O senador tucano,
potencial candidato à Presidência da República, apresentou, na Câmara dos
Deputados, propostas para a disputa eleitoral e defendeu “mudança definitiva” no Brasil. Ele acha que ainda não se pode
declarar a sua candidatura pelo partido à Presidência, tendo em vista que o
PSDB segue a agenda onde já está definido que o anúncio será feito no momento
certo. Para ele, o PSDB deverá enfrentar “unido”
a disputa eleitoral de 2014 e fará “oposição
sem adjetivos”. Na ocasião, ele disse que “Estou ansioso para encontrar com os brasileiros em cada canto do país e
dizer: ‘Estou pronto para o debate’.”. Ele disse que “Não está definida a candidatura do PSDB. O que posso dizer é que se eu
for o candidato, serei o intérprete do sentimento de muitos (...). O que posso dizer é que a nossa unidade é
real, para desalento de muitos de nossos adversários, o PSDB vai estar unido
nas eleições. Vamos apresentar um
projeto claro de alternância, de eficiência na gestão pública. Um projeto ético
e ousado e, por isso, vai ao segundo turno e vencer as eleições. Defenderá uma ‘reconciliação’ do Brasil com
o passado, sobretudo com os anos em que Fernando Henrique Cardoso governou o
país. Subo na tribuna para propor uma mudança definitiva, que passe pela
reconciliação dos brasileiros com a própria história. Não podemos ser passivos
com a tentativa de alguns de reescrever a história, dizer que o Brasil começou
em 2003. O PT levou o Brasil a ficar desacreditado internacionalmente, ao fazer
o que chamou de ‘contabilidade criativa’. A estabilidade econômica está em ‘risco’. Criamos a responsabilidade
fiscal. Eles criaram a contabilidade criativa, que tem desacreditado o Brasil.
A manipulação dos dados e a incompetência em controlar o Brasil fez com que a
Petrobras perdesse 40% de seu valor de mercado. Vamos fortalecer o Legislativo, que hoje está de cócoras para o Poder
Executivo. Eles ressuscitaram o coronelismo dos piores tempos. Queremos
aumentar a produção e manter a sustentabilidade. Reduzir a queima de
combustíveis fósseis e fontes poluentes.”. Segundo o tucano, serão
oferecidas à sociedade 12 "bases
para a agenda", com vistas ao seu aperfeiçoamento. Os pontos são: 1. Compromisso com a ética, combate
intransigente à corrupção, radicalização da democracia e respeito às
instituições; 2. Recuperação da credibilidade e construção de um ambiente
adequado para o investimento e o desenvolvimento do país; 3. Estado eficiente,
a serviço dos cidadãos; 4. Educação de qualidade como direito da cidadania,
educação para um novo mundo; 5. Superação da pobreza e construção de novas
oportunidades; 6. Cidadãos seguros: segurança pública como responsabilidade
nacional; 7. Mais saúde para os brasileiros: cuidado, investimento e gestão; 8.
Nação solidária: mais autonomia para estados e municípios, maior parceria da
União; 9. Meio ambiente e sustentabilidade, a urgente agenda do agora; 10. A
agenda da produtividade: infraestrutura, inovação e competitividade; 11. A
agropecuária que alimenta o presente e o futuro do país; 12. Política externa:
reintegrar o Brasil ao mundo”. Para o novo presidente ser bem sucesso no
seu governo, bastaria tão somente fazer completo levantamento sobre o que o
atual governo vem pondo em prática na administração pública e - salvo os
programas copiados do governo anterior - se comprometer a implementar tudo ao
contrário. Com certeza o governo tucano será exitoso e terá estrondoso sucesso,
inclusive com a maior repercussão no exterior. Veja-se que o atual governo não
teve capacidade para realizar minimamente reforma na estrutura do Estado, em
que pese ter prometido que o faria, mais nada foi implementado; não fez nenhuma
obra de impacto; pouco investiu na infraestrutura; permitiu que os índices de
recursos humanos despencassem para níveis inferiorizados aos de muitos países
sem expressão econômica; foi conivente com a corrupção e a impunidade;
incentivou o fisiologismo na administração pública; promoveu o inchamento da
máquina pública; promoveu o loteamento entre aliados dos órgãos públicos e das
empresas estatais; permitiu que a dívida pública crescesse 37% nos últimos três
anos e se tornasse impagável, além de comprometer seriamente a base primária;
não combateu a criminalidade e o tráfico de drogas, contribuindo para o
crescimento vertiginoso da insegurança pública; nada fez para melhorar a
competitividade da produção nacional; além do surgimento de outras tantas
mazelas e precariedades que contribuíram para engrossar os gargalos que impedem
o progresso do país. Quanto às "bases para a agenda", o senador tucano
deixou de fora a principal meta que qualquer governo, por mais medíocre que
