Depois
de alguns anos, retornei a Uiraúna, minha terra natal, para rever a família e
alguns pouquíssimos amigos de infância, aproveitando o ensejo para prestar
homenagem ao Grupo Escolar Jovelina Gomes, onde houve o início de minhas
atividades escolares.
Logo
na saída de Juazeiro do Norte, de onde comecei a viagem de estrada até Uiraúna,
bons sinais vieram do céu, por meio de fortes chuvas, para me darem boas-vindas
e anunciarem que a invernada promete ser das melhores dos últimos anos.
Não
há dúvida de que é emocionante se rever familiares e amigos queridos, que não
os via há algum tempo, mas o auge da emoção estava, surpreendentemente, reservado
para a solenidade em homenagem ao aludido educandário, com a chegada ao evento
dos ilustres convidados, que contribuíram para tornar ainda mais expressivo o
sentido do momento, que não poderia ser tão especial e envolvente.
Tive
a felicidade de reunir em um único lugar personalidades que se tornaram
patrimônio histórico do grupo escolar, a exemplo das professoras Maria do Céu
Fernandes, Maria Claudino e outras ali presentes, que já se dedicaram à nobre
missão de ensinar e educar, com amor inexcedível à profissão e aos alunos, ao
exigirem deles o máximo da dedicação ao aprendizado.
Foi
magnífico se olhar a cara de muitas pessoas queridas que passaram a vida se
dedicando ao ofício da maior nobreza e importância para a formação intelectual
e moral de crianças, muitas quais, como eu, imbuídas do melhor propósito de se
buscar o saber e o conhecimento que têm sido ministrados com a qualidade singular
pelo Grupo Escolar Jovelina Gomes, conforme ficou ali demonstrada.
Nem
precisa dizer que me sinto verdadeiro egoísta em ter tido a felicidade de
prestar tão justa e merecida homenagem à unidade escolar que se mantém cada vez
mais no patamar da qualidade de ensino, que tem o reconhecimento de seus
ex-alunos.
Por
se tratar de real constatação, é inevitável que se noticie a surpreendente e
até estranha ausência dos alunos de minha turma, que foram especialmente
convidados para participarem do calor da homenagem, mas apenas dois bravos companheiros
tiveram a felicidade de dizer “presente” em solenidade especial: eu e Graça de
Maroli, a quem abracei, de forma afetuosa, em nome dos demais queridos
companheiros de bancos escolares, que certamente tiveram seus motivos para
matarem uma das mais importantes, preciosas e lindas aulas de companheirismo que
poderiam ter acontecido em suas vidas.
Devo
registrar que, embora antes já tivesse publicado 29 outros livros, nunca havia
feito lançamento de nenhum deles, com a devida pompa, como é da praxe no mundo
literário, mas meu trigésimo livro foi lançado em solenidade belíssima,
coincidentemente com a pompa especial exatamente no Grupo Escolar Jovelina Gomes,
na escola onde eu aprendi o “beabá” e na presença de uma das minhas primeiras
professoras, Maria do Céu Fernandes, sem que nada disso tivesse sido adredemente
planejado, daí a importância maior desse evento.
É
importante que eu registre nesta crônica, algumas manifestações de carinho que
tenho recebido, em razão da homenagem em comento, conforme as mensagens a seguir.
Confesso
que alegria especial senti ao receber a mensagem da professora Maria do Céu
Fernandes, que mereceu a dedicatória de um de meus livros, quando ela assim se
expressou, verbis: “Sinto-me honrada e
feliz, pela forma carinhosa como você me homenageia quando da dedicatória a
minha pessoa de mais um livro de sua autoria “OS FATOS DO COTIDIANO”, isto
muito me honra, aumenta minha autoestima e ensina a continuar. Jamais
esquecerei este momento indescritível, único e feliz! O coração pulsa de emoção
neste momento carregado de gratidão. Aqueles distantes anos compartilhados na
década de 60, não significaram o fim da vivência escolar, comprovando que o
vínculo professor/aluno é indestrutível. Continue amando seu ofício com todo o
empenho, sempre perseguindo fazer o melhor. Seja fascinado pelo que realizas,
sem deixar de sonhar. Tudo que fica pronto na vida foi construído antes na
alma. Vejo que a marca da generosidade continua viva neste coração, que em meio
a tantas adversidades continua sendo exemplo de superação, simplicidade e
criatividade. José Américo de Almeida, quando numa oportunidade como esta,
assim se expressou: ‘bem podeis avaliar minha alegria vendo a inteligência
paraibana florescer e eu sendo parte nesta floração, tenho meus canteiros e
neste momento minhas mãos se perfumam colhendo flores’. Num gesto de
agradecimento e gratidão aqui deixo o meu muito obrigada! Maria do Céu
Fernandes. Uiraúna, fevereiro de 2018".
