Na
crônica que fiz narrando alguns episódios pitorescos sobre a minha visita
recente a Uiraúna, Paraíba, minha terra natal, teve um momento muito especial
que preciso deixar registrado para o conhecimento dos uiraunenses e o faço aqui
por considerar que ele é da maior importância não somente na minha vida, mas
para a história da aludida cidade.
Entre
muitos momentos de satisfação, certamente que um deles me tocou profundamente e
diz respeito à visita à Câmara de Vereadores Olinto Pinheiro, a Casa do Povo de
Uiraúna, quando ali compareci a convite de seu ilustre presidente, o vereador
Joaquim Marcelino de Lira Neto.
Na
ocasião, tive a subida alegria de distribuir aos senhores vereadores meu livro
intitulado “Lapidando os Fatos”, onde sintetizei e eternizei singela homenagem
ao sempre amado Grupo Escolar Jovelina Gomes, que foi transformada em momento
memorável e inesquecível, diante da acolhida e do comparecimento ao evento de queridos
professoras da época, familiares e amigos, especialmente dos famosos
construtores da “Catedral dos Pássaros”, os queridos primos Ciro Fernandes e
Eudim de Amâncio, acompanhados de familiares.
A
recepção na Casa do Povo não poderia ter sido melhor, porque fui honrado pelo
convite para compor a mesa, juntamente com Ciro e Eudim, tendo sido prestigiado
pelos nobres vereadores, a começar por seu presidente, já mencionado acima, que
também me franqueou a palavra, conforme transcrevo abaixo, em forma de apelo que
fiz aos nobres vereadores.
Estavam
presentes à sessão, além do presidente, os ilustres vereadores Francisco
Marcondes da Silva, Francisco Benevenuto Claudino de Almeida, Francisco Alves
de Queiroz, Antonio Carlos Olímpio da Cruz e José Fernandes Moreira, que
demonstraram extrema generosidade nas suas palavras, pondo em relevo meu
trabalho literário, sobrelevando-o como sendo de grande relevância para o
engrandecimento do nome de Uiraúna, por eu ser seu filho, cujas manifestações
me causaram enorme satisfação, pela forma carinhosa como eles se expressaram também
em nome de meus conterrâneos.
Quero
destacar que também considero da maior importância o uso da palavra que me foi
franqueada, como disse antes, pelo senhor presidente, que foi vazada exatamente
nos termos a seguir:
“É grande honra para mim fazer uso da palavra
nesta colenda Câmara de Vereadores.
Tenho a satisfação de
me dirigir a Vossas Excelências, para propor a criação dos títulos de “Herói de
Uiraúna” e de “Heroína de Uiraúna”, na forma de artigo de minha lavra e de
projeto de lei e respectiva justificativa, além de esclarecimentos sobre o
significado do que seja “Cidadão Uiraunense” e “Moção de Aplauso”, em relação
ao título de “Herói de Uiraúna”, cujos documentos entregarei ao senhor
presidente.
A concessão do título
de “Herói” é forma sublime de reconhecimento prevista no âmbito nacional, com
relação àqueles que deixaram legado inigualável na sua vida, com amparo na
maior forma de expressão cívica e humanitária da maior relevância para a
cidade, a evidenciar trabalho ímpar e fora de série, servindo de exemplo para
as gerações.
Os homens públicos
precisam se dignar a reconhecer o esforço daqueles que se dedicaram em prol de
causas nobres e que, no sacrifício pessoal, conseguiram contribuir para o
benefício da comunidade e Bonifácio Fernandes preenche os requisitos exigidos
para o honroso título de “herói”, à vista do seu fantástico legado de dedicação
e amor ao ser humano.
Uiraúna precisa eleger
seus heróis, para que isso sirva de marcante exemplo para as gerações, como
forma de demonstração de valor cívico a ser cultuado nos corações dos cidadãos.
Nesse sentido, faço
apelo aos Excelentíssimos Senhores vereadores de Uiraúna que aprovem a criação
dos títulos de “Herói de Uiraúna” e de “Heroína de Uiraúna”, de modo a se
materializar e se resgatar a importância daqueles que deram seu sangue em prol
dos uiraunenses, que precisam ser lembrados como verdadeiros heróis, no estrito
sentido modelar a ser seguido.
Muito obrigado.
Uiraúna, PB, em 23 de
fevereiro de 2018.”.
Tão
logo fiz a entrega dos mencionados documentos ao senhor presidente da Câmara de
Vereadores, tive o cuidado e a sinceridade de informá-lo de que eu teria
chegado bem antes do início da sessão, objetivando falar com ilustre vereador
que vinha cuidando da matéria em causa, naquela Casa, com vistas a me informar
sobre o andamento do projeto e as perspectivas sobre a sua aprovação, mas ele,
infelizmente, não pôde comparecer e eu precisava aproveitar não somente a
oportunidade de estar ali, mas sobretudo de defender a aprovação desse projeto,
que é considerado de importância cívica de extrema prioridade para a cidade,
por ser forma pioneira na região, além de Uiraúna poder mostrar que é preciso reconhecer
e valorizar as magníficas qualidades daqueles que se diferenciaram, de forma
positiva e benéfica, na sua riquíssima história.
O
senhor presidente me afiançou que explicaria os fatos ao nobre vereador, a quem
agora apresento escusas, diante da falta de maiores informações sobre em que
fase se encontravam a tramitação e a apreciação desse projeto bem mais do que
especial, que, extreme de dúvidas, há de preencher sentida lacuna da cidade, no
que diz respeito ao sentimento cívico de seu povo, que tem na alma o aflorado
instinto do amor ao próximo, além da gratidão àqueles que foram pródigos em
servir, com paixão, ao seu semelhante.
De
outra feita, estando na cidade, quis me inteirar sobre o cabimento ou não da
medida em comento, junto a pessoas da comunidade e obtive interessantes e alvissareiras
respostas, a exemplo destas, de que a população não a aprovaria 100%, mas sim 200%,
e outra que simplesmente impressiona, em que o doente acometido de forte dor de
garganta vai até à casa (seu consultório especial) de Bonifácio e, lá chegando,
foi imediatamente atendido pelo “doutor”, que lhe passou seis injeções, mas, na
primeira, já se sentia o poderoso efeito da milagrosa receita.
Os
aludidos fatos bem demonstram o indiscutível acerto de medida justa aplicável a
quem tem reais merecimentos ao título pleiteado para ele e para outros heróis,
cuja iniciativa inédita pode ser estendida para muitos uiraunenses que se
destacaram por atitudes e práticas efetivas da maior nobreza, em termos cívicos
e humanitários.
Por
se tratar de objetivo da maior justiça, todo empenho tem sido demonstrado para
se evidenciarem as qualidades heroicas de quem fez por merecer essa majestosa
láurea e isso se torna muito prazeroso quando envolve o nome especial do
“doutor” Bonifácio Fernandes, pessoa da maior simplicidade, mas de grandeza
imensurável naquilo que fazia com incomparável maestria, sendo insuperável em
termos de sentimento humano, posto a serviço voluntário do seu semelhante,
sendo realmente merecedor da eterna gratidão dos uiraunenses, em especial
daqueles que tiveram a graça divina de ter sido assistido por suas mãos
caridosas, benevolentes e abençoadas por Deus.
O
esforço do reconhecimento e da gratidão é apenas um gesto nobre que ficará
registrado para sempre na carreira política daqueles que entenderam o verdadeiro
sentido da valorização do trabalho generoso e humano, tudo reunido em uma só
pessoa, que se tornou símbolo de humanismo e que soube compreender o verdadeiro
princípio cristão, de servir ao seu semelhante e de amá-lo por meio de seu
maravilhoso ofício de caridoso prático em farmácia, que, na essência,
representava verdadeiro médico generalista da época, com as desculpas aos
médicos de verdade, que eram raríssimos ou quase nem existiam na região.
Em
razão da importância desse projeto especial, reiteradamente defendido, por objetivar,
na essência, ser apenas sensível ao exclusivo desejo de justiça humanitária, não
é exagero se enaltecer e se mostrar à saciedade que Uiraúna tem obrigação de
pôr em destaque, em termos cívicos e patrióticos, as pessoas que contribuíram,
de forma efetiva, para que ela seja a cidade que é hoje, fruto do trabalho difícil
e ardoroso de muitos pioneiros que mostraram o sentimento de amor às pessoas e
à vida, bem assim para ressuscitar e implantar o espírito cívico que toda
cidade precisa cultuar, de forma permanente, no seio de seus habitantes.
Há
muita esperança de que a proposta em referência seja transformada em realidade,
posto que as condições necessárias e ideais são inquestionáveis e cristalinas,
precisando apenas de gesto magnânimo e vontade política para que se materialize
algo que é tanto notório como justo e defensável.
Melhor
exposição do que essa só tem sentido se o anseio da sociedade uiraunense for efetivamente
atendido pelas autoridades públicas, que precisam auscultá-la e decidir em
harmonia com o seu sentido de amor, reconhecimento e gratidão às pessoas
marcantes que contribuíram para o bem e o progresso de Uiraúna.
Meu
muitíssimo obrigado.
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 29 de março de 2018
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