A Polícia
Federal afirmou que o então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, preso pela Operação Lava-Jato, teria praticado crimes pertinentes ao desvio de
dinheiro da Petrobras, possivelmente desde 2004 e que as ações criminosas dele
têm tom de desafio às instituições, por serem compatíveis ao papel semelhante
ao do doleiro, ou seja, de um operador.
No
mandado de prisão, o juiz responsável pela Operação Lava-Jato escreveu no
despacho que o então tesoureiro do PT determinou que parte das propinas no esquema de corrupção na Petrobras fosse para a uma gráfica, sediada
em São Paulo, cujo valor pode chegar à cifra de R$ 2,5 milhões.
O juiz
afirmou também que "os recursos
criminosos teriam sido utilizados não só para a realização de doações
registradas ao Partido dos Trabalhadores, mas também para a realização de
pagamentos por serviços, total ou em parte, simulado pela referida Editora
Gráfica Atitude, isso por indicação de João Vaccari Neto".
O
juiz afirmou que, segundo os relatos de delatores, o então tesoureiro do
PT participou "intensamente"
do esquema na Petrobras, como operador desse partido, no recebimento de propinas.
A Polícia
Federal disse ainda que a família do ex-tesoureiro do PT se envolveu, de forma
irregular, em diversas operações financeiras suspeitas de valores expressivos.
De acordo
com um procurador, ao se referir ao valor de R$ 300 mil desviados da Petrobras,
“Não há indicativo de crime, apenas
suspeita de que estes valores tenham origem ilícita”.
Um delegado
da Polícia Federal disse que existe material suficiente e contundente para se
provarem as irregularidades do ex-tesoureiro do PT e que "Está claro o total desrespeito de Vaccari
Neto com relação à Justiça e às leis brasileiras".
Além
disso, conforme um delegado que cuida do caso, o ex-tesoureiro do PT foi citado
por, pelo menos, cinco suspeitos, que firmaram acordo de delação premiada para
repassar informações sobre o esquema existente na Petrobras.
Segundo
um delegado da Polícia Federal, nem mesmo o processo contra o ex-tesoureiro do
PT, envolvendo a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop),
o intimidou, no qual o Ministério Público de São Paulo o denunciou por suspeita
de desvio de dinheiro da Bancoop para a campanha eleitoral petista de 2010.
Apesar de
ter vindo com bastante atraso, diante das intensas acusações de irregularidades
cuja culpabilidade lhe é atribuída, a prisão do então tesoureiro do PT teve
repercussão positiva não somente no âmbito da opinião pública, mas também no seio
do mundo político, e isso significa a possibilidade real do mais rápido
esclarecimento sobre os fatos pertinentes ao desvio de recursos para os cofres
de seu partido.
Não há a
menor dúvida de que o principal articulador do desvio de propinas para os
cofres do PT demorou a ser guardado no lugar seguro e apropriado para aqueles
que afrontam a legislação do país, à vista das fartas e indiscutíveis provas
testemunhais e materiais, à vista das robustas acusações de que o então tesoureiro
do PT manteve contato com agentes das principais empreiteiras da Petrobras, em
evidente demonstração de que a prisão dele apenas faz parte indispensável da
necessidade de se apurar as irregularidades que atingiram, inapelavelmente, o
alto escalão do partido do governo.
Causa enorme
perplexidade se perceber, embora se trate de fato normal, que as lideranças do
PT afiançam o total crédito às atividades do seu então tesoureiro, que se
encontra preso, em que pesem as evidências da participação dele nas falcatruas
objeto das investigações da Operação Lava-Jato, porquanto o partido do governo
garante que “Do ponto de vista político,
mantemos confiança de que ele não cometeu nada de errado”.
Conforme
os elementos já disponibilizados à opinião pública, há suficientes convicções de
que a corrupção na Petrobras tinha como finalidade o uso dos recursos desviados
para financiamento ilegal de financiamento de campanha do PT e de partidos
aliados, como forma de se contribuir para o financiamento da perenidade no
poder, não importando os fins para serem alcançados os objetivos partidários.
Um
atuante senador disse, por meio de nota, que "O PT não tem credencias de partido político, e sim de lavanderia. O
partido é reincidente ao ter o tesoureiro Vaccari, sucessor de Delúbio Soares,
flagrado e preso por arrecadar dinheiro desviado de empresas públicas para
alimentar suas campanhas e encher os bolsos de seus dirigentes. Tudo caminha para que o PT perca o registro
de partido político. E, comprovado que a presidente Dilma foi beneficiada por
esse esquema em suas campanhas, será mais que suficiente para ela perder o
mandato por corrupção".
Agora que a porta foi escancarada, o próximo passo
deve ser a quebra do sigilo bancário, fiscal e patrimonial do "probo"
ex-tesoureiro, embora garanta que somente recebia doações provenientes de
contratos da Petrobras de forma legal.
Nessa fase das apurações dos fatos denunciados,
quando empreiteiros, delatores e outros envolvidos na Operação Lava-Jato
afirmaram que o então tesoureiro petista era o principal operador das propinas,
somente os fiéis e fanáticos petistas acreditam que as doações feitas com
recursos oriundas da estatal são realmente legítimas, dando a entender que há
absoluta falta de sensibilidade e bom senso para não se querer enxergar a
realidade dos fatos, que são muito claros como a luz solar.
Convém que a sociedade se conscientize sobre o sentimento
absurdo de se desviar recursos públicos, sob eficiente sistema que não
funcionava na gestão das verbas públicas, para o exclusivo financiamento de
campanhas político-eleitorais de cunho estritamente voltado para o projeto de
perenidade no poder, como tem ficado bastante claro nos translúcidos fatos
investigados na Operação Lava-Jato, mostrando que os esquemas montados na
Petrobras demonstram monstruoso aparato com a finalidade de financiar a
ganância predatória dos princípios da dignidade, honestidade e nobreza que
deveriam primar na administração do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de maio de 2015
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