A presidente do PT postou vídeo em redes
sociais, manifestando-se, de forma veemente, em defesa do líder-mor de seu
partido, tendo aproveitado a oportunidade para convocar a população a aderir à
campanha "O povo quer Lula livre".
A
petista argumentou que "Só aumenta a
perseguição para impedir Lula de disputar as eleições para presidente.
Condenado sem provas e sem crime, Lula está perto de ser preso. Será o maior
atentado à nossa democracia se isso acontecer. A Constituição é clara: ninguém
pode ser preso antes do trânsito em julgado de sentença condenatória.
Precisamos todos, todas, partidos e movimentos de esquerda, progressistas e
democratas deste país, se opor a isso! É por Lula, mas também pela democracia,
por direitos, pela dignidade do Brasil e do povo brasileiro que estamos lutando".
A
partir do momento que o Superior Tribunal de Justiça negou habeas corpus
preventivo ao político, houve crescimento, no seio do partido, do receio
de que ele seja realmente preso, após o julgamento do último recurso impetrado
por sua defesa, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com enorme
possibilidade de que isso ainda ocorra no fluente mês.
O
ex-presidente foi condenado em primeira instância, tendo a pertinente sentença sido
confirmada na segunda, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
a doze anos e um mês de prisão, em regime fechado, pela prática dos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
A
presidente do PT afirmou que, “A partir
dessa semana, o PT começa essa campanha. Não só por redes, pela internet, com
material de esclarecimento, mas também com material impresso. Distribua no seu local de trabalho, onde
você estuda, na rua, onde você mora. Fale com a população. Diga o que está
acontecendo. Chame essa atenção”.
Para
a petista, “é um absurdo quererem prender
o maior líder popular que este país já teve. Nós não podemos assistir isso como
se fosse normal em nosso país. Não é normal”.
Até
o momento, o PT vem insistindo com o nome do ex-presidente como pré-candidato à
Presidência da República, tendo evitado falar em plano B, no caso da prisão
dele, porque, disse ela, "Nós vamos
com Lula até o final. Nós vamos com Lula até as últimas consequências”.
A
verdade é que o petista realmente já foi grande líder do povo, quando ainda não
pesavam sobre seus ombros as inúmeras acusações de chefe de organização
criminosa e outros graves crimes, segundo o Ministério Público Federal, mas, na
atualidade, ele não passa de esforçado líder da militância do próprio partido e
de simpatizantes remanescentes beneficiários dos programas de distribuição de
renda do governo, que era feita com recursos dos contribuintes.
À
todo evidência, a presidente do PT não tem credenciais para dizer que o
político é líder do povo, porque certamente parcela expressiva dos brasileiros não
gostaria que fosse liderada por pessoa condenada à prisão pela Justiça, pela
prática de crimes contra a moralidade na administração do país, em afronta aos
princípios republicano e democrático, em total incompatibilidade com os
conceitos de idoneidade e conduta moral,
que precisam estar presentes na índole dos homens públicos, como forma
inseparável de dignidade que precisa acompanhar a vida dos homens
representantes do povo.
Não
é verdade que o petista seja líder do povo, porque os brasileiros,
principalmente aqueles esclarecidos e informados sobre os fatos da vida pública,
estão tendo plena consciência sobre o que realmente se passa com o político que
foi envolvido em graves denúncias de irregularidades com recursos públicos e
não conseguiu convencer à Justiça de primeira e segunda instâncias de que ele
não tem nada a ver com os fatos denunciados, ao contrário, os fatos levaram à
convicção sobre a materialidade da autoria deles, à luz da sentença
condenatória.
À
vista da convergência das manifestações dos magistrados que condenaram o
político, é muito provável que a autoria dos atos irregulares atribuída a ele
se acha devidamente comprovada e materializada por meio dos elementos coligidos
nas investigações que ele e seus asseclas não querem aceitar como sendo
juridicamente válidos, preferindo ignorá-los e desprezar as autoridades e as
instituições legalmente constituídas e responsáveis pela condenação dele.
