A imprensa nacional registrou manifestação, de
forma veemente, de expressiva parcela dos políticos, lamentando o assassinato da
vereadora pela cidade do Rio de Janeiro, morta em atividade, no centro da
capital fluminense, em repúdio ao trágico acontecimento, além do reconhecimento
sobre a generalização quanto à insegurança que grassa naquele Estado, que se
encontra totalmente dominado por organizações criminosas.
Ao
contrário do que fez a maioria dos políticos e autoridades nacionais e
internacionais, os meios de comunicação lembram que o deputado ultradireitista
fluminense, que é pré-candidato à Presidência da República, se manteve silente
sobre o lamentável episódio, deixando de deplorar tal ato de extrema violência,
bem assim de prestar, como é de praxe, condolências à família da ex-vereadora.
O
deputado carioca preferiu não repudiar o crime bárbaro e a violência contra a
vereadora, além de ter se negado, pelo silêncio, a cobrar rigorosas investigações
sobre o abominável caso.
É
preciso se reconhecer que a morte da vereadora fluminense deixou o mundo
perplexo e horrorizado, ante a forma bárbara como tudo aconteceu de muito degradante
contra o ser humano, por se encontrava absolutamente indefeso e que tinha por
propósito, na vida pública, a luta pela defesa dos direitos humanos e busca da
proteção de pessoas marginalizadas e desprotegidas da lei e da ordem pública, a
exemplo da denúncia feita por ela, dias antes do crime, de que o Batalhão de
Irajá (41ºBPM) estava "aterrorizando
e violentando moradores de Acari", comunidade da zona norte do Rio,
fato este que, no mínimo, ensejaria investigações para se averiguar a
veracidade ou não sobre os fatos alegados.
O
homem público com intenção de ser presidente do país tem o dever moral de se
manifestar diante de brutal assassinato de pessoa também parlamentar, porque o
crime em si choca a consciência do ser humano, não importando que essa forma de
criminalidade tenha se tornado mera banalidade, principalmente em se tratando
do Rio de Janeiro, onde a violência já ultrapassou os limites da tolerância e
da civilidade.
Todo
homem público, não importando a sua índole político-partidária ou ideologia,
precisa se manifestar em condenação aos métodos violentos contra a sociedade,
sem necessidade de entrar no mérito das circunstâncias e motivações do crime em
si, mas sim acerca do repúdio que o ser humano precisa demonstrar, como forma
de inconformismo e indignação contra os atos bárbaros perpetrados em desfavor
da vida humana.
O
homem público precisa ter consciência de que ele não representa somente parcela,
mas sim a integralidade da sociedade, que tem o dever cívico de pagar escorchantes
tributos para a manutenção da segurança e da ordem públicas.
O
homem público que pretende comandar o país, como o deputado carioca
ultradireitista, não pode se omitir em nenhum momento da vida pública, como se
ele tivesse obrigação de aparecer somente em momentos que lhe são favoráveis,
quando o presidente da República representa toda nação, inclusive os
integrantes de partidos que lhe possam ser eventualmente hostis, por força das
circunstâncias políticas, mas o sentimento de mandatário da nação precisa ser
incorporado ao verdadeiro espírito de integração e união entre os brasileiros,
respeitadas as convicções individuais, inclusive quanto às convicções político-ideológicas.
Convém
que os homens públicos tupiniquins se conscientizem de que a vida pública
também precisa passar pelo saudável processo do aperfeiçoamento e da modernização,
de modo que a sua atualização política possa contribuir para a superação das
arraigadas e abomináveis disputas paroquianas que são essencialmente
prejudicais às atividades produtivas da representatividade política.
Para
o bem do Brasil e das relações entre os homens públicos, é aconselhável que
haja convergência de pensamento saudável entre os políticos, no sentido de que
a união de ideologia contra a criminalidade e a violência resulte em benefício
da preservação de vidas humanas, que têm sido prejudicadas em razão do
injustificável distanciamento entre eles, motivado certamente por questões de ideologias
políticas que somente contribuem para dificultar as saudáveis ações públicas em
benefício da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 24 de março de 2018
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