Começo o texto fazendo as vezes de
uma professora da minha época de estudos no Grupo Escolar Jovelina Gomes,
proferindo a chamada dos alunos de minha turma, pela ordem alfabética da lista,
como era do costume e conforme escrito o nome abaixo de uma fotografia antiga,
começando pela professora, ipsis litteris:
Profª Maria do Céu Fernandes, Antonio
Adalmir, Bubu de Alcione, Demar, Erocilma, Graça de Nego Véi, Loria, Nelton,
Neném de Seu Dé, Nêumanne Pinto, Neuzani, Nilton, Vandil (outras pessoas
constaram da fotografia, mas não há a indicação de seus nomes e eu não tinha
como identificá-las, infelizmente).
Pois bem, com inspiração na
composição de Dominguinhos e Nando Cordel, posso dizer que estou de volta
ao meu aconchego dos primeiros passos nas atividades escolares, porque foi no
Grupo Escolar Jovelina Gomes que minha história escolar criou penugem e começou
o nascimento das asas que hoje me carregam e me conduzem ao mundo da arte
literária, que tem sido o meu hobby e o meu melhor passatempo, onde me realizo
como criador de crônicas e livros.
Foi ali que conheci e mantive meus
primeiros contatos com excelentes professoras do ensino primário, que exigiam o
máximo do aprendizado sobre as matérias do currículo escolar completo e próprio
da época.
Lembro-me, com carinho, da professora
Palmira, exemplar diretora, rígida e exigente na direção e no disciplinamento
escolar, cujos predicativos contribuíram, de forma expressiva, para elevar o
conceito do Grupo Escolar.
As professoras seguiam o seu modelo
de ensino e exigiam o máximo dos alunos, que eram obrigados a estudar com
afinco, sob pena de jubilação.
Da minha época, guardo na lembrança,
como minhas professoras, em especial, Expedita Veloso, Juvanira e Maria do Céu
Fernandes, mas tinha uma por nome de Tacinha - que não foi minha mestra -, que
era simplesmente inesquecível, por sua atitude um tanto durona e superexigente,
porém se tratava de ótima professora.
Guardo, no âmago do coração, boas,
sadias e saudosas lembranças dos amigos dos bancos escolares, das brincadeiras
dos intervalos, principalmente do futebol, mas o que mais me atraia era a
merenda, reforçada com o leite do Fisco, que vinha dos EUA, pelo programa
Aliança para o Progresso, também conhecido como o leite do Padre, porque a
paróquia também o recebia, para distribuição aos pobres.
Enfim, são marcantes e maravilhosas
as infinitas lembranças de minha passagem pelo Grupo Escolar Jovelina Gomes,
onde tive a sorte de aprender as primeiras lições de cidadania e principalmente
de saber e educação, que certamente se tornaram o alicerce robusto e seguro
para que, além de sucesso na vida, eu conseguisse, na velhice, ser amante da
arte literária, sendo autor de exatos trinta (30) livros.
A propósito, escrevo crônicas, para apresentar os
fatos sob a minha visão de análise, tendo a possibilidade de ensejar proposta,
com o devido respeito, de moralização e valorização dos princípios de
civilidade e razoabilidade, por meio da transformação da mentalidade das
pessoas, como forma de contribuição ao aperfeiçoamento das relações
humano-sociais.
Escrevo com o propósito de materializar meu
sentimento de brasilidade e de amor à literatura e à verdade, aproveitando a
experiência acumulada em quase quarenta e cinco anos de serviços públicos, que
tento materializar nos meus textos.
Na realidade, a minha dedicação à arte de escrever
tem como foco a análise dos fatos do cotidiano, que são destaques e chamam a
atenção da sociedade, por envolver matéria merecedora do juízo da opinião
pública.
Tendo a maior admiração pelos
escritores, principalmente sendo de Uiraúna, me coloco ao desafio de que
apareçam outros escribas como eu, ou de comprovado mérito, aqui da terra que
tenham publicado mais livros do que eu.
