidáveis em todos os conhecimentos tecnológico e científico, capazes de levá-lo
a outros planetas jamais imagináveis, a inteligência das autoridades públicas seja
totalmente incapaz de perceber que a sociedade não pode mais conviver com essa
bestialidade da crônica violência urbana, que assusta, agride e extermina, de
maneira banal e inconsequente, a vida do ser humano. Urge que a sociedade se
conscientize de que a gravidade da violência somente será solucionada se as
autoridades públicas forem responsabilizadas sobre a indignidade de serem omissas
quanto à adoção de efetivas medidas necessárias à solução da inadmissível falta
de segurança pública, constitucionalmente da incumbência do Estado. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de dezembro de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário