domingo, 31 de maio de 2015

Superação dos limites da tolerância e da racionalidade

A sociedade se encontra estarrecida diante das alarmantes ondas de violência que grassam no país, em contrariedade à passividade das autoridades incumbidas do combate a essa chaga inominável, por permanecerem despreocupadas e distanciadas da lamentável realidade de terror que toma conta da sociedade, totalmente desprotegida e impotente, sem ter a quem recorrer para pedir providências contra tanta criminalidade, que já superaram os limites da tolerância e da racionalidade.
Não se estar tentando fazer apologia à pena de morte, apesar de, no país tupiniquim, a sociedade viver sob a permanente condenação desse castigo infernal da pena capital, à vista do domínio da bandidagem, que comanda livremente o tráfico de drogas no país, salvo alguma ou outra intervenção das forças de segurança, apenas quando a situação já tenha extrapolado os limites da civilidade e da razoabilidade, mas essa medida se impõe quando a população ordeira, digna e tradicionalmente respeitadora dos princípios humanitários está sendo severa e terrivelmente ameaçada e incomodada no seu direito de viver com dignidade, liberdade e protegida com a segurança que o Estado tem obrigação constitucional e legal de proporcionar à sociedade.
A verdade é que os brasileiros estão sitiados nas suas casas e nada é feito para mudar o terrível status quo da criminalidade, que se expande à claridade solar e não há iniciativa esboçada por parte do governo, senão em defesa de narcotraficantes executados por governo cônscio da sua responsabilidade de cuidar, de forma intransigente, da proteção e higidez do seu povo.
Essa demonstração crítica ao governo indonésio, de fazer cumprir com fidelidade a sua legislação penal, não passa de verdadeira nuvem de fumaça, quando a lição daquele país poderia até servir de modelo para as autoridades brasileiras e mundiais perceberem a gravidade da fragilidade e da ineficiência da legislação penal e das ações governamentais no combate à criminalidade e à violência em geral, porque é fundamental que se cuide prioritariamente da situação interna dos brasileiros, com a urgente resolução dos graves e alarmantes problemas inerentes também ao gigantesco tráfico de drogas e de armas no país.
É inegável a absurda quantidade de mortes de inocentes, quer sejam usuários ou não de entorpecentes, contabilizadas no cotidiano, mas ninguém do governo ou da sociedade civil organizada se apiede nem pede clemência por eles, revelando, à vista dos casos das execuções de brasileiros, além-mar, pura demonstração de hipocrisia e de demagogia, quando as autoridades brasileiras deveriam se associar em solidariedade ao governo indonésio, por ter feito algo que já deveria ter sido feito há bastante tempo no país tupiniquim, dando o exemplo de eficiência no combate à abominável traficância de drogas e à criminalidade a ela associada.
É bastante estranho que o governo tupiniquim tenha se valido do bisonho argumento de cunho humanitário para defender as vidas de insensatos criminosos, quando os traficantes não tiveram esse mesmo sentimento ao transportar drogas para alimentar o desgraçado vício dos usuários.
Os usuários de drogas, estes sim, são os verdadeiros dignos de sentimento de piedade humanitária, que não se encontra presente no pensamento do governo brasileiro, que, se tivesse imbuído com esse propósito, já teria aprovado penas duras de combate à traficância de drogas e de impedimento de brasileiros se aventurarem mundo afora, dando péssimo exemplo de país exportador de cocaína e de autoridades públicas cúmplices com a criminalidade.
O Brasil precisa, com urgência, amadurecer política e diplomaticamente, para compreender que a pena de morte somente é aplicada contra quem comete erro grave contra a vida e a sociedade, cuja contumácia da sua prática é absolutamente prejudicial à humanidade, aspecto este que não foi sequer levado em consideração pelo governo tupiniquim, no contexto que envolve os brasileiros executados.
Aliás, os mencionados cidadãos até poderiam merecer total apoio do Estado brasileiro caso eles tivessem sido condenados injustamente, caso não evidenciado, obviamente porque eles foram pegos com traficando quilos de cocaína, quando das suas entradas naquele país, fato este que apenas demonstra indispensável zelo pela integridade da vida do povo indonésio, contrariamente ao que fazem os governantes que se esforçam ao máximo para defender narcotraficantes, sem demonstrarem o indispensável interesse em proteger as pessoas de bem que são, cotidianamente, prejudicadas pelo malévolo tráfico de drogas nos seus respetivos países, cujos militantes nesse território ilegal gozam de imunidade e da maior liberdade para o exercício de suas atividades “laborais”, para a venda de seus produtos letais.
Em atenção aos princípios da dignidade e da valorização humanas, urge que as autoridades públicas se conscientizem sobre a necessidade da prioritária adoção de políticas públicas, com vistas ao efetivo combate à traficância de drogas e ao crime em geral, de modo que se possa evitar a incidência de situações constrangedoras envolvendo países amigos, causadas exatamente em razão da deficiência de medidas capazes de contribuir para a melhoria das condições de vida da população, que nunca precise recorrer à criminalidade como meio de profissão. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 31 de maio de 2015

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