quarta-feira, 14 de março de 2018

Marmelada no futebol?


Um ex-jogador da seleção peruana de futebol trouxe novamente à baila as suspeitas de que o jogo Argentina 6 x 0 Peru, disputado no Mundial de 1978, na própria Argentina, tenha sido "comprado" pelos anfitriões. 
O ex-jogador afirmou, em entrevista ao jornal peruano Trome, que quatro então jogadores da seleção peruana, todos nominados por ele, incluído aí o goleiro, teriam se "vendido" para garantir a vitória dos argentinos.
A seleção argentina, que foi país-sede do evento, acabou sendo campeã daquele ano, precisava golear seu adversário em jogo de vida ou morte, para tirar diferença no saldo de gols e vencer a seleção peruana, por, no mínimo, 4 gols para se classificar para a final e, por consequência, eliminar a seleção brasileira.
Não obstante, de forma extraordinariamente suspeita, os argentinos venceram os peruanos por 6 a 0, mas no decorrer dos anos, foram divulgadas diversas histórias e versões acerca de possíveis marmeladas do que poderia realmente ter acontecido para que o resultado do jogo fosse tão facilitado em benefício dos donos da casa.
O mencionado ex-jogador disse ainda que o general ditador argentino de então fez visita ao vestiário peruano, para, segundo ele, "desejar sorte" ao time, fato esse que ele considera que tenha sido forma clássica de pressionar a seleção que enfrentaria os donos da casa.
Na ocasião, como não poderia ser diferente, as suspeitas de resultado arranjado logo dominaram o cenário da Copa do Mundo, com a possibilidade da compra de jogadores, que agora se anuncia como o que realmente teria acontecido e isso é motivo suficiente para enodoar o campeonato de expressão mundial, que deveria cingir-se somente à disputa limpa em campo, entre os atletas.      
Se constatada a fraude, com a verificação da prática de procedimento irregular extracampo, compete à FIFA, no mínimo, com a devida urgência, como forma de punição exemplar, anular o título conquistado por meios ilícitos e incompatíveis com as regras fundamentais do futebol.
De qualquer forma, é preciso que os fatos sejam devidamente investigados, com vistas à aplicação de penalidades duras aos culpados, no caso, dirigentes e jogadores envolvidos, para que as sanções aplicadas possam servir de lição para as novas gerações, de modo que fatos semelhantes nunca mais ocorram.
Aliás, se for verdadeira a denúncia ora noticiada na mídia, não resta a menor dúvida de que os países envolvidos merecem sofrer a pena máxima do futebol, qual seja, de nunca mais participar de campeonatos patrocinados pela FIFA, que precisa adotar medida dura contra aqueles que contribuíram para a desmoralização das regras do futebol e conseguiram o campeonato por meio absolutamente contrário aos princípios esportivos e futebolísticos, que precisam ter como fundamento o estrito respeito às regras de condutas éticas e morais estabelecidas uniformemente para todos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de março de 2018

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