Como sempre acontece neste governo, a poucos instantes
do anúncio oficial do contingenciamento no Orçamento da União de 2015, a
presidente da República se reúne com seu antecessor, cujo encontro foi
acompanhado por dois ministros.
Conforme amplamente anunciado, a tesourada no Orçamento
provocou o estrago do montante de R$ 69,9 bilhões, tendo atingido inclusive
programas da vitrine do governo, como o Minha Casa, Minha Vida e outros
considerados estratégicos.
O anúncio das medidas foi feito somente pelo ministro
do Planejamento, uma vez que o ministro da Fazenda alegou ter sido acometido
pelo vírus da gripe e não compareceu ao evento.
Causa perplexidade que o encontro da presidente do
país com o petista-mor não constava da agenda oficial divulgada pela Presidência
da República, que nada informou ou esclareceu sobre a presença do ex-presidente
neste momento crucial para a mandatária do país, que vem sofrendo com pressões
até mesmo de aliados, em razão de suas medidas impopulares e contrárias às suas
promessas de campanha.
Agora, parece muito estranho que, sempre que o
governo se encontra em encrencas, o ex-presidente faça questão de aparecer nos
palácios presidenciais de Brasília, para certamente opinar sobre o assunto em
evidência, que é, sem dúvida, de exclusiva competência da mandatária do país,
que foi eleita justamente para administrá-lo, dispensando, naturalmente a
participação de quem já demonstrou o quanto a sua colaboração não pode ser mais
benéfica para os interesses dos brasileiros.
Aliás, não é novidade que o ex-presidente petista
tenha surgido de repente, para se encontrar com a sua sucessora, porque isso já
se tornou praxe nos momentos de dificuldades do governo, fato esse que até pode
justificar as precariedades das políticas do governo, que não consegue superar
as constantes e reiteradas crises, notadamente na economia, que simplesmente
foi capaz de conduzir o país à recessão e ao descrédito dos investidores, que
estão impondo entraves terríveis ao desenvolvimento econômico da nação.
Segundo analistas políticos, o encontro serviu para
análise e avaliação sobre a conjuntura política atual, com vistas à projeção de
medidas que possibilitem a melhora da popularidade da presidente do país,
precisamente com a exposição dos programas a serem lançados no próximo mês e a
divulgação de todas as formas das ações do governo para dar destaque à produção
e valorizar a agenda positiva.
No que se pode perceber, os petistas estão
preocupados com o convencimento dos desinformados por meio de programas de
publicidade, batendo na mesma tecla sobre fatos que interessam ao marketing
político, enquanto as medidas concretas quanto à administração competente e
eficiente do país ficam nos planos secundários, sem a menor efetividade, ou
seja, diante das dificuldades de gestão, nada melhor do que se criar argumentos
artificiosos para melhorar a imagem deslustrada da presidente, do governo e do
partido oficial, na vã suposição de que os brasileiros são um bando de imbecis
e desinformados que aceitam facilmente explicações mentirosas e inverídicas,
quando os fatos reais demonstram um Brasil alquebrado e destroçado, fruto da
incapacidade administrativa que grassa na gestão das políticas governamentais.
Essa assertiva é confirmada pela desastrada e
trágica medida de contingenciamento, que foi implementada não levando em conta a
relevância dos principais programas sociais, como educação, com corte de R$ 9,4
bilhões, saúde, de R$ 11,7 bilhões, Programa de Aceleração do Crescimento, de R$
25,7 bilhões, entre outros programas sociais importantes, que jamais poderiam
sofrer cortes nos seus valores, porquanto, na campanha eleitoral, a presidente
prometeu que eles seriam priorizados no seu governo, mas a redução de
expressivos valores apenas confirma mais um engodo, calote, estelionato, ao
eleitorado, aumentando o já vasto histórico de mentiras e enganações da
petista, que teria garantido melhoras nos programas sociais, com mais
qualidade e abrangência dos benefícios na sua segunda gestão, quando os fatos mostram exatamente o
contrário, com a violenta retração da prestação dos serviços públicos, exatamente pela
drástica restrição das verbas orçadas.
A sociedade precisa se conscientizar, com a máxima
urgência, sobre a perversidade protagonizada pela presidente da República, por
ter prometido, na campanha eleitoral, governo de mudanças, melhorias e
benefícios para a população, quando, na prática, a exemplo do contingenciamento
em tela, suas ações governamentais são de evidente perversidade e malefício
para o povo, diante das medidas restritivas, que não permitem a realização de
investimentos em educação, saúde, transportes, obras públicas etc., que teriam
o condão de contribuir, em especial, para os desenvolvimentos social e econômico
e o progresso do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 23 de maio de 2015
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