domingo, 22 de dezembro de 2013

Enfim, o bom senso político?

Finalmente, o tucano ex-governador de São Paulo jogou a toalha e decidiu desistir de se candidatar novamente à Presidência da República, ficando o senador mineiro, presidente do PSDB completamente liberado para lançar sua candidatura ao cargo de mandatário do país. O seu gesto foi compreendido como ato de desprendimento e de amor ao partido, por acabar com a disputa fratricida que somente contribuía para o distanciamento entre os caciques tucanos, além de prolongar o término da queda de braços prejudiciais aos interesses do partido e quiçá do país.  Na verdade, existia ferrenha pressão para que a definição ocorresse o quanto antes, tendo em visto que a demora poderia contribuir para provocar perda de visibilidade do candidato do partido à Presidência da nação. Foi importante que o tucano paulista cedesse às pressões e concordasse em desistir novamente ao aludido cargo, por possibilitar que o senador tucano tirasse pesado fardo de suas costas, ante a insistência do ex-governador em ser candidato ao mais importante cargo do país. Para não haver mais dúvidas, ele declarou, em mensagem, que: “Para esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente.”. Até que enfim o tucano paulista criou coragem para decidir usar o bom senso e a razão que devem imperar nas pessoas inteligentes. A sua decisão demonstra desapego à pretensão de difícil consecução, tendo em vista que, apesar de ainda usufruir de elevado conceito junto ao eleitorado brasileiro, o PSDB precisa oferecer, com urgência, nova oxigenação e alternativa diferente à mesmice, uma vez que esta fórmula não foi capaz de seduzir a simpatia do povo nas duas últimas eleições presidenciais. Pela experiência política do tucano paulista, ele deveria ter mostrado as precariedades e as mazelas administrativas do governo petista e indicado, de forma didática, como o país deveria ter sido dirigido, com a implantação de políticas públicas bem planejadas, em obediência às prioridades levantadas em todo país, tendo o cuidado de apontar a fonte de recursos para a implementação das metas de governo. Na verdade, o seu maior fracasso foi ficar rebatendo as críticas petistas de que as privatizações tucanas foram prejudiciais ao país, quando deveria ter cuidado dos projetos e programas propriamente ditos para o seu governo. Esse mesmo conselho se presta para o futuro candidato tucano, que não poderá ficar a reboque das críticas vazias e destituídas e recheadas de mediocridades da candidata situacionista, que não tem projeto político para apresentar à nação, porque, se tivesse, já teria feito algo diferente dos resultados de coisa alguma em todos os segmentos da administração pública. Os candidatos de oposição têm que se cuidar contra as armadilhas petistas, que são maquiavélicos em inventar fatos para prender a atenção da imprensa e dos candidatos de oposição, para que eles se envolvam neles, deixando de cuidar dos seus programas de governo, em detrimento da essencialidade do que deve ser apresentado à sociedade quanto ao seu projeto de trabalho. Em síntese, os candidatos de oposição têm que usar, com brilhantismo, a racionalidade e a inteligência política para não cair na esparrela sempre preparada pelo candidato da situação, que costuma criar artifícios para ser evitada campanha de alto nível, como exige o povo, que não tolera mais o nivelamento por baixo, por baixíssimo mesmo, das campanhas presidenciais, que fogem sistematicamente da discussão dos sérios e graves problemas da nação e da sociedade. O povo aspira por que as campanhas eleitorais sejam feitas em alto nível de cultura e de aproveitamento dos espaços para os candidatos mostrarem suas qualidades, com explanação detalhada das suas metas e de como pretendem administrar o país, com completo embargo às baixarias e às acusações, de lado a lado, que não contribuem em nada para o aperfeiçoamento democrático, que é a finalidade precípua e essencial ao desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!         
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 21 de dezembro de 2013

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