quinta-feira, 28 de maio de 2015

Homenagem ao Suboficial (Aeronáutica) Rodrigues

Passados pouco mais de 40 anos da formatura da minha turma de Sargento da Escola de Especialistas da Aeronáutica, os intrépidos e bravos companheiros daquela jornada pretendem, agora, prestar homenagem a duas pessoas consideradas bastante queridas, entre as especiais que integravam o seleto Corpo de Alunos daquele educandário, quais sejam, o Cel. Lucas Xavier Pinto e o Suboficial José Rodrigues de Almeida, na época, no posto de Tenente e na graduação de Sargento, respectivamente.
Com esse propósito, as tratativas estão sendo diplomaticamente encaminhadas e uma delas, a última, causou excepcional impressão, conforme a narrativa do experiente mensageiro da Turma 162, que expõe toda sua emoção ao formular o especial convite ao Suboficial José Rodrigues de Almeida, que se prontificou a comparecer à homenagem, para satisfazer a nossa expectativa de mostrar-lhe o quanto o seu trabalho foi valioso e importante para nossas vidas.
O mestre Santiago narra assim a sua epopeia: “... quando escutei a voz do garoto, eu tremi nas bases. Identifiquei-me e expliquei tudo sobre a 162ª Turma. Convidei-o para o churrasco, falei que ele seria homenageado,... O Sgt Rodrigues está com 83 anos, tem saúde boa, forneceu-me o endereço e eu prometi buscá-lo na sua casa... Ele me pediu que eu o chamasse de você, mas prontamente respondi que NÃO, porque ele tinha me ensinado a respeitar as pessoas. O homem desabou em choro, mas não somente ele, porque minha voz embargou. Ele disse não ser merecedor de homenagem nenhuma. Afirmei o carinho e o respeito que temos por ele. Comentei também sobre a presença do Cel. Lucas – ‘Cavalo de Aço’ - e quando perguntei o nome completo dele, ele indagou: como vocês me chamavam? Respondi que não falaria. Ele tanto insistiu que eu pedi licença e disse: SARGENTO CAVEIRINHA. Ele caiu na gargalhada. Tive a honra de falar com ele por 24 minutos e 18 segundos. Ele se lembrou de muitos de nós. Citou vários nomes. Foi uma das melhores coisas que fiz até hoje em minha vida. DEUS me abençoou para que esse momento chegasse um dia. Agradeci a Ele pelo que fez por nós e confesso a vocês: minha voz não saia mais. Pedi a DEUS que o abençoasse e desliguei o telefone. Desliguei sem me despedir: eu tinha perdido a voz. Pedi ao Cecílio que ligasse para ele: eu não conseguia mais falar. Irmãos, meu coração está em festa. Acho hoje um dia abençoado e 27 Mai 2015, nunca será esquecido. DEUS continue nos abençoando...”.
Não há a menor dúvida de que o episódio supracitado transbordado de pura emoção somente poderia ter vivenciado pelo mestre Santiago, que demonstrou toda sua larga experiência para seduzir o velho guerreiro ao encontro de ávidos discípulos, que certamente lhe prestarão adequada e aprazível homenagem para quem nos honrou brilhantemente com a sua dedicação e o seu exemplo de bem servir à pátria.
Nem precisa muito esforço pelo vaticínio de que será um encontro bastante amistoso de velhos companheiros, entre o mestre sempre temido e seus discípulos ardorosos por seus proveitosos ensinamentos.
Diante do esforço empreendido nessa ingente empreitada, o querido irmão mestre Santiago é digno de nossos encômios, pelo brilhante contato com um dos baluartes de nossos bons tempos de guerreiros de muitas causas ainda a vencer, que foram vencidas na nossa história de vida.     
É indiscutível que o diligente e sempre atencioso Sargento Rodrigues marcou seu terreno como implacável disciplinador, cujos frutos do seu empenho foram muito bem colhidos no decorrer de nossas vidas, como provam os resultados de nossos trabalhos no país afora.
Posso imaginar o tanto de emoção ao se contatar com essa figura muito representativa para todos nós, cuja contribuição se associou ao trabalho não menos importante dos demais sempre lembrados e queridos instrutores, professores, disciplinadores e colaboradores da “Universidade Federal de Pedregulho”.
Com certeza, o momento não poderia ser mais importante como este agora, quando todos nós já nos encontramos no apogeu das nossas experiências de vida, para se prestar justa e merecida homenagem àquele que não consegue, por mais que o tempo flua, se distanciar de nossos pensamentos, ante a sua expressiva e marcante presença no Corpo de Alunos, com seu trabalho muito dignificante para todos os alunos.
Sem dúvida, ele fez história, por ter se destacado, ao seu modo, um pouquinho mais entre seus pares, não por ser o melhor entre os excelentes, mas sim por querer sempre o melhor de cada um de nós e certamente ele conseguiu alcançar seu intento, tanto que ele nunca deixou de ter seu trabalho enaltecido por todos os alunos que tiveram o privilégio de ter sido instruído e orientado por sua cartilha de bom mestre e disciplinador, que soube ser inflexível diante na nossa fragilidade de aluno sempre carente de apoio – que nunca faltou -, mas, por certo, ele tinha absoluta certeza de que o seu trabalho serviria como autêntico magma, extraído da melhor terra, para plasmar em nós os bons ensinamentos e as melhores lições, como forma de prestimosa colaboração para a facilitação do cumprimento da importante missão confiada a cada um de nós, cujo empenho de todos contribuiu para o benefício e o engrandecimento do Brasil.
 
ALUNO 73/161 ADALMIR - 19ª CIA/EEAer
 
Brasília, em 28 de maio de 2015

2 comentários:

  1. FUI da amarela 80 formada dez 81 que tempo bom muutassaudades.

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  2. Meu nome é GILMAR , fui da turma 171 de julho de 77 ( Branca). O Sgt. Rodrigues é inesquecível. Confesso que ficava apovorado quando sabia q ele seria o instrutor de ordem unida. Hoje , porém, lembro dele com carinho e tenho saudades daqueles tempos.

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