O resultado da última pesquisa eleitoral para
a Presidência da República suscita verdadeiro paradoxo, quando aproximadamente 2/3
dos entrevistados querem que o presidente eleito mude "totalmente" ou
"muita coisa" na maneira de administrar a nação, enquanto há
manifestação favorável à reeleição da presidente da República, que desponta
entre os demais concorrentes com 43% de preferência. De certa forma, há
incoerência nesse resultado, em virtude da manifestação dos pesquisados quanto
à necessidade de mudança na administração do país, por não haver aderência aos
pré-candidatos de oposição, que, ao contrário, tiveram queda na preferência.
Pelo menos nessa pesquisa, a presidente continua com vantagem absoluta sobre
seus concorrentes. Eles juntos somente conseguiram 1/3 dos votos coletados, se
a eleição fosse agora e se valessem pouco mais de dois mil votos. Não há dúvida
de que a organização da pesquisa conclui seu levantamento quase afirmando a
vitória da presidente com base em tão desprezível quantidade de intenções de
voto, em menosprezo ao universo de aproximadamente 130 milhões de votos.
Estranha-se ainda que essa mesma organização insinue que, salvo mudanças
significativas, em especial na economia, o quadro sucessório flui
favoravelmente às pretensões da presidente, por se valer da possível desconecção
da oposição. O pior
dos mundos é que a ideologia do assistencialismo consegue cegar a verdadeira
realidade de como a nação vem sendo administrada. Os pesquisados não devem ter
acesso à analise econômica, inclusive do Produto Interno Bruto e da inflação;
à produção industrial; ao desempenho da educação; ao atendimento à saúde
pública; ao progressivo índice da criminalidade; ao desempenho da máquina
pública, com quase 40 ministérios inúteis; ao fisiologismo, com uso de recursos
públicos, para garantia de apoio político; à crônica ausência de reformas
estruturais e de infraestrutura; e tantas importantes deficiências que
influenciam no desenvolvimento da nação, que permanece vegetando por falta de
capacidade gerencial para a priorização de políticas públicas capazes de
incrementar os componentes econômicos indispensáveis ao crescimento do país. Causa
perplexidade o fato de que, quando aconteceram as manifestações de protestos
contra o desgoverno do país, onde a população se revoltou, com razão, contra a
completa incompetência administrativa, houve reconhecimento pela própria
presidente da República sobre a precariedade denunciada. À época, ela decidiu
adotar algumas inúteis e infrutíferas medidas, em face do esfarelamento da sua
popularidade, a ponto de a sua avaliação atingir, mais ou menos, 30% de
preferência. Agora é muito estranho que, de lá para cá, nada diferente de antes
foi feito para a melhoria do país, salvo maior envolvimento da presidente na
sua reeleição, como as constantes reuniões com a nata de apoio ao governo. A
impressão que se tem é que as pesquisas da espécie não refletem a realidade dos
fatos, como se fossem falseados os pesquisados de junho, aproveitando o momento
nefasto das manifestações, para, em seguida, serem montados resultados
ascendentes e amoldados aos fins maquiavélicos petistas, para indicar, em tão
pouco tempo, a extraordinária e mágica recuperação do desempenho da presidente,
que nada fez, em substância, para justificar tamanho crescimento nas intenções
de votos. Por sua vez, pode-se imaginar que a população já se acostumou com a
mesmice do governo, tendo se acomodado com a falta de ação produtiva, não tendo
a iniciativa de exigir administração de qualidade para o país, preferindo não
ousar na busca de novas perspectivas quanto ao gerenciamento do Brasil. A sociedade
tem que se despertar dessa letargia, no sentido rejeitar a reiterada conversa
de distribuição de renda às camadas mais carentes, como se medida nesse sentido
não integrasse programa de governo de outros partidos, de outros políticos, que
jamais teriam a insensibilidade de excluir do assistencialismo já consolidado
na competência do Estado de amparar os necessitados. É com muita tristeza se verificar
que a população ouvida pela pesquisa não tem a mínima noção da maldade sobre o
resultado da avaliação, em especial da presidente da República, que já está no
cargo há quase três anos e não apresentou nada de novidade com relação ao seu
antecessor, não teve capacidade para realizar obras de impacto, não investiu em
infraestrutura, não melhorou a educação, não reduziu a criminalidade, enfim,
implantou apenas o programa Mais Médicos com profissionais de Cuba, que sequer foram
liberados pelo governo para serem submetidos ao crivo do Conselho Federal de Medicina.
O pior dos mundos é que a ideologia do assistencialismo consegue cegar a
verdadeira realidade de como a nação vem sendo administrada. Os pesquisados não
devem ter acesso à analise econômica, inclusive da inflação e do sofrível
desempenho do Produto Interno Bruto; à produção industrial; ao desempenho
da educação; ao atendimento à saúde pública; ao progressivo índice da
criminalidade; ao agressivo dispêndio da máquina pública, com quase 40
ministérios inúteis; ao fisiologismo para garantia de apoio político; à crônica
ausência de reformas estruturais; e tantas importantes deficiências que
influenciam diretamente no desenvolvimento socioeconômico, que permanece em
estado quase vegetativo por falta de capacidade gerencial para priorizar
políticas públicas e incrementar os componentes econômicos indispensáveis ao
crescimento do país. Não há qualquer dúvida de que as pesquisas de intenção de
votos têm levado ao convencimento errôneo não somente da presidente da
República, mas de alguns cidadãos de que, embora acenem para a necessidade de
mudanças significativas no gerenciamento do país, ainda assim entendem que a
mandatária deva continuar guiando os destinos da nação, sem se atinarem sobre suas
precariedades e as nocividades de gestão prejudiciais ao interesse público.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 09 de dezembro de 2013
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