O líder do governo na Câmara dos Deputados disse
que não há tempo para alterações, no Senado Federal, das Medidas Provisórias referentes
ao ajuste fiscal, tendo defendido a votação dentro do prazo e criticado os
senadores que pretendem alterá-las.
Ele disse que, “Se
alterar no Senado, não haverá tempo hábil de a Câmara votar novamente as
medidas antes de perder a vigência. O Senado precisa ter essa dimensão. Não tem
como porque semana que vem a Casa vai votar a reforma política. Se os senadores
têm questões não contempladas, podem discutir em outras MPs. O país quebra se
não votarmos as Medidas Provisórias.”.
O petista aproveitou para criticar os senadores que
declararam intenção de votar contra a medida que versa sobre o
seguro-desemprego e o abono salarial, os quais integram a base aliada do
governo e da oposição. Ele disse que “Isso
é um erro. Estou falando isso como vice-presidente nacional do PT. Tem gente do
PT que adora bater foto com a Dilma quando ela vai aos estados, mas adora
também fazer movimentos contrários. Deputado
e senador do PT têm que ser solidário com a presidente Dilma.”.
Um senador petista fez enfáticas críticas à
política econômica do governo, mas especificamente ao ministro da Fazenda, ao
afirmar que, ipsis litteris: “Vamos para o embate! Não é absolutamente
contra o Levy, mas ele é defensor de certos preceitos. E esse ajuste é um samba
de uma nota só: só se fala de corte, corte, corte, de ajuste fiscal. A MP 665 vai
à contramão do que pregamos e as leis trabalhistas. Vários senadores apoiaram a
campanha de reeleição da presidente Dilma e estamos convencidos de que, para
esse governo dar certo, terá que mudar a política econômica. Há três meses que
pedimos medidas para o andar de cima. Mas não há medidas para os mais ricos.”.
A
afirmação do líder do governo é nada mais nada menos do que o atestado
fidedigno de que o país já se encontra quebrado, em estado falimentar, mas
aguardando apenas o socorro do Congresso Nacional, que se encontra pressionado
para votar medida, agora, com urgência, para possibilitar ao menos minorar a visível
quebradeira do Brasil, que foi causada pelo governo, em razão das trágicas
medidas adotadas na primeira gestão da presidente da República, que
desestruturaram por completo os pilares da economia, mediante os abusivos e
descontrolados gastos que superaram os limites previstos na Lei de
Responsabilidade Fiscal.
A
declaração sincera do petista é o indiscutível e expresso reconhecimento da
incompetência e da desmoralização impostas aos brasileiros, que agora são
obrigados a pagar pelos erros de gestão governamental, por meio de abusivos
aumentos das contas de energia elétrica, dos preços dos combustíveis, das taxas
de juros altíssimas, de tributos, enfim, pelos descontroles das contas públicas
e das dívidas públicas, justamente por completa precariedade e ineficiência da
administração pública, que foi incapaz de conduzir com prudência e competência
as políticas públicas, a ponto de levar o país à recessão e ao
subdesenvolvimento econômico.
Para complicar ainda mais a grave crise
político-administrativa, o governo ainda se encontra envolto com as corrupções
endêmicas e sistêmicas, que foram capazes de também quebrar uma empresa do
porte e da potência da Petrobras, que foi despencada do 30º para o 416º lugar
no ranking das maiores empresas do mundo, por força das fraudes perpetradas por
integrantes do partido oficial e de aliados do governo, que não tiveram o menor
escrúpulo em desviar recursos de contratos da estatal para alimentar os cofres
do PT, PMDB e PP, segundo depoimentos à Justiça Federal de delatores da
Operação Lava-Jato.
O
conjunto dos maléficos fatos da gestão pública mostra o real e elevado nível da
incompetência da administração do país com a grandeza e as potencialidades do
Brasil, cuja governante teria prometido mundo e fundos, na campanha eleitoral,
inclusive a promoção de mudanças, ou a continuidade delas, em benefício da
população, mas, agora, o líder do governo admite que o país se encontre
quebrado, destroçado economicamente, evidenciando o tamanho das dificuldades
para a superação dessa enorme crise, ante a demonstração de incapacidade para
governá-lo até mesmo em tempos de normalidade.
Não
há dúvida de que causa perplexidade a presidente brasileira não ter conseguido
evitar o desastre que levou à situação periclitante do país, a ponto de se apelar
pelo emprego do espírito de solidariedade da base de sustentação ao governo no
Congresso, no sentido da aprovação das medidas pertinentes aos ajustes fiscal e
econômico, sob pena de se agravar, de forma perigosa, a falência do Brasil.
Quando
o líder do governo se expressa, com clareza, admitindo que o país se acha
quebrado e dependendo de urgente socorro do poder Legislativo, para não ir à
plena e irremediável bancarrota, entende-se que a situação econômico-financeira
brasileira já pode ser considerada gravíssima e bastante preocupante, ante a
indiscutível perda da capacidade de administrar os interesses nacionais, salvo
com a imposição de pesados sacrifícios aos brasileiros, com a retirada de
direitos trabalhistas, aumentos de tributo e de preços administrados pelo
governo e mais apertos que somente contribuem para ampliar as recrimináveis
restrições à economia, os quais certamente irão contribuir ainda mais para o
subdesenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 25 de maio de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário