Um importante jornalista, com destaque de atuação
em defesa do petismo, analisa com extrema sinceridade e lucidez o isolamento, a
falta de discurso e a real ameaça do ex-presidente da República petista nas
investigações da Operação Lava-Jato.
Ele disse que “Fiquei
triste ao ver e ouvir o discurso de Lula neste 1º de Maio da CUT, no Vale do
Anhangabaú, em São Paulo (…) Em toda
a sua longa trajetória, do sindicato ao Palácio do Planalto, Lula nunca ficou
tão isolado num palanque, sem estar cercado por importantes lideranças
políticas, populares e sindicais (…)
A presidente Dilma já tinha avisado que não viria, mas desta vez nem o prefeito
Fernando Haddad apareceu. Só havia gente desconhecida a seu lado e, ainda por
cima, um deles segurava o cartaz em que se lia ‘Abaixo Plano Levy - Ação
Petista’, mostrando o descompasso entre a CUT, o partido e o governo. Também não me lembro de ter visto Lula
falando para tão pouca gente, e tão desanimada, num Dia do Trabalhador. Não
havia ali sinais de alegria e esperança em quem o ouvia, como me acostumei a
acompanhar desde o final dos anos 70 do século passado, nas lutas dos
metalúrgicos no ABC. Lamento muito dizer, mas o discurso de Lula também não tem
mais novidades, não aponta para o futuro. Tem sido muito repetitivo, raivoso,
retroativo, sempre com os mesmos ataques à mídia e às elites, sem dar
argumentos para seus amigos e eleitores poderem defendê-lo dos ataques”.
O ex-presidente demostra visível destempero, por
ser considerado o símbolo intocável do maior partido brasileiro que se encontra
ameaçado por investigações de lobismo internacional e revelações de
empreiteiros, ou seja, por tráfico de influência, com possível evidência de que
a sua estrutura de homem todo-poderoso pode ser destruída diante das apurações
dos fatos levantados pelo Ministério Público Federal, que poderão resultar em
crime, nos termos de dispositivos do Código Penal.
Além desse fato lastimável, uma revista publicou
reportagem denunciando possível favorecimento pessoal ao petista, por
empreiteira investigada na Operação Lava-Jato, especificamente na reforma do
sítio onde ele utiliza para passar os finais de semana.
Na
atualidade, os brasileiros estão revelando nova capacidade de odiar pessoas,
políticos, partidos e principalmente de repudiar as enganações, as
desonestidades, as trapaças, as mentiras, os conchavos, as coalizões espúrias,
as bravatas etc., porque isso tem sido a causa do caos na administração do
país, cujas mazelas estão sendo refletidas na deficiente prestação dos serviços
públicos da saúde, da educação, da segurança pública, dos transportes, da infraestrutura,
do saneamento básico, além de ajudar na inexistência de investimentos em obras
capazes de contribuir para o progresso do país, que dá sinal de intenso cansaço
diante dos enormes entraves e empecilhos dispostos no seu trajeto de grande
nação, à vista da gigantesca resistência dos governantes às reformas
estruturais do Estado, como forma de domar o dragão do custo Brasil, que impede,
entre outros fatores, a competitividade da produção nacional e a modernização
do parque industrial.
A
degradação das práticas políticas, protagonizada pelos homens públicos
tupiniquins ilustram com riquíssimos pormenores a completa desmoralização
reinante no mundo político brasileiro, cujo cenário espelha a triste realidade
pela qual os homens dignos e honestos desprezarem a vida pública, fato que
dificulta a melhoria da qualidade da administração pública.
Os exemplos de degeneração das atividades políticas
são bastante visíveis quando se percebe a quantidade de congressistas se unir,
com unha e dentes, com o propósito de defender as mazelas, os desmandos, as
imoralidades e as precariedades estampadas no governo, em nítida demonstração
de despudor quanto aos princípios da dignidade que devem imperar na política,
porquanto é sabido que muitos estão totalmente indiferentes aos interesses
nacionais e à situação caótica do país, com a economia em frangalhos e a ética
atolada no lamaçal da corrupção.