Causa
enorme espanto o fato de a petista afirmar que os juízes estão errados, por
terem julgado sem provas e sem crimes, em total desprezo aos fatos robustos e
plausíveis constantes dos autos, conforme relato do desembargador-relator da
segunda instância, que ficou horas a fio lendo fatos conexos com os crimes
aduzidos nos autos.
Não
faz o menor sentido a petista afirmar que a prisão do político equivale também ao
aprisionamento da esperança do povo, quando os brasileiros dignos e defensores
dos princípios éticos e morais primam exatamente por que a corrupção e a
impunidade sejam severamente combatidas e varridas da administração do país,
não importando se os envolvidos nas irregularidades com recursos públicos tenham
sido ocupantes de importantes cargos da República, porque há premência na
assepsia da ladroagem na administração pública e que os bons exemplos possam
prosperar o mais urgentemente possível.
É
preciso que seja desmascarada essa hipócrita mística de defensor do povo, dos
pobres, quando se sabe que os programas de distribuição de renda não passavam
de engodo de cunho populista e eleitoreiro, conforme as constatações nos
pleitos eleitorais, onde os currais eleitorais eram pródigos em votação maciça
por parte dos beneficiários dos programas disfarçados de governamentais, quando
eles tinham o timbre e sinete dos governantes, que manipulavam com maestria o
marketing voltado para o resultado das urnas, exatamente nas localidades dos
bolsões de pobreza, maciçamente assistidos pelos programas de distribuição de
renda.
À
luz do descalabro visto na última gestão, onde os indicadores econômicos
simplesmente explodiram, com a inflação próxima de dois dígitos, as taxas de
juros mais do que o dobro das atuais, a prevalência da recessão econômica, a
forte eclosão do desemprego, os rombos nas contas públicas, a queda vertiginosa
da arrecadação, a falta de recursos para investimentos, a péssima prestação de
serviços públicos, enfim, a falência das estruturas do Estado, que funcionavam
precariamente, ainda a petista tem a insensibilidade de falar em esperança do povo, em dignidade do
Brasil e da população, dando a entender que os brasileiros não tivessem
condições de avaliar esse terrível quadro que foi o massacre do povo, com o
país sendo esmagado pelas políticas errôneas de governo que não conseguiu
estancar o mar da mais altiva corrupção que asfixiou até a quase morte a
empresa do porte da Petrobras, que chegou a ser a 12ª do mundo, mas o duro golpe
no seu patrimônio fê-la subir em forma de foguete a 410ª empresa do ranking
mundial, que, ainda de forma dramática, passou a ser a empresa com maior dívida
do planeta, graças aos aparelhamentos promovidos pelo governo, para atendimento
de seus escusos objetivos políticos.
Diante
da modernidade alcançada pelo homem, não tem o menor cabimento que ainda seja
possível se admitir que, na pior das hipóteses, alguém acusado da prática de
atos irregulares seja içado ao monte dos mártires tão somente por meio de
falácia sobre a sua inocência, sem que tenha sido capaz de produzir qualquer
prova em sua defesa, por meio da apresentação de elementos suficientes e
plausíveis quanto à sua inculpabilidade.
Convém
que os brasileiros, com dignidade e consciência cívica, sejam realmente capazes
de avaliar o verdadeiro líder político, que tenha caráter e personalidade
suficientes para assumir a responsabilidade por seus erros e também seja capaz
de se empenhar pessoalmente em se defender com os meios juridicamente
disponibilizados na ampla defesa e no contraditório, no usufruto dos direitos
assegurados na Carta Magna, não se submetendo ao ridículo de se julgar inocente
sem apresentar o mínimo que seja de contestação sobre os fatos denunciados à
Justiça, de modo que o sentimento da verdade possa prevalecer em benefício dos
princípios da ética, moralidade, honestidade, dignidade, transparência, entre
outros que são os pilares dos conceitos modernos de República e democracia. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 17 de março de 2018
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