Prezada professora,
bem sinto as suas belíssimas, sinceras e tocantes palavras, principalmente pela
cativante dedicatória que fiz à sua pessoa, em termos singelos, mas muito bem
representativos, porque quis mostrar algo bem próximo da realidade, salvo se
cometi involuntária e indevida avaliação do seu valioso desempenho professoral.
Ademais,
as pessoas comentam, com justa razão, que o sentimento da gratidão fica marcado
para sempre nos corações e é exatamente dessa forma que sinto com relação às
pessoas e às instituições que contribuíram para que eu seja o que sou agora, porque
compreendo que cada qual com quem me envolvi teve sua importante oportunidade
de colocar algum ou alguns tijolinhos na construção de minha vida, que é como
parece ser essa pessoa que sou hoje, que tem como princípio nunca se cansar de
agradecer e retribuir o muito que esses tijolinhos proporcionaram na minha
vida.
Para mim,
é de suma importância que eu tenha proporcionado incrível momento de felicidade
para a minha inesquecível professora da infância, sabendo que felicidade idêntica
tem sido para mim de poder dizer o quanto sinto de alegria e prazer no coração de
ter feito o que fiz e ainda de passar essa imagem substancial para as atuais
professoras, mostrando para elas que o meu gesto de reconhecimento e gratidão pode
acontecer com relação àquelas que souberem desempenhar seu ofício com esforço e
dedicação.
Pois
bem, logo após a memorável solenidade no Jovelina Gomes, a prezada prima
Vescijudith disse o seguinte: “Pude acompanhar a cerimônia através da transmissão feita por Cristina Duarte, embora tenha sido
um consolo, uma vez que queria muito estar presente, foi também uma
generosidade dela em compartilhar com todos os uiraunenses esse doce momento,
marcado por lembranças, alegria, música, carinho. Fui estudante do Jovelina
Gomes e tenho em mim tantas e boas lembranças da minha professora Fátima Pinto Dutra, dos diretores,
servidores e de maneira especial de meus colegas, que são meus amigos para
sempre. Sua homenagem foi uma linda declaração de amor, em que pese feita por
você, leva o sentimento de todos os ex-alunos. Mais uma vez, obrigada por bem
nos representar! Parabéns pelo livro, pelos muitos livros que já presenteia aos
amantes da boa leitura e informações! Receba meu abraço, meu primo querido.
Em
outra importante mensagem, ela escreveu a seguinte: “Lançamento do Livro "Lapidando os Fatos", com dedicatória à
Escola Jovelina
Gomes, de Antonio Adalmir Fernandes (filho de Vaneir Fernandes e Dalila
Rocha). Momento de homenagem à Escola, aos professores e a todos que
fizeram/fazem essa importante Instituição de ensino para nossa gente. Tantos de
nós estudamos lá e somos gratos pelo aprendizado que tivemos, pelos colegas que
são nossos amigos, pelas boas e doces lembranças. Parabéns pela homenagem,
Adalmir! Viva!”.
Em
seguida e em resposta, eu disse: “Foi com
lágrimas nos olhos que terminei de ler a sua bela mensagem acima, querida prima
Vescijudith, diante de palavras tocantes e sinceras que foram certamente ditas
do coração. As lágrimas que não saíram naquele momento memorável, suplantadas
pela forte e controlável emoção, vieram neste momento de muita satisfação,
recordando a bela, merecida e justa homenagem prestada por todos que amam o
Grupo Escolar Jovelina Gomes. Não há dúvida de que a sua ausência ao evento em
apreço foi realmente sentida, uma vez que a sua presença teria dado mais brilho
à solenidade cívica. Muito obrigado.”.
Também
escrevi, em agradecimento à professora Cristina Duarte, que transmitiu a
solenidade ao vivo, o seguinte texto: “Devido
aos compromissos, somente agora é que tive condições de assistir ao vídeo que
transmitiu essa festa maravilhosa, proporcionada por pessoas que sabem muito
bem valorizar a grandeza do Grupo Escolar Jovelina Gomes. Preciso dizer que a professora
Cristina Duarte teve gesto de imensurável generosidade de gravar esse momento
inesquecível e quiçá singular na história dessa instituição de ensino e, por
isso, o seu trabalho merece não somente os meus reconhecimento e agradecimento,
mas a eterna gratidão de toda comunidade joveliniana, porque essa matéria
passará para a história como o dia em que a felicidade tocou com muita força e energia
em nossos corações e esse excepcional momento jamais irá se apagar de nossas
mentes, graças a esse belíssimo e valioso registro da história, que é marcante
pela grandeza dos sentimentos das pessoas presentes em ato que teve a mística a
expressar senão um pouco da importância de educandário símbolo da excepcional
qualidade da formação escolar primária. Certamente que a professora Cristina
Duarte será sempre lembrada por sua enorme contribuição à história do Grupo
Escolar Jovelina Gomes, porque o seu vídeo jamais se apagará, mantendo vivos em
nossos corações os detalhes de uma grande, justa e inesquecível festa cívica.
