quinta-feira, 7 de maio de 2015

Potencialização de incapacidade administrativa

A presidente da República, depois de mais de quatro meses da assunção do seu segundo mandato, não teve capacidade para nomeou os dirigentes dos órgãos do chamado segundo escalão, a exemplo dos presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES, bem assim das agências reguladoras e de muitas empresas estatais importantes para a execução das políticas governamentais.
A petista também não conseguiu definir, com os respectivos Ministros, os projetos centrais e essenciais dos Ministérios e muito menos as estratégias de governo, para o atingimento de seus objetivos primordiais de gestão.
No entanto, as únicas medidas adotadas pelo governo constam dos ajustes fiscal e econômico, onde um pacote de maldade encabeça seu conteúdo, com a retirada de conquistas e direitos de trabalhadores, no que pertine à pensão por morte, ao seguro desemprego, ao auxílio defeso, ao aumento de tributo etc., além dos expressivos e substanciais aumentos da energia elétrica, combustíveis, dos juros etc., que não constavam do programa de governo discutido com os eleitores na campanha eleitoral.
Na verdade, a petista, a par de ter contribuído para contrariar os interesses de trabalhadores, também desagradou seus correligionários e aliados políticos, com suas reformas previdenciárias e econômicas, não consegue apresentar a mínima capacidade para limpar a agenda negativa que ela, por inexperiência político-administrativa, agregou ao seu governo, que não demonstra a menor aptidão para solucionar a monstruosa crise.
Não há dúvida de que o pífio desempenho da economia, com seus indicadores sinalizando fortemente para a consolidação de processo recessivo da economia, e as irregularidades investigadas pela Operação Lava-Jato, que conseguiu expor as entranhas da corrupção existente na Petrobras, são suficientemente capazes de consumir todo tempo do trabalho presidencial, que já demonstrou à evidência plena incapacidade para solucionar até mesmo as questões menos complexas do que essas. 
A tarefa da presidente já seria gigantesca mesmo se contasse com equipe qualificada e preparada para enfrentar grandes desafios, mas seu assessoramento padece de conselheiros com domínio nas áreas política, econômica, estratégica e estrutural, indispensáveis ao equacionamento e a solução dos problemas nacionais.
Diante disso e à míngua de melhor qualificação para o oferecimento de efetiva contribuição para a limpeza do terrível amontoado de entulho a um só tempo empacotado e entregue para a petista, seu governo demonstra total incapacidade para remover as sujeiras e as precariedades acumuladas na administração do país.
À vista dos fatos políticos e administrativos, há evidência de que o país se encontra acéfalo, diante das dificuldades apresentadas pelo governo para solucioná-las com medidas eficientes, conquanto somente os ajustes foram apresentados, mas eles são insuficientes para combatê-las, por não haver reação do governo nem sensibilidade da sua parte, à altura da gravidade da crise instalada no país.
A insatisfação da sociedade corresponde exatamente ao tamanho dos estragos e prejuízos já causados ao país pela má administração, cujos danos já consolidados poderão custar o mandato da presidente, por não ter tido condições de contornar a tragédia implantada no seu governo, à vista da falta de políticas capazes de controlar as contas públicas, a inflação, as dívidas públicas, os juros altos, a desindustrialização, o desemprego, a diminuição da arrecadação, a falta de investimentos capazes de contribuir para o desenvolvimento do país, entre outras dificuldades para as quais não houve o remédio esperado pela sociedade.
O certo é que a situação de calamidade administrativa e as incontroláveis irregularidades com recursos públicos, notadamente no que se trata à gestão deletéria da Petrobras, devem ser atribuídas muito mais àqueles fanáticos pelo desgoverno que deram seus votos de confiança a quem já havia demonstrado que não tinha condições de administrar a nação, na melhor forma da competência e eficiência, à vista da situação caótica representada pela condução das políticas públicas, em especial pela desqualificável prestação dos serviços públicos e pelo desempenho das políticas econômicas, ante a posição atual de subdesenvolvimento que se encontra o país, e do descalabro imposto ao gerenciamento do patrimônio da Petrobras, que foi dominado pelo submundo da corrupção, com o efetivo envolvimento nas falcatruas de partidos da base de sustentação do governo, na presença do PT, PMDB e PP, conforme consta dos depoimentos à Polícia Federal do ex-diretor de Abastecimento, ex-gerente da estatal e doleiro, que se encontram presos.
Não obstante, apesar dos fatos lastimáveis, o governo não foi capaz de se sensibilizar para a necessidade de se despertar da inércia diante dos acontecimentos clamorosos e desastrosos em detrimento dos interesses do país, não tendo competência sequer para adotar, como iniciativa própria, pelo menos uma medida moralizadora, em razão do assombroso caso de corrupção na estatal.
          Com certeza, em pleno século XXI, o Brasil não merece governo com tamanha insensibilidade político-administrativa e falta de iniciativa para solucionar as graves questões que atormentam e prejudicam os interesses nacionais, exatamente pela inexistência de mudanças substanciais nas estruturas do Estado, com vistas a erradicar o anacronismo e o obsoletismo que atravancam os mecanismos que contribuem para o progresso social, político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 07 de maio de 2015

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