sábado, 30 de maio de 2015

O descaminho da educação

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de divulgar o ranking mundial de qualidade de educação, compreendendo avaliação entre 76 países, sendo que o Brasil ocupa a 60ª posição, que é encabeçada pela Cingapura, vindo em seguida Hong Kong e Coreia do Sul, e, na última posição, figura Gana.
Enquanto o destaque dessa importante avaliação ficou para países asiáticos, as últimas 15 posições ficaram com os países Sul-Americanos, como Argentina, em 62º posição, Colômbia, em 67º, e Peru, ocupando a 71º lugar.
O ranking se define levando-se em conta os resultados de testes de matemática e de ciências, aplicados nos países ranqueados. Além dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), foram analisados o TIMSS, dos Estados Unidos, e o TERCE, aplicado em países da América Latina.
O Pisa avalia conhecimentos de leitura, matemática e ciências dos adolescentes, cuja incumbência, para aplicação da prova no Brasil, fica a cargo do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação.
O Pisa avalia conhecimentos e habilidades que capacitam os alunos para participação efetiva na sociedade, com a finalidade de produzir indicadores dos sistemas educacionais. A avaliação em leitura visa se conhecer a compreensão, o uso e a reflexão dos estudantes sobre textos escritos para alcançar objetivos. Por sua vez, a avaliação na matemática se pretende medir a capacidade de atender suas necessidades no mundo para, por exemplo, expressar ideias bem fundamentadas.
A principal finalidade do programa é produzir indicadores dos sistemas educacionais. São avaliados alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
A avaliação em comento é o exato reflexo do descaso com a educação e da gigantesca incoerência do governo, que lança o lema “Pátria Educadora”, mas somente com a competência do caríssimo e abusivo marketing publicitário próprio do socialismo, porquanto de concreto não há qualquer prioridade para a educação, que permanece com as mesmas precariedades e deficiências do passado e ainda com acentuadas possibilidades de piorar ainda mais, diante dos seguidos cortes nas verbas orçamentárias alocadas na educação, dando-se o azo de se inferir que a mediocridade tem as melhores chances de se agravar em nome da bufa tentativa sedutora, ilusória e pomposa de pátria educadora, cujo lema funcionaria com muito mais propriedade se fosse “Pátria Enganadora”, diante dos desastrados atos da administração do país e das péssimas avaliações aplicadas em tudo que se refere ao país tupiniquim.
A avaliação em referência mostra a real situação de humilhação para os brasileiros, principalmente para aqueles com informação capaz de perceber o quanto o país deixa de se desenvolver exatamente por absoluta falta de interesse do governo, que não esboça qualquer iniciativa para valorizar e modernizar os sistemas educacionais, em especial no que diz respeito à reformulação do ensino e à melhoria da remuneração dos professores, incansáveis defensores de causas perdidas, diante da gritante insensibilidade das autoridades incumbidas das políticas pertinentes à educação, que se encontra em permanente e crônico estágio falimentar.
A verdade é que a educação deixa de contribuir para o desenvolvimento do país quando prevalece o obsoleto sistema educacional e os professores são desvalorizados e mal remunerados, cujas mazelas, infelizmente, merecem o beneplácito de parcela significativa da sociedade, que tem a indignidade de contribuir para a continuidade de governante que já demonstrou total incapacidade de governar o país com as potencialidades e as riquezas econômicas do Brasil.
Como de praxe nesse governo, logo vem a autoridade da demagogia para fazer média de cunho meramente socialista na televisão, afirmando que se trata de situação apenas passageira, mas o país está no caminho certo, quando, na realidade, não somente a educação, mas tudo que incumbe ao governo já se acha, inapelavelmente, no fundo do poço, sem a menor perspectiva de melhoras em curto prazo, à vista da mediocridade estampada nas medidas restritivas para as políticas de governo, que tenta, muito sem jeito, se adaptar aos rigores das graves crises político-administrativas que se abatem sobre a nação, cujo governo já demonstrou plena incapacidade de reação para, ao menos, amenizá-las.
A verdade é que educação nunca será objeto de prioridade para a classe política dominante que pretende se perpetuar no poder e controlar, a qualquer custo, os destinos do país e do seu povo, para a qual importa que o povo continue ignorante, despreparado e incapaz de perceber as mediocridades, principalmente na essencialidade das políticas públicas, que é a educação, porque povo instruído e devidamente educado não comunga com as cartilhas do idealismo que apenas prevalece a absoluta dominação política e soberania do poder, como vem acontecendo na atualidade, em indiscutível degeneração dos princípios republicano e democrático.
Não há menor dúvida de que a 60ª posição no ranking da educação, nesse particular, revela a falta de prioridade do governo para o que devia ser prioritário num país sério e consciente sobre a necessidade de se investir na essencialidade social, como forma de se pretender mudar a mentalidade de país de quinto mundo, que tem desprezo com a educação.
O Brasil está de parabéns como "Pátria Educadora" do governo petista, que, por muita sorte, ainda não figurou como o último país do ranking da avaliação da OCDE, mas essa proeza logo se confirma, com seus próprios méritos de mediocridade, não somente na educação, mas nas demais políticas de governo, como saúde, segurança pública, transportes, saneamento básico, infraestrutura e investimentos em obras, tudo com a marca da precariedade que contribui para causar enormes dificuldades ao bem comum, em contrariedade ao atendimento do interesse público. Acorda, Brasil!
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 30 de maio de 2015

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