Meu muito obrigado.”.
Em
agradecimento às manifestações de carinho e ao reconhecimento pela homenagem
prestada ao Grupo Escolar Jovelina Gomes, eu postei a seguinte mensagem, na
tentativa de traduzir a viva alegria que permanece patenteada no meu coração: “Confesso que fiquei não somente envaidecido,
mas extremamente agradecido pela gentileza das manifestações de apoio ao meu
trabalho literário e, em especial, com a homenagem feita ao Grupo Escolar
Jovelina Gomes e a outros personagens decorrentes do puro sentimento do
coração, que tem sido sábio em enaltecer o salutar e nobre princípio da
gratidão às pessoas e às instituições queridas e especiais, que contribuíram,
de alguma forma, para a minha vida. É com imensa alegria que agradeço, de coração, as inúmeras mensagens
recebidas, que as entendo como sendo verdadeiro estímulo ao meu trabalho
literário. Com o meu carinhoso agradecimento a todos que se manifestaram de
forma carinhosa.”.
Meu
coração se encheu de alegria e ternura ao entregar a coleção de meus livros, no
total individual de 30 livros, não somente ao Grupo Escolar Jovelina Gomes,
como o fiz por ocasião da homenagem, mas também à Biblioteca Pública de Uiraúna
e à Biblioteca do Colégio Estadual de Ensino Médio Dr. José Eduardo Filho, na
esperança de que seu conteúdo possa contribuir para melhorar o entendimento
quanto aos princípios republicanos.
Causou-me
a melhor das impressões a maravilhosa obra artística intitulada “Catedral dos
Pássaros”, projeto arquitetônico da lavra de Eudim de Amâncio, renomado músico
e letrista, com autoria de arte do festejado gravador e ilustrador Ciro
Fernandes, de fama nacional e internacional, cuja composição artística
simboliza a própria cidade de Uiraúna, que significa pássaro preto, com origem
na língua tupi-guarani, conforme definição do Aurélio.
A
aludida obra de arte será, por certo, motivo de muito orgulho dos uiraunenses, diante
da expressividade do monumento artístico, que foi implementado por artista
considerado ícone da sua arte, o qual se tornará, muito em breve, majestosa atração
turística, ante a importância das assinaturas de seus construtores, de fama
extraordinária.
Em
31 de janeiro do corrente ano, eu tive a ideia de postar, na Cofemac, mensagem-comentário,
elogiando o belo trabalho do admirado primo Ciro Fernandes, acerca de matéria
tratando do monumento em causa, onde eu escrevi, entre outros assuntos, ipsis
litteris: “Particularmente, gostaria de
saber se, no monumento vai haver revoada de pássaros de forma alheatória,
diferentemente dos quadros apresentados nas fotografias (maquete em exposição
da FELC), que se apresentam um ao lado do
outro, numa métrica perfeita, quando se sabe que eles voam em forma de rebanho,
ou seja, um para cada lado, em sentido diferente, que parece que guarda melhor
identificação sobre a real revoada deles.”.
O
referido texto, como já havia sido publicado na Cofemac (31/01/2018), como
disse acima, foi entregue ao primo Ciro Fernandes, no momento quando eu lhe fiz
entrega do meu livro, na homenagem ao Grupo Escolar Jovelina Gomes, conforme
imagens de vídeo e fotográfica.
Dois
dias depois, me encontrando com ele na Câmara de Vereadores de Uiraúna,
indague-o se havia lido a minha mensagem e ele prontamente respondeu, in verbis: “não só li, como acolhi a sua
proposta”, ou seja, os pássaros ganharam liberdade para voar, em verdadeira
revoada, na forma por mim preconizada e exatamente como consta do mural atual.
Na
qualidade de cidadão que escreve basicamente com foco no bem comum e no
interesse público, não poderia me furtar ao registro aqui do meu profundo estarrecimento
com relação ao caos existente no trânsito de veículos automotores em Uiraúna,
onde prevalece a absoluta precariedade, diante da falta de controle e
fiscalização, notadamente pela inexistência de placas de sinalização de
trânsito e principalmente pela monstruosa afronta à legislação insculpida no
Código Nacional de Trânsito, em que se permite que os usuários de moto
simplesmente trafeguem sem o uso obrigatório do capacete, com o agravante de se
colocar família inteira sobre a moto, não importando a idade dos passageiros,
pondo em risco as suas vidas.
