Embora as últimas manifestações tenham mobilizado
contingente pouco menor de pessoas, em relação aos protestos anteriores, o
governo continua encurralado nos palácios, sem alternativa para atender o
clamor da sociedade, que tem por cerne a melhoria da administração do país,
quanto à adoção de medidas tendentes à retomada do crescimento econômico e da
moralização na gestão dos recursos públicos, à vista da degradação do
patrimônio da Petrobras, por integrantes do seu partido e de outras agremiações
da sua base de sustentação política.
Não há desconhecer a diminuição das pessoas nas
ruas, mas a insatisfação contra a administração petista encontra-se patenteada
naquelas que ficaram em casa, conforme resultado de pesquisa Datafolha, mostrando
que os brasileiros estão descontentes e que a maioria, quase 2/3, mais
precisamente 66%, manifestou-se favorável ao impeachment da presidente do país.
No primeiro movimento das ruas, o governo teve
reação de desprezo e até de deboche quanto à quantidade de pessoas que se
manifestaram contra a petista, enquanto desta vez ele foi mais cometido, não se
manifestando contrariamente à vontade popular, mas aceitando como normais as
legítimas manifestações, por entender que elas fazem parte do desdobramento do
processo democrático.
É induvidoso que as manifestações ocorreram em
clima de muita tranquilidade e harmonia, mostrando que os protestos devem ser
promovidos em respeito aos princípios da civilidade e da humanidade, como forma
de se registrar o verdadeiro sentimento de indignação e de insatisfação contra
administração deletéria e prejudicial aos interesses nacionais.
À unanimidade, as palavras de ordem como "fora PT" e “fora Dilma”, repetidas em várias capitais e reforçadas com faixas
com igual teor, foram capazes de incomodar os petistas, que, enfim, estão se
conscientizando que realmente o seu governo congrega sentimentos de reprovação
jamais observada ao longo de sua história política, quando exatamente ele que
tinha a capacidade de mobilização contra seus adversários e pôr seus militantes
nas ruas.
A voz do povo foi muito representativa nas manifestações,
a exemplo de uma pessoa, que soube, como ninguém, exprimir o sentimento dos
brasileiros que se sentem verdadeiramente indignados, como este a seguir: "Domingo, quando entrei no carro, no final da
passeata, chorei convulsivamente, como há muito tempo não fazia. Sim, eu estava
sensibilizado pelas muitas-generosas manifestações de carinho que recebi ao
longo da tarde, traduzidas em gestos-abraços-fotos com amigos. Mas,
principalmente, chorei de felicidade por ver, pela 2ª vez, em menos 30
dias, o meu Brasil diferente. Vi o meu país como sempre quis que ele fosse.
Democrático, alegre, mas intransigente com a criminalidade instalada no poder.
Antes aos meus 70 anos do que nunca! Agora, já posso dizer que vi. Vi nossa
gente clamando por um país decente. Vi, Brasil afora, milhões saírem de casa
pra dizer basta! Chega! Já foram longe de mais! Ponham-se
no olho da rua, malfeitores! Esse governo comunista não tem como chegar ao fim. Além
disso, que Constituição Federal seria essa nossa se servisse para proteger uma
quadrilha no poder e, não para proteger o povo dessa quadrilha?".
Na atualidade, os movimentos Vem Pra Rua e
Movimento Brasil Livre são responsáveis pelas mobilizações dos brasileiros para
as manifestações de milhares de pessoas, que são convocadas sem qualquer
vínculo com partidos políticos ou participação direta com eles, fato que
reforça o puro sentimento de brasilidade e de civilidade do povo que ama verdadeiramente
o país.
Os
fatos deixam muito claro que a permanência da petista na presidência do país
significa o pior legado que um partido do porte do PT pode deixar para os
brasileiros, que, por certo, são os responsáveis por tamanha tragédia, por terem
tido excelente oportunidade para mudar por completo esse quadro de
precariedade, com o expurgo dos maus políticos da vida pública, justamente
aqueles que permanecem nos cargos públicos eletivos por força de maquiavélicas
propagandas distorcidas da verdade, a exemplo do que aconteceu no último
pleito, em que a candidata oficial omitiu dos eleitores a catástrofe que se
avizinhava dos brasileiros, que seriam obrigados ao ônus do sacrifício para
consertar a desastrosa administração petista, na sua primeira gestão.
O
povo precisa se conscientizar sobre a urgência e premência de reforma política,
com vistas ao aperfeiçoamento e à modernização do sistema político-eleitoral,
de modo que sejam escoimadas as precariedades que contribuem para a consolidação
de práticas arcaicas e ultrapassadas na política, principalmente no que diz
respeito aos espúrios privilégios às castas de arraigada dominação prejudicial
aos interesses nacionais, além da adoção de mecanismos que possibilitem a realização
de nova eleição, no caso de demonstração e comprovação da incapacidade de
governante para o exercício do cargo para o qual tenha sido eleito, a exemplo
do que vem ocorrendo no presente momento, em que o país se encontra em pleno
processo de recessão e o governo nada pode fazer para reverter o caos instalado
por ele, justamente por falta de opção.
É
extremamente incompreensível que os brasileiros sejam obrigados a admitir a
continuidade de governo que deu provas cabais de incompetência e de
ilegitimidade na execução dos recursos públicos, à vista dos pífios resultados
da economia e dos reiterados casos de corrupção, em que pese a presidente do
país ter sido eleita democraticamente, conquanto seja razoável e justo que haja
previsão legal no sentido de que, na constatação de ineficiência, incapacidade,
descrédito e irregularidade insanáveis, como parece ser o caso do governo atual,
conforme atestam robustamente os fatos, promova-se a imediata eleição para ser
decidido quanto à aceitação da gestão temerária e deletéria aos interesses
nacionais ou ao seu afastamento e à incontinenti realização de eleição, para o
complemento do mandato em causa. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de maio de 2015
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