Segundo um colunista bem informado, o ex-presidente
da República petista teria decidido ganhar as estradas do país, indo viajar pelo
Brasil afora, para se aproximar de correligionários e manter contato com as
bases partidárias do passado, com vistas à criação de fatos e à construção de conversas
com os políticos, tendo por finalidade o encontro de saída para a terrível crise
política e administrativa criada no âmbito do próprio partido, que foi incapaz de
encontrar os mecanismos para solucioná-la, antes que seus efeitos prejudicassem
ainda mais a tão desgastada imagem do partido, que se depara com o destruidor
estigma da corrupção e da incompetência na administração do país.
Os planos já estão em curso, com o embarque para
qualquer lugar onde o petista pretende encontrar porto seguro para a viabilização
da sua melhor decisão política sobre o início da solução dos graves problemas que
encurralaram seu partido numa gigantesca crise que o levou ao precipício da queda
livre da popularidade, englobando a sigla e as principais lideranças, inclusive
e principalmente a pessoa da presidente do país, que se debate com a séria
síndrome do panelaço, ante a rejeição da sociedade, que, saturada do desgoverno,
reprime as aparições dela com solenes batidas de panelas.
No momento, é comum o petista culpar as atitudes da
mandatária do país, que conseguiu, com o seu estilo diferente, mudar
completamente o rumo da política econômica no primeiro mandato, ensejando, com
isso, a brusca queda de apoio popular à presidente e a necessidade de o
ex-presidente tentar retomar seu próprio caminho político, embora as
alternativas de reação não sejam tão animadoras, diante do quadro desolador que
não se restringe somente à figura da presidente do país, mas tem abrangência
sobre tudo que diz respeito ao partido, que se tornou verdadeira imagem de tudo
que é errado e prejudicial aos interesses dos brasileiros, notadamente em se levando
em conta que o atingimento e a permanência no poder têm sido à custa de muitas
argumentações e medidas nada construtivas e adequadas aos princípios da
dignidade política, quando as verdades foram constantemente distorcidas e
negadas, tão somente em benefício da conquista e do absoluto domínio do poder,
em menosprezo aos sentimentos de decência, nobreza, brio e sinceridade que
devem imperar nas atividades políticas e administrativas do país.
Embora não pareça, mas a preocupação do petista-mor
aumentou de forma significativa com a prisão do tesoureiro do PT, que sempre se
esforçou ao máximo para tentar dar legitimidade aos recursos desviados da
Petrobras, sabidamente por meio de fraudes ridicularmente embaladas e rotuladas
como doações, como se isso fosse possível acontecer impunemente num sistema alicerçado
em princípios de sinceridade, dignidade, legitimidade e probidade.
Segundo seus assessores, o ex-presidente pretende,
neste momento de dificuldades do segundo mandato da petista, manter contatos
com sua base original e trabalhar com afinco pela preservação de parte dos seus
aliados, com vistas à busca de saídas para a crise que permanece instalada no
governo e se espraia com forte intensidade no âmbito do seu partido, tendo o
inevitável poder de chamuscar também a imagem do todo-poderoso.
O ex-presidente não se conforma com a falta do reconhecimento
pelo fato de ter, nos governos petistas, instituído o maior programa de
distribuição de renda da história deste país, como se isso fosse eterno legado
de permanente gratidão do povo às lideranças e ao seu partido, dando a entender
que se trata de sacrifício pessoal de puro altruísmo e de algo além da
capacidade do gestão público, quando se sabe que os benefícios do Bolsa Família
seriam implementados por qualquer governo mediano, ante a premência da ajuda às
famílias necessitadas economicamente, de obrigação constitucional do Estado.
Antes de tudo, convém que os brasileiros se conscientizem
de que as políticas de distribuição de renda, que beneficiam as famílias pobres
e necessitadas economicamente, foram instituídas por imperiosa necessidade de
ajudar as famílias carentes, cujas medidas são suportadas à custa do dinheiro
dos contribuintes e não do partido do ex-presidente, contrariamente como se
apregoam seus intransigentes defensores, como se por traz desse “extraordinário”
esforço não tivesse embutido o verdadeiro viés eleitoreiro, com o propósito
populista e caudilhista, visando inevitáveis fins político-eleitorais, na consecução
da tão importante meta de perenidade no poder.
Por seu turno, os brasileiros precisam defender,
com urgência, as reformas estruturais do Estado, de modo que o aperfeiçoamento
e a modernização do sistema político-eleitoral possam dificultar a permanência
na vida pública de maus políticos, com caráter duvidoso que visam à satisfação
de interesses pessoais e, subsidiariamente, partidários, e sem o menor pudor
para combater a corrupção e a degeneração do interesse político.
O petista precisa saber, com a máxima urgência, que
o seu envolvimento na política nacional, à vista dos fatos, tem servido como
fator de destruição dos princípios da dignidade na administração pública, tendo
em vista, entre outros fatos, que a politicagem da implantação do fisiologismo
ideológico no seu governo resultou em enorme naufrágio ao interesse público, no
que diz respeito à degeneração dos conceitos da ética e da moralidade, à vista
das permanentes discussões sobre os casos de corrupção que grassam na
administração pública, com aprofundamento nos governos petistas, conforme as
frequentes investigações e prisões de criminosos envolvidos nas irregularidades
objeto da Operação Lava-Jato, cujas fraudes teriam por finalidade a
consolidação do projeto de absoluto domínio do poder, que vem sendo construído
por meios censuráveis e contrários aos interesses públicos.
Convém que a sociedade, atenta à sua responsabilidade
cívica, seja capaz de abominar a existência dos maus políticos na vida pública,
como forma de se evitar a continuidade das práticas deletérias dos recursos
públicos, parte dos quais é normalmente aplicada, de forma inescrupulosa, em finalidade
embora revestida de legitimidade, mas com propósitos destituídos da satisfação
do interesse público, ante o indiscutível viés tendencioso ao atendimento de
causas pessoais ou partidárias. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de maio de 2015
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