Conforme denúncia feita na mídia, o assassinato
da
vereadora carioca mostra que o Brasil é país que está sob pressão na
Organização das Nações Unidas e na comunidade internacional de direitos humanos,
em especial por ter sido apontado como a região com maior incidência de
execuções de ativistas de direitos humanos.
Conforme
o jornal O Estado de S. Paulo, foi
levantado que autoridades brasileiras ignoraram comunicados sigilosos da ONU a
respeito de ameaças contra, pelo menos, 17 ativistas, que correm risco da perda
da vida.
O
jornal cita que o Brasil vem recebendo alertas da ONU sobre as referidas
ameaças, mas os comunicados pertinentes, que têm o sigilo de confidencial,
sequer são respondidos, em demonstração de descaso com relação à vida de
ativistas.
Em
uma carta de denúncia enviada, em 2017, à ONU, consta o seguinte texto: "Nos últimos 15 anos, o Brasil tem assistido
ao maior número de assassinatos de ativistas ambientais e de terra em todo o
mundo, chegando à média de uma morte por semana. Os povos indígenas estão
especialmente ameaçados".
Diante
da morte da vereadora carioca, a ONU exige, agora, do Brasil, que as investigações
sejam conduzidas de forma "independente
e rigorosa", evidentemente na esperança de haver a devida
transparência que se espera da seriedade nesses casos em que há o envolvimento
da vida de pessoas.
Outras
entidades internacionais, como Anistia Internacional, Human Rights Watch e
Transparência Internacional, também criticaram a situação no País e pediram
respostas diante da execução da parlamentar carioca.
A
morte da vereadora causou reação também da comunidade europeia, com moção de
Parlamentos exigindo a condenação do crime e a suspensão de negociações
comerciais em torno do acordo de livre comércio entre Europa e Mercosul.
O
pedido de condenação ao crime também foi feito por outros grupos do Parlamento
Europeu, em especial a aliança de 52 eurodeputados, que integram a Esquerda
Europeia Unida.
Como
não poderia ser diferente, os principais veículos de comunicação internacionais
repercutiram, com muita ênfase, o assassinato da ativista carioca, demonstrando
preocupação com a onda de violência no Rio de Janeiro e, de resto, em todo
país.
Causa
estranheza que a agência espanhola EFE fez questão de ressaltar a intervenção
do Exército na segurança pública do Rio de Janeiro e destacou que o ataque
aconteceu um dia depois da vereadora voltar a criticar a intervenção federal,
em mensagem nas redes sociais.
É
evidente e até normal que a morte da vereadora carioca, por se denominar
ativista, teria a ressonância que teve nos principais meios de comunicação do
mundo, principalmente tendo à frente organizações de esquerda, as quais
poderiam também, antes, ter denunciado, em nível internacional, os casos de pessoas
trabalhadoras vítimas permanentes do tráfico e de toda forma de criminalidade,
que vêm causando a intranquilidade da população brasileira.
Os fatos
mostram que a violência no Brasil atingiu seu grau máximo, em termos de completa
insegurança da população, que vive em total abandono por parte do poder público,
quanto à falta de proteção, em razão da potencialização das organizações
criminosas, que estão cada vez mais audaciosas e perigosas, não temendo sequer
o combate das forças do Exército, que aceitou comandar intervenção meia-sola no
Rio de Janeiro, diante da precariedade dos meios e recursos necessários à plena
execução de ações gigantescas de combate à criminalidade, que poderá não passar
de verdadeiro fiasco, em razão da improvisação e do despreparo dos mecanismos para
o enfrentamento de organizações com bases bem consolidadas e estruturadas.
Urge que
o governo brasileiro, reconhecendo a deplorável submissão ao poderio das
organizações criminosas, eleja a segurança pública nacional como a prioridade
do momento, para o fim de reformular, por completo, as suas estruturas e implantar
novos e modernos mecanismos de operação das forças de segurança da nação,
principalmente com a valorização das atividades pertinentes, em termos de
remuneração condizente com o desempenho próprio da proteção da vida e do
patrimônio, em condições suficientes para o enfrentamento da criminalidade,
tanto em quantidade de pessoal como em qualidade dos equipamentos
indispensáveis ao seu combate, quando são mais do que evidentes as atuais
precariedade e mazela existentes no seio das forças incumbidas de manter a
segurança pública. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 18 de março de 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário