domingo, 11 de março de 2018

Homenagem ao Grupo Escolar Jovelina Gomes


Começo o texto fazendo as vezes de uma professora da minha época de estudos no Grupo Escolar Jovelina Gomes, proferindo a chamada dos alunos de minha turma, pela ordem alfabética da lista, como era do costume e conforme escrito o nome abaixo de uma fotografia antiga, começando pela professora, ipsis litteris: Profª Maria do Céu Fernandes,  Antonio Adalmir, Bubu de Alcione, Demar, Erocilma, Graça de Nego Véi, Loria, Nelton, Neném de Seu Dé, Nêumanne Pinto, Neuzani, Nilton, Vandil (outras pessoas constaram da fotografia, mas não há a indicação de seus nomes e eu não tinha como identificá-las, infelizmente).
Pois bem, com inspiração na composição de Dominguinhos e Nando Cordel, posso dizer que estou de volta ao meu aconchego dos primeiros passos nas atividades escolares, porque foi no Grupo Escolar Jovelina Gomes que minha história escolar criou penugem e começou o nascimento das asas que hoje me carregam e me conduzem ao mundo da arte literária, que tem sido o meu hobby e o meu melhor passatempo, onde me realizo como criador de crônicas e livros.
Foi ali que conheci e mantive meus primeiros contatos com excelentes professoras do ensino primário, que exigiam o máximo do aprendizado sobre as matérias do currículo escolar completo e próprio da época.
Lembro-me, com carinho, da professora Palmira, exemplar diretora, rígida e exigente na direção e no disciplinamento escolar, cujos predicativos contribuíram, de forma expressiva, para elevar o conceito do Grupo Escolar.
As professoras seguiam o seu modelo de ensino e exigiam o máximo dos alunos, que eram obrigados a estudar com afinco, sob pena de jubilação.
Da minha época, guardo na lembrança, como minhas professoras, em especial, Expedita Veloso, Juvanira e Maria do Céu Fernandes, mas tinha uma por nome de Tacinha - que não foi minha mestra -, que era simplesmente inesquecível, por sua atitude um tanto durona e superexigente, porém se tratava de ótima professora.
Guardo, no âmago do coração, boas, sadias e saudosas lembranças dos amigos dos bancos escolares, das brincadeiras dos intervalos, principalmente do futebol, mas o que mais me atraia era a merenda, reforçada com o leite do Fisco, que vinha dos EUA, pelo programa Aliança para o Progresso, também conhecido como o leite do Padre, porque a paróquia também o recebia, para distribuição aos pobres.
Enfim, são marcantes e maravilhosas as infinitas lembranças de minha passagem pelo Grupo Escolar Jovelina Gomes, onde tive a sorte de aprender as primeiras lições de cidadania e principalmente de saber e educação, que certamente se tornaram o alicerce robusto e seguro para que, além de sucesso na vida, eu conseguisse, na velhice, ser amante da arte literária, sendo autor de exatos trinta (30) livros.
A propósito, escrevo crônicas, para apresentar os fatos sob a minha visão de análise, tendo a possibilidade de ensejar proposta, com o devido respeito, de moralização e valorização dos princípios de civilidade e razoabilidade, por meio da transformação da mentalidade das pessoas, como forma de contribuição ao aperfeiçoamento das relações humano-sociais.
Escrevo com o propósito de materializar meu sentimento de brasilidade e de amor à literatura e à verdade, aproveitando a experiência acumulada em quase quarenta e cinco anos de serviços públicos, que tento materializar nos meus textos.
Na realidade, a minha dedicação à arte de escrever tem como foco a análise dos fatos do cotidiano, que são destaques e chamam a atenção da sociedade, por envolver matéria merecedora do juízo da opinião pública.
Tendo a maior admiração pelos escritores, principalmente sendo de Uiraúna, me coloco ao desafio de que apareçam outros escribas como eu, ou de comprovado mérito, aqui da terra que tenham publicado mais livros do que eu.
É evidente que o meu sadio desafio tem a finalidade de mostrar que eu sou o escriba que, em quantidade, é o que mais livros tenha publicado, deixando claro que isso tem o sentido meramente estatístico, sem qualquer outra forma de juízo, muito menos de vaidade pessoal, porque eu escrevo pelo prazer de mostrar fatos sob as minhas interpretação e análise sobre eles.
Alhures, nos idos de 15 de outubro de 2012, eu prestei merecida homenagem aos professores, em especial às professoras do Grupo Escolar Jovelina Gomes, conforme o excerto a seguir:
(...) Quem não se lembra dos seus professores ou pelos menos os mais marcantes? No meu caso, tenho boas, gratas e saudáveis lembranças das importantíssimas professoras da minha infância, no antigo Grupo Escolar Jovelina Gomes de Uiraúna/PB, em especial as excelentes professoras Expedita Veloso, muito exigente e disciplinadora, e Maria do Céu Fernandes, notadamente calma e competente. Não poderia deixar de mencionar a viva lembrança das diretoras e professoras Palmira e Lourdinha Bastos, pela dedicação e amor ao magistério. (...)”.
Não poderia deixar de registrar meu carinho e minha gratidão especiais à sempre lembrada e prestativa professora Lurdinha Bastos, que me socorreu prontamente quando precisei do histórico sobre as minhas atividades escolares nesse educandário e eu já estava em Brasília, mas ela foi de singular generosidade em expedi-lo mais do que imediatamente, a pedido de minha querida mãe Dalila.
Cito como exemplo o que fiz com este livro, que foi dedicado ao Grupo Escolar Jovelina Gomes, exatamente nestes termos:
“DEDICATÓRIA
Apraz-me dedicar este livro ao saudoso Grupo Escolar Jovelina Gomes, educandário onde tive a felicidade de ser apresentado ao mundo fantástico das letrinhas, por meio da Cartilha do A, B, C, que inevitavelmente se espargiram de forma intensa na jornada vitoriosa da história da minha vida. Logo na maturidade da primeira infância, as primeiras atividades escolares sempre marcaram a minha vida, porque eu sentia, desde de tenra idade, que os estudos eram a base para a superação das dificuldades. Lembro-me que minha prioridade era frequentar as aulas, mesmo com os maiores sacrifícios, que eram próprios daquela época. Já na minha infância, o Grupo Escolar Jovelina Gomes contribuía com excelente formação escolar do primário, propiciando aos alunos conhecimentos básicos e essenciais para a continuidade dos estudos, graças às excelentes professoras de seu quadro de pessoal, que exigiam o máximo dos alunos, tanto em termos das matérias didáticas como da formação cívica e moral, contribuindo para que o aluno se tornasse cidadão competente e responsável. Tenho as melhores lembranças do tempo de aluno desse educandário, que certamente contribuiu para que eu conseguisse superar os obstáculos próprios da caminhada da vida, graças aos ótimos ensinamentos ali ministrados, que foram hauridos por mim com muita atenção e interesse, na certeza de que as lições foram muito bem aprendidas e valorizadas, posto que agora só me resta prestar meus reverenciais agradecimentos pelo tempo de proveitosos estudos nessa escola que me é referência para sempre.”.
Também não é surpresa que, em outro livro, uma das pessoas homenageadas também tenha lugar garantido nessa galeria especial, conforme abaixo:
DEDICATÓRIA
Dedico este livro, com sublime carinho, à inesquecível professora Maria do Céu Fernandes, que foi uma de minhas primeiras orientadoras nos primórdios da minha trajetória estudantil, quando frequentei o curso primário, no sempre amado Grupo Escolar Jovelina Gomes, na cidade de Uiraúna (PB). Lembro-me com bastante lucidez, daquela figura com o misto de ternura e de carisma, porque tinha o dom de ser durona e até inflexível no seu método de ensino da época, mas era doce e elegante na forma como explicava as aulas, com a didática que cativava e estimulava os alunos. No meu caso, posso afirmar que o seu método professoral muito contribuiu para que eu fosse aluno exemplar, porque sempre consegui boas notas e o seu apreço, graças à sua dedicação especial por aqueles que se esforçavam e demonstravam interesse nas suas aulas. É com enorme gratidão que reconheço a sua prestimosa contribuição à minha formação educacional, em especial por eu ser hoje apaixonado pela arte literária, sabendo que o começo teve a fecunda contribuição de muitas professoras do citado educandário, todas merecedoras de meus especiais carinho e agradecimento.”.     