É evidente que o meu sadio desafio
tem a finalidade de mostrar que eu sou o escriba que, em quantidade, é o que
mais livros tenha publicado, deixando claro que isso tem o sentido meramente
estatístico, sem qualquer outra forma de juízo, muito menos de vaidade pessoal,
porque eu escrevo pelo prazer de mostrar fatos sob as minhas interpretação e
análise sobre eles.
Alhures, nos idos de 15 de outubro de 2012, eu
prestei merecida homenagem aos professores, em especial às professoras do Grupo
Escolar Jovelina Gomes, conforme o excerto a seguir:
“(...) Quem não se lembra dos seus professores ou
pelos menos os mais marcantes? No meu caso, tenho boas, gratas e saudáveis
lembranças das importantíssimas professoras da minha infância, no antigo Grupo
Escolar Jovelina Gomes de Uiraúna/PB, em especial as excelentes professoras
Expedita Veloso, muito exigente e disciplinadora, e Maria do Céu Fernandes,
notadamente calma e competente. Não poderia deixar de mencionar a viva
lembrança das diretoras e professoras Palmira e Lourdinha Bastos, pela
dedicação e amor ao magistério. (...)”.
Não poderia deixar de registrar meu carinho e minha
gratidão especiais à sempre lembrada e prestativa professora Lurdinha Bastos,
que me socorreu prontamente quando precisei do histórico sobre as minhas atividades
escolares nesse educandário e eu já estava em Brasília, mas ela foi de singular
generosidade em expedi-lo mais do que imediatamente, a pedido de minha querida
mãe Dalila.
Cito como exemplo o que
fiz com este livro, que foi dedicado ao Grupo Escolar Jovelina Gomes,
exatamente nestes termos:
“DEDICATÓRIA
Apraz-me dedicar este livro ao saudoso Grupo Escolar
Jovelina Gomes, educandário onde tive a felicidade de ser apresentado ao mundo
fantástico das letrinhas, por meio da Cartilha do A, B, C, que inevitavelmente
se espargiram de forma intensa na jornada vitoriosa da história da minha vida. Logo
na maturidade da primeira infância, as primeiras atividades escolares sempre
marcaram a minha vida, porque eu sentia, desde de tenra idade, que os estudos
eram a base para a superação das dificuldades. Lembro-me que minha prioridade
era frequentar as aulas, mesmo com os maiores sacrifícios, que eram próprios
daquela época. Já na minha infância, o Grupo Escolar Jovelina Gomes contribuía
com excelente formação escolar do primário, propiciando aos alunos
conhecimentos básicos e essenciais para a continuidade dos estudos, graças às
excelentes professoras de seu quadro de pessoal, que exigiam o máximo dos
alunos, tanto em termos das matérias didáticas como da formação cívica e moral,
contribuindo para que o aluno se tornasse cidadão competente e responsável.
Tenho as melhores lembranças do tempo de aluno desse educandário, que
certamente contribuiu para que eu conseguisse superar os obstáculos próprios da
caminhada da vida, graças aos ótimos ensinamentos ali ministrados, que foram
hauridos por mim com muita atenção e interesse, na certeza de que as lições
foram muito bem aprendidas e valorizadas, posto que agora só me resta prestar
meus reverenciais agradecimentos pelo tempo de proveitosos estudos nessa escola
que me é referência para sempre.”.
Também não é surpresa
que, em outro livro, uma das pessoas homenageadas também tenha lugar garantido
nessa galeria especial, conforme abaixo:
“DEDICATÓRIA
Dedico este livro,
com sublime carinho, à inesquecível professora Maria do Céu Fernandes, que foi
uma de minhas primeiras orientadoras nos primórdios da minha trajetória
estudantil, quando frequentei o curso primário, no sempre amado Grupo Escolar
Jovelina Gomes, na cidade de Uiraúna (PB). Lembro-me com bastante lucidez,
daquela figura com o misto de ternura e de carisma, porque tinha o dom de ser
durona e até inflexível no seu método de ensino da época, mas era doce e
elegante na forma como explicava as aulas, com a didática que cativava e
estimulava os alunos. No meu caso, posso afirmar que o seu método professoral muito
contribuiu para que eu fosse aluno exemplar, porque sempre consegui boas notas
e o seu apreço, graças à sua dedicação especial por aqueles que se esforçavam e
demonstravam interesse nas suas aulas. É com enorme gratidão que reconheço a
sua prestimosa contribuição à minha formação educacional, em especial por eu
ser hoje apaixonado pela arte literária, sabendo que o começo teve a fecunda
contribuição de muitas professoras do citado educandário, todas merecedoras de
meus especiais carinho e agradecimento.”.
Ainda com inspiração do convívio no
Grupo Escolar Jovelina Gomes, em outro livro, houve dedicatória inevitável,
como se pode sentir com o texto a seguir:
Este livro é
dedicado, com muito prazer, aos grandes e inesquecíveis amigos de infância
Francisco Anacleto (Chico), in memoriam, Francisco das Chagas (Chaguinha) e
Neném de Seu Dé, como forma de registrar a nossa sólida parceria dos
maravilhosos tempos consagrados quase que integralmente juntos, desde as
atividades escolares, no Grupo Escolar Jovelina Gomes, na igreja Jesus, Maria e
José, na Praça Padre França, nos jogos esportivos, nas brincadeiras de ruas e
por onde mais passamos, sempre estivemos juntos e irmanados no bom propósito de
tirar proveito dessa importante fase de nossas vidas. Certamente que essa
fecunda união contribuiu muito na minha formação como cidadão de bem, por eu
ter tido a companhia de pessoas da melhor estirpe e de caráter e personalidade
fortes que serviram certamente para a consolidação de sentimentos de amizade, união
e fraternidade, fazendo com que esses importantes traços permanecessem para
sempre no meu coração. Agradeço demais a oportunidade graciosa de ter
encontrado esses amigos que nunca se afastaram de minhas maravilhosas
lembranças de rica infância, que foi extremamente proveitosa e profícua, na
companhia deles.“.
Quando eu estudava no Grupo Escolar
Jovelina Gomes, tinha o saudável hábito da formatura dos alunos na ala
perpendicular à nave central do prédio, antes de eles adentrarem às salas de
aulas e isso era observado religiosamente.
Nessa ocasião, havia a
obrigatoriedade de se cantar o Hino Nacional ou o Hino à Bandeira e,
invariavelmente, o canto “Alecrim Dourado”, que também se tornou hino, de tanto
ser cantado, certamente por iniciativa da diretora da época, a saudosa e
exemplar professora Palmira.
Em homenagem a essa admirável
educadora de escol, que prestou relevante contribuição à causa do ensino e da
educação, eu proponho, com a permissão dos presentes, que cantemos esse hino,
de rara beleza:
“Alecrim Dourado
Alecrim,
alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado.
Foi meu
amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim.
Alecrim,
alecrim miúdo
Que nasceu no campo
Perfumando tudo.
Foi meu
amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim.
Alecrim,
alecrim aos molhos
Por causa de ti
Choram os meus olhos.
Foi meu
amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim.”.
Com a gratidão que me é peculiar,
deixo, neste amado educandário, a coleção da minha obra completa, com o real
propósito de que meu singelo gesto possa servir de estímulo e edificante
exemplo para o surgimento de futuros e bons escritores, de modo que sejam
perpetuadas as grandeza e valorização do ensino ministrado nesse sempre querido
e memorável grupo escolar, a quem rendo minhas eternas homenagens de gratidão e
agradecimento.
Finalmente, quero dizer, de coração, que
reconheço que o Grupo Escolar Jovelina Gomes, situado em Uiraúna, Paraíba, é
autêntico berço que forma futuras pessoas de muita qualidade e
responsabilidade, dignas e honradas, que sabem muito bem enobrecer, de forma
expressiva e marcante, o legado de seus profícuos e valiosos ensinamentos.
Meu muito obrigado.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de janeiro de 2018
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