terça-feira, 5 de maio de 2015

Por urgente reforma político-eleitoral

Embora as últimas manifestações tenham mobilizado contingente pouco menor de pessoas, em relação aos protestos anteriores, o governo continua encurralado nos palácios, sem alternativa para atender o clamor da sociedade, que tem por cerne a melhoria da administração do país, quanto à adoção de medidas tendentes à retomada do crescimento econômico e da moralização na gestão dos recursos públicos, à vista da degradação do patrimônio da Petrobras, por integrantes do seu partido e de outras agremiações da sua base de sustentação política.
Não há desconhecer a diminuição das pessoas nas ruas, mas a insatisfação contra a administração petista encontra-se patenteada naquelas que ficaram em casa, conforme resultado de pesquisa Datafolha, mostrando que os brasileiros estão descontentes e que a maioria, quase 2/3, mais precisamente 66%, manifestou-se favorável ao impeachment da presidente do país.
No primeiro movimento das ruas, o governo teve reação de desprezo e até de deboche quanto à quantidade de pessoas que se manifestaram contra a petista, enquanto desta vez ele foi mais cometido, não se manifestando contrariamente à vontade popular, mas aceitando como normais as legítimas manifestações, por entender que elas fazem parte do desdobramento do processo democrático.
É induvidoso que as manifestações ocorreram em clima de muita tranquilidade e harmonia, mostrando que os protestos devem ser promovidos em respeito aos princípios da civilidade e da humanidade, como forma de se registrar o verdadeiro sentimento de indignação e de insatisfação contra administração deletéria e prejudicial aos interesses nacionais.
À unanimidade, as palavras de ordem como "fora PT" e “fora Dilma”, repetidas em várias capitais e reforçadas com faixas com igual teor, foram capazes de incomodar os petistas, que, enfim, estão se conscientizando que realmente o seu governo congrega sentimentos de reprovação jamais observada ao longo de sua história política, quando exatamente ele que tinha a capacidade de mobilização contra seus adversários e pôr seus militantes nas ruas.
A voz do povo foi muito representativa nas manifestações, a exemplo de uma pessoa, que soube, como ninguém, exprimir o sentimento dos brasileiros que se sentem verdadeiramente indignados, como este a seguir: "Domingo, quando entrei no carro, no final da passeata, chorei convulsivamente, como há muito tempo não fazia. Sim, eu estava sensibilizado pelas muitas-generosas manifestações de carinho que recebi ao longo da tarde, traduzidas em gestos-abraços-fotos com amigos. Mas, principalmente, chorei de felicidade por ver, pela 2ª vez, em menos 30 dias, o meu Brasil diferente. Vi o meu país como sempre quis que ele fosse. Democrático, alegre, mas intransigente com a criminalidade instalada no poder. Antes aos meus 70 anos do que nunca! Agora, já posso dizer que vi. Vi nossa gente clamando por um país decente. Vi, Brasil afora, milhões saírem de casa pra dizer basta! Chega! Já foram longe de mais! Ponham-se no olho da rua, malfeitores! Esse governo comunista não tem como chegar ao fim. Além disso, que Constituição Federal seria essa nossa se servisse para proteger uma quadrilha no poder e, não para proteger o povo dessa quadrilha?".
Na atualidade, os movimentos Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre são responsáveis pelas mobilizações dos brasileiros para as manifestações de milhares de pessoas, que são convocadas sem qualquer vínculo com partidos políticos ou participação direta com eles, fato que reforça o puro sentimento de brasilidade e de civilidade do povo que ama verdadeiramente o país.
Os fatos deixam muito claro que a permanência da petista na presidência do país significa o pior legado que um partido do porte do PT pode deixar para os brasileiros, que, por certo, são os responsáveis por tamanha tragédia, por terem tido excelente oportunidade para mudar por completo esse quadro de precariedade, com o expurgo dos maus políticos da vida pública, justamente aqueles que permanecem nos cargos públicos eletivos por força de maquiavélicas propagandas distorcidas da verdade, a exemplo do que aconteceu no último pleito, em que a candidata oficial omitiu dos eleitores a catástrofe que se avizinhava dos brasileiros, que seriam obrigados ao ônus do sacrifício para consertar a desastrosa administração petista, na sua primeira gestão.
O povo precisa se conscientizar sobre a urgência e premência de reforma política, com vistas ao aperfeiçoamento e à modernização do sistema político-eleitoral, de modo que sejam escoimadas as precariedades que contribuem para a consolidação de práticas arcaicas e ultrapassadas na política, principalmente no que diz respeito aos espúrios privilégios às castas de arraigada dominação prejudicial aos interesses nacionais, além da adoção de mecanismos que possibilitem a realização de nova eleição, no caso de demonstração e comprovação da incapacidade de governante para o exercício do cargo para o qual tenha sido eleito, a exemplo do que vem ocorrendo no presente momento, em que o país se encontra em pleno processo de recessão e o governo nada pode fazer para reverter o caos instalado por ele, justamente por falta de opção.
É extremamente incompreensível que os brasileiros sejam obrigados a admitir a continuidade de governo que deu provas cabais de incompetência e de ilegitimidade na execução dos recursos públicos, à vista dos pífios resultados da economia e dos reiterados casos de corrupção, em que pese a presidente do país ter sido eleita democraticamente, conquanto seja razoável e justo que haja previsão legal no sentido de que, na constatação de ineficiência, incapacidade, descrédito e irregularidade insanáveis, como parece ser o caso do governo atual, conforme atestam robustamente os fatos, promova-se a imediata eleição para ser decidido quanto à aceitação da gestão temerária e deletéria aos interesses nacionais ou ao seu afastamento e à incontinenti realização de eleição, para o complemento do mandato em causa. Acorda, Brasil! 
                            
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 05 de maio de 2015

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