Um
general da reserva que é a favor do fechamento dos Poderes da República se os
princípios constitucionais não forem devidamente observados, criticou duramente,
nas redes sociais, a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a concessão de salvo-conduto
ao principal líder político petista, até o próximo dia 4, quando a Corte irá analisar
o mérito do habeas corpus solicitado por ele.
O
militar afirmou que se sentiu "envergonhado" pelo que chamou de
"covardia moral" dos ministros da Corte Suprema, tendo ressaltado, ipsis litteris, que "Sinto-me envergonhado pela falta de espírito
público, pela covardia moral, pela linguagem empolada - destinada a enganar o
homem comum -, pelas falsidades e, principalmente, por observar que uns merecem
mais que outros ante os olhos daquele colegiado. Fica claro que os que possuem
'pertences' jamais cumprirão a pena que merecem por haver surrupiado o bem
público. Fica o alerta de soldado, cuidado com a cólera das legiões!!!!".
Em
entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo,
o general afirmou que o país vive momento crítico e que a Justiça deveria ser
um dos pilares para solucionar os problemas brasileiros, "ou vamos viver o caos".
O
militar ressaltou ainda que "O
Judiciário tem que exercer sua responsabilidade ou vão fazer justiça com as
próprias mãos. Os presídios estão cheios de presos pobres e os de colarinho
branco soltos, com o Judiciário sentado em cima dos processos".
Na
cerimônia de despedida da caserna, o general aproveitou o ensejo para criticar a
intervenção no Rio de Janeiro e a classe política, tendo também anunciado apoio
à candidatura à Presidência da República do deputado federal carioca
ultradireitista, na expectativa de que ele possa endireitar os erros que
grassam no país, principalmente no diz respeito à segurança pública.
Não há a menor dúvida que as pessoas honradas e de bem ficaram
frustradas e desiludidas diante da postura antipatriótica de alguns ministros
do Supremo, que se manifestaram pela a liberdade de transgressor contumaz das
leis, de forma costumeira e desrespeitosa, que ainda se julga o dono das terras
Brasis, sendo por isso considerado inalcançável pelas leis e muito menos pela
Justiça, deixando muito claro que não é aplicável a ele o princípio segundo o
qual todos são iguais de direito e obrigação.
Não tem como se conformar que um fora da lei declarado pela
Justiça possa imaginar que possa fazer e desfazer o que bem entender, tendo
inclusive o poder de tirar a credibilidade da Justiça do país, ao mostrar que o
Supremo, seu órgão máximo, queda-se aos seus desejos, por se curvar ao seu
poder, que não ver problema algum em rasgar a Constituição Federal, para
atender aos caprichos de quem foi considerado pelo Ministério Público Federal
como o poderoso comandante da organização criminosa que foi mantida no seio de
seu partido.
Nos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos
políticos e democráticos, os ex-presidente são respeitos por seu legado de
lisura e probidade na administração do patrimônio público, não tendo o menor
respeito em se tratando de ex-mandatário que tenha sido condenado à prisão pela
prática de crimes contra os princípios da moralidade, do decoro, da legalidade,
da dignidade, entre outros que precisam integrar a índole dos homens públicos, que
são tratados com os rigores da lei, que tem aplicação de forma isonômica para
todos, sem qualquer privilégio, nem mesmo para ex-presidentes da República,
porque criminoso não pode merecer tratamento diferenciado, conquanto isso
constitui afronta aos princípios constitucionais de igualdade entre os
cidadãos.
O
que impressiona é a facilidade com que se consegue encontrar o jeitinho, a
fórmula mágica para se achar a melhor saída, o desvio em benefício exatamente
de quem fez por não merecer qualquer maneira de magnanimidade, mas sempre
termina sendo o valido pelo esforço de quem precisa mostrar inflexibilidade e
intolerância contra o fora da lei, que deve ser tratado com os rigores do
ordenamento jurídico, por se tratar de pessoa que teria a obrigação moral de
dar bons exemplos de dignidade, idoneidade e conduta sobre quaisquer suspeitas,
por ter sido presidente do país, o cargo máximo da nação.
Ao
mostrar condescendência com criminoso julgado e condenado pelas primeira e
segunda instâncias, o Supremo Tribunal Federal mostrou não somente que foi
apequenado e diminuído, em termos de respeito e dignidade, como instituição
máxima do Poder Judiciário, que teve a sua imagem chamuscada com o desprezo dos
brasileiros honrados e esperançosos do efetivo combate à corrupção e à
impunidade, por ele ainda ter permitido que advogado de defesa o orientasse
como deveria atuar diante de caso que precisava ter somente a marca indelével
do rigor da aplicação da lei, sem a menor condescendência nem a concessão de
privilégio, mas o que se viu foi que o interessado estivesse simplesmente acima
da lei e de tudo, inclusive da própria Corte. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 27 de março de 2018
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