sábado, 14 de dezembro de 2013

Falta de credibilidade e competência?

No momento, o país presencia a falta de credibilidade nas áreas fiscal e econômica, associada aos erros na tolerância com inflação oscilando para cima, mas novo e complicador ingrediente econômico surge para atormentar a agenda da presidente da República, que é a guerra que acaba de ser travada entre o Ministério da Fazenda e a Secretaria do Tesouro. Como se sabe, o ministro da Fazenda tem sido, na atualidade, mensageiro sem credibilidade, por errar quase todas as previsões econômicas, a exemplo da última informação prestada à presidente de que o Produto Interno Bruto de 2012 seria revisado de 0,9% para 1,5% e ela a repassou, de imediato, em entrevista, para o site brasileiro do jornal espanhol “El País”. O certo é que a presidente foi obrigada a assumir o vexame de ter errado, porque a que seria bombástica revisão teve crescimento de apenas 0,1%, ficando o PIB final em 1%. Fato esse que demonstra preocupação, ante a fidedignidade que os resultados econômicos devem demonstrar, para que a credibilidade do governo não seja questionada, principalmente no exterior, de onde provém parcela significativa de investimentos. Por sua vez, o secretário do Tesouro se transformou em figura folclórica no governo e no mercado, em razão de, em três anos, ele ter conseguido dinamitar a credibilidade fiscal doméstica e internacional que o PT construiu em demorados oito anos. O fato é que a combinação ministro da Fazenda e secretário do Tesouro está causando mal ao país e à presidente da República, centralizadora e com pensamento semelhante ao desses auxiliares. O governo deixa claro que estão faltando contraponto e equilíbrio de ideias na equipe econômica, a exemplo da manipulação dos negócios da Petrobras, com a exclusiva finalidade de segurar a inflação no limite de até 6% ao ano, apesar de essa medida contribuir para quebrar a petrolífera e prejudicar o desempenho econômico do país, no médio e longo prazo. Segundo os especialistas, a situação econômica tende a piorar se a equipe econômica não for arrumada, com a devida urgência, como forma de se evitar que a falta de credibilidade fiscal, a inflação elevada e o ambiente de guerra entre os principais protagonistas do governo constituam combinação explosiva. Embora a presidente da República tenha formação econômica, o seu governo aparenta ter muito pouco da sua orientação, ficando à mercê da instabilidade comportamental do ministro da Fazenda os destinos da economia. Os fatos mostram claramente as oscilações de estratégias do titular da Fazenda, que não consegue se harmonizar com os principais tocadores das políticas econômicas do governo, como nos casos do presidente do Banco Central do Brasil e do secretário do Tesouro. Pior para a presidente da República, que depende sumamente que os tripulantes da sua nave estejam sintonizados e devidamente instrumentalizados com os ensinamentos da comandante-mor, sob pena de as avarias de percurso terem interferência direta e negativa no seu principal, único e mais importante projeto político, que é a reeleição e a perenidade no poder, a ser conquistado a qualquer custo, embora ainda não tenha sido fácil encontrar o xis da questão pela qual o governo se encontra debatendo já há algum tempo, em detrimento das causas nacionais. Na verdade, falta capacidade gerencial para a solução dos graves problemas que afetam, em especial, a política fiscal, que tende a refletir na inflação e, esta, por sua vez, pode influenciar a credibilidade do eleitorado, na hora de decidir pela continuidade da presidente no comando do país. O certo é que o país não merece padecer e se agonizar quanto à execução das políticas fiscal e econômica, em razão da falta de capacidade administrativa e gerencial da equipe de governo, no que diz respeito, em especial, à sua coesão na condução dos trabalhos, porquanto as incertezas e os conflitos de ideias e pensamentos dentro do governo são altamente prejudiciais aos interesses nacionais e ao desenvolvimento do país e não se coadunam com os princípios de responsabilidade e de integridade ínsitos dos dirigentes da nação. Urge que o país seja administrado com eficiência e capacidade nas políticas de Estado, com especial ênfase para as questões fiscal e econômica, que estão atreladas intimamente ao desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de dezembro de 2013

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