Passados pouco mais de 40 anos da formatura
da minha turma de Sargento da Escola de Especialistas da Aeronáutica, os
intrépidos e bravos companheiros daquela jornada pretendem, agora, prestar
homenagem a duas pessoas consideradas bastante queridas, entre as especiais que
integravam o seleto Corpo de Alunos daquele educandário, quais sejam, o Cel. Lucas
Xavier Pinto e o Suboficial José Rodrigues de Almeida, na época, no posto de
Tenente e na graduação de Sargento, respectivamente.
Com esse propósito, as tratativas estão sendo
diplomaticamente encaminhadas e uma delas, a última, causou excepcional
impressão, conforme a narrativa do experiente mensageiro da Turma 162, que
expõe toda sua emoção ao formular o especial convite ao Suboficial José
Rodrigues de Almeida, que se prontificou a comparecer à homenagem, para
satisfazer a nossa expectativa de mostrar-lhe o quanto o seu trabalho foi valioso
e importante para nossas vidas.
O mestre Santiago narra assim a sua epopeia:
“... quando escutei a voz do garoto, eu
tremi nas bases. Identifiquei-me e expliquei tudo sobre a 162ª Turma. Convidei-o
para o churrasco, falei que ele seria homenageado,... O Sgt Rodrigues está com
83 anos, tem saúde boa, forneceu-me o endereço e eu prometi buscá-lo na sua
casa... Ele me pediu que eu o chamasse de você, mas prontamente respondi que
NÃO, porque ele tinha me ensinado a respeitar as pessoas. O homem desabou em choro,
mas não somente ele, porque minha voz embargou. Ele disse não ser merecedor de
homenagem nenhuma. Afirmei o carinho e o respeito que temos por ele. Comentei
também sobre a presença do Cel. Lucas – ‘Cavalo de Aço’ - e quando perguntei o
nome completo dele, ele indagou: como vocês me chamavam? Respondi que não
falaria. Ele tanto insistiu que eu pedi licença e disse: SARGENTO CAVEIRINHA. Ele
caiu na gargalhada. Tive a honra de falar com ele por 24 minutos e 18 segundos.
Ele se lembrou de muitos de nós. Citou vários nomes. Foi uma das melhores
coisas que fiz até hoje em minha vida. DEUS me abençoou para que esse momento
chegasse um dia. Agradeci a Ele pelo que fez por nós e confesso a vocês: minha
voz não saia mais. Pedi a DEUS que o abençoasse e desliguei o telefone.
Desliguei sem me despedir: eu tinha perdido a voz. Pedi ao Cecílio que ligasse
para ele: eu não conseguia mais falar. Irmãos, meu coração está em festa. Acho
hoje um dia abençoado e 27 Mai 2015, nunca será esquecido. DEUS continue nos
abençoando...”.
Não há a menor dúvida de que o episódio
supracitado transbordado de pura emoção somente poderia ter vivenciado pelo
mestre Santiago, que demonstrou toda sua larga experiência para seduzir o velho
guerreiro ao encontro de ávidos discípulos, que certamente lhe prestarão
adequada e aprazível homenagem para quem nos honrou brilhantemente com a sua
dedicação e o seu exemplo de bem servir à pátria.
Nem precisa muito esforço pelo vaticínio de que
será um encontro bastante amistoso de velhos companheiros, entre o mestre
sempre temido e seus discípulos ardorosos por seus proveitosos ensinamentos.
Diante
do esforço empreendido nessa ingente empreitada, o querido irmão mestre
Santiago é digno de nossos encômios, pelo brilhante contato com um dos
baluartes de nossos bons tempos de guerreiros de muitas causas ainda a vencer,
que foram vencidas na nossa história de vida.
É
indiscutível que o diligente e sempre atencioso Sargento Rodrigues marcou seu
terreno como implacável disciplinador, cujos frutos do seu empenho foram muito
bem colhidos no decorrer de nossas vidas, como provam os resultados de nossos
trabalhos no país afora.
Posso
imaginar o tanto de emoção ao se contatar com essa figura muito representativa
para todos nós, cuja contribuição se associou ao trabalho não menos importante
dos demais sempre lembrados e queridos instrutores, professores,
disciplinadores e colaboradores da “Universidade Federal de Pedregulho”.
Com
certeza, o momento não poderia ser mais importante como este agora, quando
todos nós já nos encontramos no apogeu das nossas experiências de vida, para se
prestar justa e merecida homenagem àquele que não consegue, por mais que o
tempo flua, se distanciar de nossos pensamentos, ante a sua expressiva e
marcante presença no Corpo de Alunos, com seu trabalho muito dignificante para
todos os alunos.
Sem
dúvida, ele fez história, por ter se destacado, ao seu modo, um pouquinho mais
entre seus pares, não por ser o melhor entre os excelentes, mas sim por querer
sempre o melhor de cada um de nós e certamente ele conseguiu alcançar seu
intento, tanto que ele nunca deixou de ter seu trabalho enaltecido por todos os
alunos que tiveram o privilégio de ter sido instruído e orientado por sua
cartilha de bom mestre e disciplinador, que soube ser inflexível diante na
nossa fragilidade de aluno sempre carente de apoio – que nunca faltou -, mas,
por certo, ele tinha absoluta certeza de que o seu trabalho serviria como
autêntico magma, extraído da melhor terra, para plasmar em nós os bons
ensinamentos e as melhores lições, como forma de prestimosa colaboração para a
facilitação do cumprimento da importante missão confiada a cada um de nós, cujo
empenho de todos contribuiu para o benefício e o engrandecimento do Brasil.
ALUNO
73/161 ADALMIR - 19ª CIA/EEAer
Brasília,
em 28 de maio de 2015
FUI da amarela 80 formada dez 81 que tempo bom muutassaudades.
ResponderExcluirMeu nome é GILMAR , fui da turma 171 de julho de 77 ( Branca). O Sgt. Rodrigues é inesquecível. Confesso que ficava apovorado quando sabia q ele seria o instrutor de ordem unida. Hoje , porém, lembro dele com carinho e tenho saudades daqueles tempos.
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