O
ganhador argentino do Nobel da Paz, em 1980, revelou que vai indicar o nome do maior
político brasileiro para a próxima edição do prêmio.
O
citado cidadão disse que decidiu indicar o brasileiro no Comitê Nobel da
Noruega porque a chegada do petista à presidência “marcou um antes e um depois para o Brasil” e o tornou “uma referência internacional da luta contra
a pobreza”.
O
argentino citou que as políticas do ex-presidente tiraram 30 milhões de pessoas
da miséria. “Um país inteiro”, que
atribuiu ao petista a diminuição da desigualdade.
Ele
anunciou nas redes sociais que “Vou
propor (o nome de) Lula da Silva para
o Prêmio Nobel da Paz”.
Segundo
o argentino, o encontro entre ele e o político serviu para que ele pudesse mostrar
“seu apoio frente à campanha judicial que
pretende evitar que seja candidato presidencial em 2018”.
Como
é sabido, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a condenação
do petista no caso do triplex do Guarujá e aumentou a sua condenação para dose
anos e um mês de prisão, mas, na opinião do ativista, tratou-se de “julgamento violatório do direito ao devido
processo”.
O
site do ganhador do Nobel da Paz reporta que o político brasileiro agradeceu a
visita e alertou para “os graves
retrocessos democráticos” e para a volta de “muita gente” à pobreza com a saída do PT do poder.
O
argentino fez coro ao discurso do golpe contra a ex-presidente petista,
destituída em 2016 pelo Congresso Nacional, e destacou que defender a
candidatura do líder petista “é defender
a volta da democracia brasileira”.
Apenas
algumas personalidades estão habilitadas a propor nomes para o Nobel — entre as
quais parlamentares, ministros, ex-premiados e alguns professores de
universidade. Arquiteto, escultor e ativista de direitos humanos.
É
preciso que alguém esclareça ao ativista desinformado argentino que o famoso político
brasileiro foi julgado sob o primado dos direitos humanos e dos princípios
insculpidos na Carta Magna, tendo sido assegurados a ele ampla defesa e contraditório.
A
condenação à prisão de doze anos e um mês, pela prática dos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, teve certamente por base as robustas e
incontestáveis provas da materialidade constantes dos autos, sabendo-se que o veredicto
da segunda instância, integrada por três desembargadores, foi por unanimidade,
tendo em conta a consistência dos elementos probantes da autoria dos crimes,
sendo inadmissível que pessoa estranha ao processo e absolutamente desinformada
possa opinar sobre matéria que diz respeito aos brasileiros e aos interesses
nacionais.
Não
faz o menor sentido que forasteiro dê opinião sobre o trabalho da Justiça
brasileira e muito menos sobre matéria que ele demonstrou absoluta ignorância,
à vista das investigações e dos elementos carreados aos autos, que embasaram as
decisões das primeira e segunda instâncias, às quais ele não teve acesso.
Além
do mais, não se justifica a proposição de prêmio Nobel da Paz para criminoso,
assim como tal considerado pela Justiça, à vista da condenação à prisão, pela
prática de crimes que são diametralmente contrários aos princípios que se
fundam a sua criação, sabendo-se que o político tem índole incitadora do ódio e
da discórdia, quando instiga a guerra entre pobres e ricos, pretos e brancos, como
verdadeiro propagador do ódio entre classes, credos, raças, ideologias, o que
caracterizaria premiação estrambótica à demagogia e à hipocrisia e muito menos
à prática da paz.
No
passado, ainda na sua gestão, até poderia se justificar a outorga de prêmio
nesse sentido ao político, mas, na atualidade, não passaria de verdadeiro
deboche à seriedade do prêmio Nobel da Paz, diante das condições em que o
político se encontra, sem o mínimo de qualidades morais para merecer tão
expressivo reconhecimento, somente entregue àqueles que realmente ostentam, sem
qualquer contestação, as condições ideais para fazer jus à tamanha honraria
internacional.
Nas
condições atuais, seria verdadeira decepção se fosse concedido prêmio, cuja
finalidade primordial é para o reconhecimento por atos de bravura e heroísmo, a
pessoa que sequer consegue provar a sua inocência em vários processos que
responde, como réu, na Justiça.
Seria
o mesmo que a academia reconhecer a falência do seu instituto, por premiar pessoa
implicada até a pleura com a Justiça e sabe senão dizer que é injustiçada e
perseguida, quando o seu dever, como homem público, é de contestar as acusações
e comprovar a sua inculpabilidade, ante os fatos deploráveis cuja autoria lhe é
atribuída, em razão de suas atividades como gestor de recursos públicos, que tem o dever de prestar contas à
sociedade sobre seus atos na vida pública.
Impende
se observar que o político tupiniquim sempre se vangloriou de ser amigo de
ditadores e governantes contrários aos direitos humanos e aos princípios
democráticos, deixando muito patente que a paz, na sua essência, nunca foi a
sua verdadeira missão, diante da sua simpatia por tiranos que sempre maltrataram
os povos, nos seus países, a exemplo de Cuba e Venezuela, que tiveram até apoio
financeiro para a execução de obras com recursos dos brasileiros, conquanto o
verdadeiro sentido de paz nunca existiu nos governos socialistas apoiados pelo
político.
Trata-se
de estrondoso equívoco a iniciativa da indicação do prêmio Nobel da Paz a quem,
na atualidade, não faz por merecer, tendo em conta que certamente têm outros
cidadãos em reais e adequadas condições de merecer tão expressiva láurea, que
precisa realmente fazer por justificar a sua existência, com a premiação àqueles
que são dignos e possam engrandecer a sua precípua finalidade de disseminação
da paz. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 7 de março de 2018
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