Ainda com inspiração do convívio no Grupo Escolar Jovelina Gomes, em outro livro, houve dedicatória inevitável, como se pode sentir com o texto a seguir:
Este livro é dedicado, com muito prazer, aos grandes e inesquecíveis amigos de infância Francisco Anacleto (Chico), in memoriam, Francisco das Chagas (Chaguinha) e Neném de Seu Dé, como forma de registrar a nossa sólida parceria dos maravilhosos tempos consagrados quase que integralmente juntos, desde as atividades escolares, no Grupo Escolar Jovelina Gomes, na igreja Jesus, Maria e José, na Praça Padre França, nos jogos esportivos, nas brincadeiras de ruas e por onde mais passamos, sempre estivemos juntos e irmanados no bom propósito de tirar proveito dessa importante fase de nossas vidas. Certamente que essa fecunda união contribuiu muito na minha formação como cidadão de bem, por eu ter tido a companhia de pessoas da melhor estirpe e de caráter e personalidade fortes que serviram certamente para a consolidação de sentimentos de amizade, união e fraternidade, fazendo com que esses importantes traços permanecessem para sempre no meu coração. Agradeço demais a oportunidade graciosa de ter encontrado esses amigos que nunca se afastaram de minhas maravilhosas lembranças de rica infância, que foi extremamente proveitosa e profícua, na companhia deles.“.
Quando eu estudava no Grupo Escolar Jovelina Gomes, tinha o saudável hábito da formatura dos alunos na ala perpendicular à nave central do prédio, antes de eles adentrarem às salas de aulas e isso era observado religiosamente.
Nessa ocasião, havia a obrigatoriedade de se cantar o Hino Nacional ou o Hino à Bandeira e, invariavelmente, o canto “Alecrim Dourado”, que também se tornou hino, de tanto ser cantado, certamente por iniciativa da diretora da época, a saudosa e exemplar professora Palmira.
Em homenagem a essa admirável educadora de escol, que prestou relevante contribuição à causa do ensino e da educação, eu proponho, com a permissão dos presentes, que cantemos esse hino, de rara beleza:
                                                 Alecrim Dourado     
  
Alecrim, alecrim dourado 
Que nasceu no campo
Sem ser semeado.

Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim.

Alecrim, alecrim miúdo
Que nasceu no campo
Perfumando tudo.

Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim.

Alecrim, alecrim aos molhos
Por causa de ti
Choram os meus olhos.

Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim.”.

Com a gratidão que me é peculiar, deixo, neste amado educandário, a coleção da minha obra completa, com o real propósito de que meu singelo gesto possa servir de estímulo e edificante exemplo para o surgimento de futuros e bons escritores, de modo que sejam perpetuadas as grandeza e valorização do ensino ministrado nesse sempre querido e memorável grupo escolar, a quem rendo minhas eternas homenagens de gratidão e agradecimento.
 Finalmente, quero dizer, de coração, que reconheço que o Grupo Escolar Jovelina Gomes, situado em Uiraúna, Paraíba, é autêntico berço que forma futuras pessoas de muita qualidade e responsabilidade, dignas e honradas, que sabem muito bem enobrecer, de forma expressiva e marcante, o legado de seus profícuos e valiosos ensinamentos.
Meu muito obrigado.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de janeiro de 2018

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