Na realidade, eles estão literalmente preocupados
em garantir a sua participação nas benesses propiciadas pelo poder, com o
usufruto dos cargos públicos e a livre traficância de influência entre a
máquina pública, aliado aos favores paralelos, em benefício pessoal decorrentes
dos indecentes e repudiáveis privilégios inerentes ao exercício dos cargos
públicos eletivos, por força, o que é pior, da representação constituída
legalmente pelos bestas dos brasileiros, com o sufrágio do seu voto.
É extremamente vergonhoso para o país da
grandiosidade como o Brasil ter seu povo desinformado, desmemoriado e
absolutamente desinteressado, que nunca aprende a votar com o devido acerto em
benefício dele próprio e do país, uma vez que seus representantes, na maioria,
continuam sendo sempre aqueles que já deram mostras de incompetência, desonestidade,
indignidade, ilegitimidade, improbidade, que são conceitos contrários às
expectativas capazes de contribuir para a construção do país com perspectivas
de crescimento social, político, econômico e democrático, que tem sido o
caminho trilhado em sentido contrário, sob o comando da classe política
dominante, por terem por metas políticas de exclusiva satisfação de seus
interesses pessoais ou partidários, estes em planos secundários.
Caso o Brasil fosse um país com pouquinho de
seriedade e seu povo tivesse o mínimo de sensibilidade e de bom senso, este
terrível momento por que passam de humilhação as lideranças e o governo
petistas seria evitado, porquanto a presidente da República é obrigada a se
confinar nos palácios, com medo de ser apupada pela população, uma vez que as
práticas de corrosão da ética, moralidade e dignidade na administração pública,
consolidadas pelos reiterados casos de corrupção, a exemplo do mensalão e
petrolão, além da incompetência na condução das políticas públicas, notadamente
quanto ao horroroso desempenho da economia, que foi capaz de conduzir o país à
tragédia da recessão econômica, justificariam o afastamento do governo, ainda
na origem dos fatos lesivos aos interesses públicos.
Essa salutar prática do afastamento do governante
por incompetência e irregularidade na gestão pública é modelo que vem do
sistema parlamentarista, de modo a se permitir a interrupção, o quanto antes,
do processo deletério e prejudicial à nação e a eleição de novo mandatário, que
seja capaz de adotar sistemas eficientes e eficazes de combate à incompetência
e à corrupção, sendo que esta foi terrivelmente inspirada como instrumento de
fundamental importância para dar suporte ao famigerado projeto de perenidade no
poder, em completa afronta aos saudáveis princípios do decoro, da moralidade e
da dignidade que são inarredáveis na administração do país.
O certo é que o PT optou pelos rumos contrários às
boas condutas na condução das políticas públicas, tanto que as tentativas de
justificativas apresentadas pelas lideranças petistas, inclusive do
petista-mor, elas terminam caindo na vala comum do descrédito e da
desconfiança, diante da constatação de que os fatos objeto das investigações da
Operação Lava-Jato são extremamente concretos e refletem o tanto de muito dano causado
aos interesses do país, merecendo intenso repúdio e recriminação, com o máximo
da veemência da sociedade, que tem sido extremamente prejudicada pelas mazelas
e precariedades demandas pela prestação dos serviços públicos do governo.
No momento, o único ato de grandeza capaz de
demonstrar respeito à dignidade dos brasileiros, por parte do governo e do PT,
seria o reconhecimento de suas graves falhas perpetradas contra os interesses
do país e a imediata correção de tudo que contraria os princípios da dignidade
e da probidade na administração pública, a exemplo, entre outros casos
censuráveis, dos inexplicáveis, inadmissíveis, indecentes e vergonhosos
inchamento da máquina pública e do seu aparelhamento, bem assim da coalizão de governabilidade,
fundamentada no escrachado fisiologismo consolidado na administração pública,
que não encontra paralelo nem mesmo nas republiquetas, por haver nelas o mínimo
de respeito aos princípios da dignidade e moralidade na gestão dos recursos
públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de maio de 2015
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