segunda-feira, 25 de maio de 2015

O reconhecimento da quebra do país

O líder do governo na Câmara dos Deputados disse que não há tempo para alterações, no Senado Federal, das Medidas Provisórias referentes ao ajuste fiscal, tendo defendido a votação dentro do prazo e criticado os senadores que pretendem alterá-las.
Ele disse que, “Se alterar no Senado, não haverá tempo hábil de a Câmara votar novamente as medidas antes de perder a vigência. O Senado precisa ter essa dimensão. Não tem como porque semana que vem a Casa vai votar a reforma política. Se os senadores têm questões não contempladas, podem discutir em outras MPs. O país quebra se não votarmos as Medidas Provisórias.”.
O petista aproveitou para criticar os senadores que declararam intenção de votar contra a medida que versa sobre o seguro-desemprego e o abono salarial, os quais integram a base aliada do governo e da oposição. Ele disse que “Isso é um erro. Estou falando isso como vice-presidente nacional do PT. Tem gente do PT que adora bater foto com a Dilma quando ela vai aos estados, mas adora também fazer movimentos contrários. Deputado e senador do PT têm que ser solidário com a presidente Dilma.”.
Um senador petista fez enfáticas críticas à política econômica do governo, mas especificamente ao ministro da Fazenda, ao afirmar que, ipsis litteris:Vamos para o embate! Não é absolutamente contra o Levy, mas ele é defensor de certos preceitos. E esse ajuste é um samba de uma nota só: só se fala de corte, corte, corte, de ajuste fiscal. A MP 665 vai à contramão do que pregamos e as leis trabalhistas. Vários senadores apoiaram a campanha de reeleição da presidente Dilma e estamos convencidos de que, para esse governo dar certo, terá que mudar a política econômica. Há três meses que pedimos medidas para o andar de cima. Mas não há medidas para os mais ricos.”.
A afirmação do líder do governo é nada mais nada menos do que o atestado fidedigno de que o país já se encontra quebrado, em estado falimentar, mas aguardando apenas o socorro do Congresso Nacional, que se encontra pressionado para votar medida, agora, com urgência, para possibilitar ao menos minorar a visível quebradeira do Brasil, que foi causada pelo governo, em razão das trágicas medidas adotadas na primeira gestão da presidente da República, que desestruturaram por completo os pilares da economia, mediante os abusivos e descontrolados gastos que superaram os limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal.     
A declaração sincera do petista é o indiscutível e expresso reconhecimento da incompetência e da desmoralização impostas aos brasileiros, que agora são obrigados a pagar pelos erros de gestão governamental, por meio de abusivos aumentos das contas de energia elétrica, dos preços dos combustíveis, das taxas de juros altíssimas, de tributos, enfim, pelos descontroles das contas públicas e das dívidas públicas, justamente por completa precariedade e ineficiência da administração pública, que foi incapaz de conduzir com prudência e competência as políticas públicas, a ponto de levar o país à recessão e ao subdesenvolvimento econômico.
Para complicar ainda mais a grave crise político-administrativa, o governo ainda se encontra envolto com as corrupções endêmicas e sistêmicas, que foram capazes de também quebrar uma empresa do porte e da potência da Petrobras, que foi despencada do 30º para o 416º lugar no ranking das maiores empresas do mundo, por força das fraudes perpetradas por integrantes do partido oficial e de aliados do governo, que não tiveram o menor escrúpulo em desviar recursos de contratos da estatal para alimentar os cofres do PT, PMDB e PP, segundo depoimentos à Justiça Federal de delatores da Operação Lava-Jato.
          O conjunto dos maléficos fatos da gestão pública mostra o real e elevado nível da incompetência da administração do país com a grandeza e as potencialidades do Brasil, cuja governante teria prometido mundo e fundos, na campanha eleitoral, inclusive a promoção de mudanças, ou a continuidade delas, em benefício da população, mas, agora, o líder do governo admite que o país se encontre quebrado, destroçado economicamente, evidenciando o tamanho das dificuldades para a superação dessa enorme crise, ante a demonstração de incapacidade para governá-lo até mesmo em tempos de normalidade.
Não há dúvida de que causa perplexidade a presidente brasileira não ter conseguido evitar o desastre que levou à situação periclitante do país, a ponto de se apelar pelo emprego do espírito de solidariedade da base de sustentação ao governo no Congresso, no sentido da aprovação das medidas pertinentes aos ajustes fiscal e econômico, sob pena de se agravar, de forma perigosa, a falência do Brasil.
Quando o líder do governo se expressa, com clareza, admitindo que o país se acha quebrado e dependendo de urgente socorro do poder Legislativo, para não ir à plena e irremediável bancarrota, entende-se que a situação econômico-financeira brasileira já pode ser considerada gravíssima e bastante preocupante, ante a indiscutível perda da capacidade de administrar os interesses nacionais, salvo com a imposição de pesados sacrifícios aos brasileiros, com a retirada de direitos trabalhistas, aumentos de tributo e de preços administrados pelo governo e mais apertos que somente contribuem para ampliar as recrimináveis restrições à economia, os quais certamente irão contribuir ainda mais para o subdesenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 25 de maio de 2015

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