Na
cidade de aproximadamente 20 mil habitantes, com comércio em pleno desenvolvimento,
não existe sinalização de trânsito, quer com relação à mão ou à contramão e às placas
verticais e horizontais (chão), com a indicação de velocidade, sentido de
direção, prioridade de pedestre, proibição ou autorização de parada ou
estacionamento, além da inexistência de guarda ou autoridade responsável pelo
controle e fiscalização do tráfego de veículos, a denotar brutal omissão das
autoridades públicas onde há necessidade da sua presença, como forma
indispensável ao regular e ao bom funcionamento do tráfego de veículos.
Também
é observada a existência de muitos buracos nas vias de trânsito, que não podem
ficar em exposição permanente, porque esse descaso, além de mostrar falta de
cuidado e zelo para com as vias públicas, os buracos podem contribuir para frequentes
acidentes, com graves consequências para os motoristas e passageiros, inclusive
com o aumento de pessoas nos hospitais, que já estão acima da sua capacidade
operacional, fato que pode contribuir para prejudicar o atendimento dos demais
doentes por outras causas, sem contar ainda com a crônica escassez de recursos,
que se agrava.
Trata-se
de importante questão de segurança do tráfego de veículos que, à toda evidência,
exige que a autoridade máxima do município a eleja como matéria prioritária de
sua gestão, para o fim de elaborar projeto específico e encaminhá-lo o quanto
antes ao Ministério das Cidades, solicitando a liberação de recursos para a
implementação de obras imprescindíveis e inadiáveis, à vista do envolvimento e
da preservação de vidas humanas.
Há
de se considerar que se trata de gigantesca omissão da autoridade máxima do
município, de se permitir que a população usuária de motos não seja obrigada a
usar capacetes e demais componentes exigidos para a segurança deles, fato que
denota omissão imperdoável por parte daquela autoridade, que certamente já
teria tomado as medidas preventivas exigidas no Código Nacional de Transito
caso houvesse forma legal de se obrigar que o regular e bom funcionamento do
tráfego de veículos são da exclusiva responsabilidade da citada autoridade, sob
pena de sanção.
A
organização e o bom funcionamento do tráfego de veículos automotores, incluídas
as motos, são o espelho de cidade bem administrada, não importando que a
autoridade máxima seja destaque de âmbito estadual, porque o conjunto da sua
gestão também passa pela civilidade do tráfego de veículos e pelos cuidados com
o fechamento de buracos, em razão da premente necessidade da preservação da
vida, que está sempre em primeiro plano.
Como
se vê, minha visita a Uiraúna me proporcionou momentos de rara alegria, a
exemplo também da recepção que tive na Casa do Povo, quando fui prestigiado com
as melhores honrarias pelos nobres vereadores, a começar por seu presidente, o
vereador Joaquim Marcelino de Lira Neto, convidando-me para assento na mesa e franqueando-me a palavra, e
completadas pelos demais vereadores presentes na sessão, a saber: Francisco Marcondes
da Silva, Francisco Benevenuto Claudino de Almeida, Francisco Alves de Queiroz,
Antonio Carlos Olímpio da Cruz e José Fernandes Moreira, que enalteceram o meu
trabalho de literato como sendo de grande importância para Uiraúna, por eu ser seu
filho, fato que me impressionou de forma magnífica, diante das colocações
vindas exatamente daqueles que são os lídimos representantes dos uiraunenses.
Estive
no querido Sítio Canadá, em especial visita às dependências da Casa Grande, com
a gentileza de seus donos Teodoro e Johnson e a companhia de meu primo Juvino
Neto, para matar saudades do local onde meu cordão umbilical foi enterrado, ou
seja, onde nasci.
Confesso
que foi um misto de alegria e tristeza, porque o Casarão se mantém imponente
nas suas estruturas coloniais, mas, no sítio, não existem mais a beleza e a
fartura da água perene do açude, que nunca o vi nas atuais condições de completa
sequidão, à míngua de uma gota de água, e das frutas, posto que as plantas
frutíferas foram dizimadas pelas inclementes secas, além da notícia de que o
velho engenho teria sido criminosamente incendiado.
Não
poderia deixar de dizer que, como visto, tudo aconteceu de forma maravilhosa na
minha visita a Uiraúna, mas somente a gentileza, fidalguia e disposição
incansável da querida irmã Vandali já teriam compensado o sacrifício de ter me afastado
do conforto do meu lar para empreender essa curta e rápida viagem, a quem rendo
minhas permanentes homenagens, por sua amabilidade.
Sou
muito grato àqueles que me prestigiaram com a sua paciência, me receberam e me
ouviram nesse périplo que me encheu de alegria e felicidade, diante do contato
com a família e os amigos e, em especial, do destaque da histórica homenagem ao
Grupo Escola Jovelina Gomes.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 3 de março de 2018
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