terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mudanças sem alterar nada?

O resultado da última pesquisa eleitoral para a Presidência da República suscita verdadeiro paradoxo, quando aproximadamente 2/3 dos entrevistados querem que o presidente eleito mude "totalmente" ou "muita coisa" na maneira de administrar a nação, enquanto há manifestação favorável à reeleição da presidente da República, que desponta entre os demais concorrentes com 43% de preferência. De certa forma, há incoerência nesse resultado, em virtude da manifestação dos pesquisados quanto à necessidade de mudança na administração do país, por não haver aderência aos pré-candidatos de oposição, que, ao contrário, tiveram queda na preferência. Pelo menos nessa pesquisa, a presidente continua com vantagem absoluta sobre seus concorrentes. Eles juntos somente conseguiram 1/3 dos votos coletados, se a eleição fosse agora e se valessem pouco mais de dois mil votos. Não há dúvida de que a organização da pesquisa conclui seu levantamento quase afirmando a vitória da presidente com base em tão desprezível quantidade de intenções de voto, em menosprezo ao universo de aproximadamente 130 milhões de votos. Estranha-se ainda que essa mesma organização insinue que, salvo mudanças significativas, em especial na economia, o quadro sucessório flui favoravelmente às pretensões da presidente, por se valer da possível desconecção da oposição. O pior dos mundos é que a ideologia do assistencialismo consegue cegar a verdadeira realidade de como a nação vem sendo administrada. Os pesquisados não devem ter acesso à analise econômica, inclusive do Produto Interno Bruto e da inflação;  à produção industrial; ao desempenho da educação; ao atendimento à saúde pública; ao progressivo índice da criminalidade; ao desempenho da máquina pública, com quase 40 ministérios inúteis; ao fisiologismo, com uso de recursos públicos, para garantia de apoio político; à crônica ausência de reformas estruturais e de infraestrutura; e tantas importantes deficiências que influenciam no desenvolvimento da nação, que permanece vegetando por falta de capacidade gerencial para a priorização de políticas públicas capazes de incrementar os componentes econômicos indispensáveis ao crescimento do país. Causa perplexidade o fato de que, quando aconteceram as manifestações de protestos contra o desgoverno do país, onde a população se revoltou, com razão, contra a completa incompetência administrativa, houve reconhecimento pela própria presidente da República sobre a precariedade denunciada. À época, ela decidiu adotar algumas inúteis e infrutíferas medidas, em face do esfarelamento da sua popularidade, a ponto de a sua avaliação atingir, mais ou menos, 30% de preferência. Agora é muito estranho que, de lá para cá, nada diferente de antes foi feito para a melhoria do país, salvo maior envolvimento da presidente na sua reeleição, como as constantes reuniões com a nata de apoio ao governo. A impressão que se tem é que as pesquisas da espécie não refletem a realidade dos fatos, como se fossem falseados os pesquisados de junho, aproveitando o momento nefasto das manifestações, para, em seguida, serem montados resultados ascendentes e amoldados aos fins maquiavélicos petistas, para indicar, em tão pouco tempo, a extraordinária e mágica recuperação do desempenho da presidente, que nada fez, em substância, para justificar tamanho crescimento nas intenções de votos. Por sua vez, pode-se imaginar que a população já se acostumou com a mesmice do governo, tendo se acomodado com a falta de ação produtiva, não tendo a iniciativa de exigir administração de qualidade para o país, preferindo não ousar na busca de novas perspectivas quanto ao gerenciamento do Brasil. A sociedade tem que se despertar dessa letargia, no sentido rejeitar a reiterada conversa de distribuição de renda às camadas mais carentes, como se medida nesse sentido não integrasse programa de governo de outros partidos, de outros políticos, que jamais teriam a insensibilidade de excluir do assistencialismo já consolidado na competência do Estado de amparar os necessitados. É com muita tristeza se verificar que a população ouvida pela pesquisa não tem a mínima noção da maldade sobre o resultado da avaliação, em especial da presidente da República, que já está no cargo há quase três anos e não apresentou nada de novidade com relação ao seu antecessor, não teve capacidade para realizar obras de impacto, não investiu em infraestrutura, não melhorou a educação, não reduziu a criminalidade, enfim, implantou apenas o programa Mais Médicos com profissionais de Cuba, que sequer foram liberados pelo governo para serem submetidos ao crivo do Conselho Federal de Medicina. O pior dos mundos é que a ideologia do assistencialismo consegue cegar a verdadeira realidade de como a nação vem sendo administrada. Os pesquisados não devem ter acesso à analise econômica, inclusive da inflação e do sofrível desempenho do Produto Interno Bruto;  à produção industrial; ao desempenho da educação; ao atendimento à saúde pública; ao progressivo índice da criminalidade; ao agressivo dispêndio da máquina pública, com quase 40 ministérios inúteis; ao fisiologismo para garantia de apoio político; à crônica ausência de reformas estruturais; e tantas importantes deficiências que influenciam diretamente no desenvolvimento socioeconômico, que permanece em estado quase vegetativo por falta de capacidade gerencial para priorizar políticas públicas e incrementar os componentes econômicos indispensáveis ao crescimento do país. Não há qualquer dúvida de que as pesquisas de intenção de votos têm levado ao convencimento errôneo não somente da presidente da República, mas de alguns cidadãos de que, embora acenem para a necessidade de mudanças significativas no gerenciamento do país, ainda assim entendem que a mandatária deva continuar guiando os destinos da nação, sem se atinarem sobre suas precariedades e as nocividades de gestão prejudiciais ao interesse público. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 09 de dezembro de 2013

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