Finalmente, o tucano ex-governador de São Paulo
jogou a toalha e decidiu desistir de se candidatar novamente à Presidência da
República, ficando o senador mineiro, presidente do PSDB completamente liberado
para lançar sua candidatura ao cargo de mandatário do país. O seu gesto foi
compreendido como ato de desprendimento e de amor ao partido, por acabar com a
disputa fratricida que somente contribuía para o distanciamento entre os
caciques tucanos, além de prolongar o término da queda de braços prejudiciais
aos interesses do partido e quiçá do país.
Na verdade, existia ferrenha pressão para que a definição ocorresse o
quanto antes, tendo em visto que a demora poderia contribuir para provocar
perda de visibilidade do candidato do partido à Presidência da nação. Foi
importante que o tucano paulista cedesse às pressões e concordasse em desistir
novamente ao aludido cargo, por possibilitar que o senador tucano tirasse
pesado fardo de suas costas, ante a insistência do ex-governador em ser
candidato ao mais importante cargo do país. Para não haver mais dúvidas, ele
declarou, em mensagem, que: “Para
esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do
partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para
concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a
todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de
pesquisas, de que eu concorra novamente.”. Até que
enfim o tucano paulista criou coragem para decidir usar o bom senso e a razão
que devem imperar nas pessoas inteligentes. A sua decisão demonstra desapego à
pretensão de difícil consecução, tendo em vista que, apesar de ainda usufruir
de elevado conceito junto ao eleitorado brasileiro, o PSDB precisa oferecer,
com urgência, nova oxigenação e alternativa diferente à mesmice, uma vez que
esta fórmula não foi capaz de seduzir a simpatia do povo nas duas últimas
eleições presidenciais. Pela experiência política do tucano paulista, ele
deveria ter mostrado as precariedades e as mazelas administrativas do governo
petista e indicado, de forma didática, como o país deveria ter sido dirigido,
com a implantação de políticas públicas bem planejadas, em obediência às
prioridades levantadas em todo país, tendo o cuidado de apontar a fonte de
recursos para a implementação das metas de governo. Na verdade, o seu maior
fracasso foi ficar rebatendo as críticas petistas de que as privatizações
tucanas foram prejudiciais ao país, quando deveria ter cuidado dos projetos e
programas propriamente ditos para o seu governo. Esse mesmo conselho se presta
para o futuro candidato tucano, que não poderá ficar a reboque das críticas
vazias e destituídas e recheadas de mediocridades da candidata situacionista,
que não tem projeto político para apresentar à nação, porque, se tivesse, já
teria feito algo diferente dos resultados de coisa alguma em todos os segmentos
da administração pública. Os candidatos de oposição têm que se cuidar contra as
armadilhas petistas, que são maquiavélicos em inventar fatos para prender a
atenção da imprensa e dos candidatos de oposição, para que eles se envolvam
neles, deixando de cuidar dos seus programas de governo, em detrimento da
essencialidade do que deve ser apresentado à sociedade quanto ao seu projeto de
trabalho. Em síntese, os candidatos de oposição têm que usar, com brilhantismo,
a racionalidade e a inteligência política para não cair na esparrela sempre
preparada pelo candidato da situação, que costuma criar artifícios para ser
evitada campanha de alto nível, como exige o povo, que não tolera mais o
nivelamento por baixo, por baixíssimo mesmo, das campanhas presidenciais, que
fogem sistematicamente da discussão dos sérios e graves problemas da nação e da
sociedade. O povo aspira por que as campanhas eleitorais sejam feitas em alto
nível de cultura e de aproveitamento dos espaços para os candidatos mostrarem
suas qualidades, com explanação detalhada das suas metas e de como pretendem
administrar o país, com completo embargo às baixarias e às acusações, de lado a
lado, que não contribuem em nada para o aperfeiçoamento democrático, que é a
finalidade precípua e essencial ao desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de dezembro de 2013
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