No momento, o país presencia a falta de
credibilidade nas áreas fiscal e econômica, associada aos erros na tolerância
com inflação oscilando para cima, mas novo e complicador ingrediente econômico
surge para atormentar a agenda da presidente da República, que é a guerra que
acaba de ser travada entre o Ministério da Fazenda e a Secretaria do Tesouro.
Como se sabe, o ministro da Fazenda tem sido, na atualidade, mensageiro sem
credibilidade, por errar quase todas as previsões econômicas, a exemplo da
última informação prestada à presidente de que o Produto Interno Bruto de 2012
seria revisado de 0,9% para 1,5% e ela a repassou, de imediato, em entrevista,
para o site brasileiro do jornal espanhol “El País”. O certo é que a presidente
foi obrigada a assumir o vexame de ter errado, porque a que seria bombástica
revisão teve crescimento de apenas 0,1%, ficando o PIB final em 1%. Fato esse
que demonstra preocupação, ante a fidedignidade que os resultados econômicos
devem demonstrar, para que a credibilidade do governo não seja questionada,
principalmente no exterior, de onde provém parcela significativa de
investimentos. Por sua vez, o secretário do Tesouro se transformou em figura
folclórica no governo e no mercado, em razão de, em três anos, ele ter conseguido
dinamitar a credibilidade fiscal doméstica e internacional que o PT construiu
em demorados oito anos. O fato é que a combinação ministro da Fazenda e
secretário do Tesouro está causando mal ao país e à presidente da República,
centralizadora e com pensamento semelhante ao desses auxiliares. O governo
deixa claro que estão faltando contraponto e equilíbrio de ideias na equipe
econômica, a exemplo da manipulação dos negócios da Petrobras, com a exclusiva
finalidade de segurar a inflação no limite de até 6% ao ano, apesar de essa
medida contribuir para quebrar a petrolífera e prejudicar o desempenho econômico
do país, no médio e longo prazo. Segundo os especialistas, a situação econômica
tende a piorar se a equipe econômica não for arrumada, com a devida urgência,
como forma de se evitar que a falta de credibilidade fiscal, a inflação elevada
e o ambiente de guerra entre os principais protagonistas do governo constituam combinação
explosiva. Embora a presidente da República tenha formação
econômica, o seu governo aparenta ter muito pouco da sua orientação, ficando à
mercê da instabilidade comportamental do ministro da Fazenda os destinos da
economia. Os fatos mostram claramente as oscilações de estratégias do titular
da Fazenda, que não consegue se harmonizar com os principais tocadores das
políticas econômicas do governo, como nos casos do presidente do Banco Central
do Brasil e do secretário do Tesouro. Pior para a presidente da República, que
depende sumamente que os tripulantes da sua nave estejam sintonizados e
devidamente instrumentalizados com os ensinamentos da comandante-mor, sob pena
de as avarias de percurso terem interferência direta e negativa no seu
principal, único e mais importante projeto político, que é a reeleição e a
perenidade no poder, a ser conquistado a qualquer custo, embora ainda não tenha
sido fácil encontrar o xis da questão pela qual o governo se encontra debatendo
já há algum tempo, em detrimento das causas nacionais. Na verdade, falta
capacidade gerencial para a solução dos graves problemas que afetam, em
especial, a política fiscal, que tende a refletir na inflação e, esta, por sua
vez, pode influenciar a credibilidade do eleitorado, na hora de decidir pela
continuidade da presidente no comando do país. O certo é que o país não merece
padecer e se agonizar quanto à execução das políticas fiscal e econômica, em
razão da falta de capacidade administrativa e gerencial da equipe de governo,
no que diz respeito, em especial, à sua coesão na condução dos trabalhos,
porquanto as incertezas e os conflitos de ideias e pensamentos dentro do
governo são altamente prejudiciais aos interesses nacionais e ao desenvolvimento
do país e não se coadunam com os princípios de responsabilidade e de
integridade ínsitos dos dirigentes da nação. Urge que o país seja administrado
com eficiência e capacidade nas políticas de Estado, com especial ênfase para
as questões fiscal e econômica, que estão atreladas intimamente ao desenvolvimento
da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de dezembro de 2013
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