seja, não pode ignorar, por ser considerado o ponto de partida para destravar o
crônico subdesenvolvimento do país, que é a imediata reformulação das
estruturas do Estado, sem a qual o anacronismo e o arcaísmo continuarão
dominando o cenário nacional, com o padecimento do povo, que não pode mais
ficar à mercê de políticas ineficientes e paternalistas, com sacrifício da
sociedade contributiva e das empresas produtoras, que não suportam o enorme
peso da carga tributária impiedosa e perversa, justamente em virtude da
deficiência do planejamento governamental, que não se digna a priorizar as
políticas públicas, a enxugar a máquina pública e, enfim, a fazer com que o
Estado funcione mediante os mecanismos da eficiência, eficácia e modernidade,
com vistas à consecução da economicidade e da produtividade com base em
princípios racionais, respeitando sobretudo a realidade socioeconômica do país
e a capacidade contributiva dos cidadãos. O Brasil está precisando de estadista que tenha capacidade para projetar
o país para o futuro, acabando com a mediocridade de querer desenterrar o
passando e de ficar eternamente vidrado em comparações que levam absolutamente
a nada, mas demonstram a falta de criatividade e de competência para realizar
administração própria, com projetos originais e independentes que beneficiem
exclusivamente a sociedade, sem necessidade de resgatar o que houve no passado,
notadamente porque a realidade e as circunstâncias pelas quais o país se
encontra, na atualidade, não têm carência alguma para haver a bestialidade de
comparações de situações acontecidas em tempos passados, que devem servir
apenas para as estatísticas necessárias aos acervos dos gloriosos museus, para
que a história do país não seja esquecida. É erro primário mirar o passado para
administrar o país, quando somente o futuro é capaz de oferecer os cenários
político, social e econômico indispensáveis à projeção das melhores
perspectivas para o desenvolvimento da nação. Convém que o candidato à
Presidência seja capaz de apresentar programa original, fruto da sua capacidade
e experiência político-administrativa, com total desprezo ao idealismo
mirabolante dos marqueteiros, que serve somente para vencer os embates
eleitorais, porém sem nenhuma consistência de efetividade na realidade
gerencial que contradiz completamente os princípios da administração pública,
em termos de seriedade e responsabilidade de verdadeiro estadista, ante a forma
intrínseca de maquiagem que se reveste o marketing político. A efetiva
capacidade político-administrativa se mostra evidenciada quando o programa
tenha conteúdo factível, fundamentado em medidas de inquestionável execução e
que o seu resultado possa beneficiar a sociedade. O programa de governo deve
contemplar a marca do seu idealizador, evidenciando absoluta convicção sobre a real
possibilidade de execução das suas metas, nada impedindo que as boas políticas
públicas do passado, não importando a origem do seu idealizador, possam ser
aproveitadas em benefício da nação e da sociedade. É inadmissível que o país
fique à mercê dos marqueteiros sempre que surge crise no seu gerenciamento,
como ocorre na atualidade, onde os gurus palacianos de plantão se manifestam e
o seu veredicto para o caso é chancelado pelo “todo-poderoso”. O governante não
pode lotear os ministérios e as empresas públicas entre os partidos da sua base
de sustentação, sob pena de não haver coesão de comando das políticas públicas
do país, como ocorre na atual sistemática, em que cada partido comanda e
coordena as ações dos órgãos herdados por força da coalizão de governo. Impende
ressaltar que o administrador público cônscio, zeloso e responsável não tem o
direito de ousar empreender megaevento, do tipo Copa do Mundo, Olimpíada e ou acontecimento
similar, sem certificar-se de que as questões que afetam a sociedade estejam
devidamente equacionadas e sanadas, sem pendência de qualquer ordem, e que esse
empreendimento resulte reais benefícios para a sociedade, como forma de
compensar os altos investimentos e que eles agreguem componentes capazes de
fomentar o desenvolvimento social e econômico. A sociedade anseia por que o
candidato à Presidência da República apresente programa de governo calcado em
medidas sólidas, realistas e economicamente executáveis, evitando as alianças
espúrias e fisiológicas, as promessas e os discursos populistas e
inconsistentes, fundamentos em pura demagogia política, que têm o condão de
enganar os incautos e contribuir para o subdesenvolvimento do país, em total
descrédito aos salutares princípios democráticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de dezembro de 2013
(1250ª crônica)
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