A presidente da República, depois de mais de quatro
meses da assunção do seu segundo mandato, não teve capacidade para nomeou os dirigentes
dos órgãos do chamado segundo escalão, a exemplo dos presidentes do Banco do
Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES, bem assim das agências
reguladoras e de muitas empresas estatais importantes para a execução das
políticas governamentais.
A petista também não conseguiu definir, com os
respectivos Ministros, os projetos centrais e essenciais dos Ministérios e
muito menos as estratégias de governo, para o atingimento de seus objetivos
primordiais de gestão.
No entanto, as únicas medidas adotadas pelo governo
constam dos ajustes fiscal e econômico, onde um pacote de maldade encabeça seu
conteúdo, com a retirada de conquistas e direitos de trabalhadores, no que
pertine à pensão por morte, ao seguro desemprego, ao auxílio defeso, ao aumento
de tributo etc., além dos expressivos e substanciais aumentos da energia
elétrica, combustíveis, dos juros etc., que não constavam do programa de
governo discutido com os eleitores na campanha eleitoral.
Na verdade, a petista, a par de ter contribuído
para contrariar os interesses de trabalhadores, também desagradou seus
correligionários e aliados políticos, com suas reformas previdenciárias e
econômicas, não consegue apresentar a mínima capacidade para limpar a agenda
negativa que ela, por inexperiência político-administrativa, agregou ao seu
governo, que não demonstra a menor aptidão para solucionar a monstruosa crise.
Não há dúvida de que o pífio desempenho da
economia, com seus indicadores sinalizando fortemente para a consolidação de
processo recessivo da economia, e as irregularidades investigadas pela Operação
Lava-Jato, que conseguiu expor as entranhas da corrupção existente na
Petrobras, são suficientemente capazes de consumir todo tempo do trabalho
presidencial, que já demonstrou à evidência plena incapacidade para solucionar
até mesmo as questões menos complexas do que essas.
A tarefa da presidente já seria gigantesca mesmo se
contasse com equipe qualificada e preparada para enfrentar grandes desafios,
mas seu assessoramento padece de conselheiros com domínio nas áreas política,
econômica, estratégica e estrutural, indispensáveis ao equacionamento e a solução
dos problemas nacionais.
Diante disso e à míngua de melhor qualificação para
o oferecimento de efetiva contribuição para a limpeza do terrível amontoado de
entulho a um só tempo empacotado e entregue para a petista, seu governo demonstra
total incapacidade para remover as sujeiras e as precariedades acumuladas na
administração do país.
À
vista dos fatos políticos e administrativos, há evidência de que o país se
encontra acéfalo, diante das dificuldades apresentadas pelo governo para
solucioná-las com medidas eficientes, conquanto somente os ajustes foram
apresentados, mas eles são insuficientes para combatê-las, por não haver reação
do governo nem sensibilidade da sua parte, à altura da gravidade da crise
instalada no país.
A
insatisfação da sociedade corresponde exatamente ao tamanho dos estragos e
prejuízos já causados ao país pela má administração, cujos danos já consolidados
poderão custar o mandato da presidente, por não ter tido condições de contornar
a tragédia implantada no seu governo, à vista da falta de políticas capazes de
controlar as contas públicas, a inflação, as dívidas públicas, os juros altos,
a desindustrialização, o desemprego, a diminuição da arrecadação, a falta de
investimentos capazes de contribuir para o desenvolvimento do país, entre outras
dificuldades para as quais não houve o remédio esperado pela sociedade.
O
certo é que a situação de calamidade administrativa e as incontroláveis
irregularidades com recursos públicos, notadamente no que se trata à gestão deletéria
da Petrobras, devem ser atribuídas muito mais àqueles fanáticos pelo desgoverno
que deram seus votos de confiança a quem já havia demonstrado que não tinha
condições de administrar a nação, na melhor forma da competência e eficiência,
à vista da situação caótica representada pela condução das políticas públicas,
em especial pela desqualificável prestação dos serviços públicos e pelo
desempenho das políticas econômicas, ante a posição atual de subdesenvolvimento
que se encontra o país, e do descalabro imposto ao gerenciamento do patrimônio
da Petrobras, que foi dominado pelo submundo da corrupção, com o efetivo
envolvimento nas falcatruas de partidos da base de sustentação do governo, na
presença do PT, PMDB e PP, conforme consta dos depoimentos à Polícia Federal do
ex-diretor de Abastecimento, ex-gerente da estatal e doleiro, que se encontram
presos.
Não
obstante, apesar dos fatos lastimáveis, o governo não foi capaz de se
sensibilizar para a necessidade de se despertar da inércia diante dos
acontecimentos clamorosos e desastrosos em detrimento dos interesses do país,
não tendo competência sequer para adotar, como iniciativa própria, pelo menos
uma medida moralizadora, em razão do assombroso caso de corrupção na estatal.
Com
certeza, em pleno século XXI, o Brasil não merece governo com tamanha
insensibilidade político-administrativa e falta de iniciativa para solucionar
as graves questões que atormentam e prejudicam os interesses nacionais, exatamente
pela inexistência de mudanças substanciais nas estruturas do Estado, com vistas
a erradicar o anacronismo e o obsoletismo que atravancam os mecanismos que contribuem
para o progresso social, político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de maio de 2015
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