Após
os confrontos durante a passagem do principal político brasileiro e sua
caravana pela região Sul, ele afirmou que, “se
provocados, os petistas vão retribuir.”.
Na
última semana, manifestantes antipetistas bloquearam vias em cidades pelas
quais a comitiva do político passou e provocaram confrontos com os apoiadores dele.
Teve
um dia que a comitiva decidiu desistir de passar por Passo Fundo, no Rio Grande
do Sul, por falta de segurança e risco iminente e intenso de confronto, após
ruralistas e apoiadores do deputado federal carioca, o ultradireitista também
pré-candidato ao Palácio do Planalto, bloquearem a estrada de acesso à cidade,
com a finalidade de impedir que o petista cumprisse seu compromisso da agenda.
O
ex-presidente ressaltou, em discurso, que "Este ano vai ser um ano duro. Tem gente que está se organizando como se
fossem paramilitares. Tem gente que está se preparando até para invadir comício
de outro. Nós somos da paz. É só olhar para a cara de vocês. Aqui tem
estudante, trabalhadores, professores. Mas não nos provoquem. Se derem um tapa
na nossa cara a gente não vai apenas virar para o lado, a gente vai retribuir
até eles aprenderem a viver democraticamente".
Durante
o discurso do político, um grupo menor protestava contra a presença dele na
cidade, inclusive apresentando faixas pedindo a sua prisão.
Os
manifestantes, que traziam bandeiras do Brasil e camisetas a favor do deputado
carioca, estavam separados por alguns metros e uma fileira de policiais
militares, mas não houve relatos de conflitos nem de agressão de nenhum dos
lados.
Em
seu discurso, o político ainda fez promessas de campanha presidencial, como a
isenção de Imposto de Renda para quem ganha menos de cinco salários mínimos e o
fim do teto de gastos públicos.
Causa
enorme estranheza se permitir que pré-candidato à Presidência da República se
aventure Brasil a dentro, em plena campanha eleitoral, como no caso referido no
parágrafo anterior, em que ele chegou até a prometer para a plateia a execução
de seu plano de governo, o que caracteriza que ele está em plena campanha
eleitoral ao principal trono do país, quando a legislação eleitoral é muito
clara, ao proibir que isso seja feito antecipadamente ao prazo previsto
legalmente.
Essa
tal caravana tem por base o principal argumento de que o político vai correr o
país para conhecer seus problemas, mas, na verdade, tudo não passa de engodo,
porque o seu objetivo mesmo é manter contato com simpatizantes para dizer a
eles que a sua situação no momento é de pessoa injustiçada, que teria sido
condenada à prisão sem provas e sem motivos que justificassem tal procedimento,
de modo que ele se acha no direito de se passar por vítima de seus opositores, por
estarem interessados no impedimento da candidatura dele à Presidência da
República.
Não
obstante, o que se vê mesmo são os discursos inflamados, recheados de críticas
à imprensa, à oposição e principalmente à Operação Lava-Jato, incluída aí a
Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal, porque é
assim que o político entende que as investigações tratadas no processo
referente ao tríplex conseguiram contextualizar mentiras que foram placitadas
pelos juízos das primeira e segunda instâncias, que, neste último caso, os
desembargadores, segundo o político, sequer leram os autos e muito menos a sua
defesa, tendo julgado sob pressão e condenado um inocente.
Agora,
o sentimento de muita repulsa de parcela expressiva dos gaúchos se evidencia
exatamente por meio da reprovação contra o envolvimento do político nos fatos
denunciados à Justiça, que denotam a maior gravidade para o homem público que
já foi presidente da República e jamais poderia sequer pensar em participar de
atividades político-eleitorais, como ele vem fazendo, na forma explícita da sua
caravana pelo Sul do país.
Conviria,
antes, que ele provasse a sua inocência, de forma cabal e definitiva, por meio
de elementos de provas juridicamente válidas, junto à Justiça, de modo que não
se levantasse contra ele o mínimo questionamento quanto ao seu impedimento
moral para fazer campanha política, ante o seu atual histórico horroroso de
homem público, que não conseguiu impugnar os fatos inquinados de irregulares,
cuja autoria dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro é solenemente
atribuída a ele.
Não
tem como se acreditar em político que garante que é inocente, mas não consegue
transformar isso em provas válidas para a Justiça, cujos magistrados preferiram
acreditar, com razão ou não, nas provas da materialidade constante dos autos,
ante a uniforme e a unânime convicção de que há consistência e robusteza nos
elementos coligidos pela força-tarefa do Lava-Jato, a confirmarem a
materialidade dos fatos denunciados à Justiça e sua autoria.
A
evidência da autoria dos crimes perpetrados nos autos se consolida exatamente
diante da ausência de recursos da defesa alegando a nulidade das provas e
exigindo sanções aos julgadores, em razão de terem sentenciado à prisão sem
que, nos autos tivessem provas suficientes para tanto, fato este que apenas
confirma que a condenação do político foi inquestionavelmente com respaldo em
provas consistentes e plausíveis, em que pesem as alegações de inocência,
absolutamente destituídas de comprovação.
Urge
que os brasileiros se conscientizem de que o Brasil precisa passar por mudanças
radicais e abrangentes na política, não permitindo mais que homens públicos
envolvidos com casos ilícitos possam sequer participar de reuniões, encontros e
comícios públicos ou político-eleitorais, como forma de respeito à dignidade do
povo e à preservação da integridade dos princípios da ética, moralidade,
dignidade, entre outros que são fundamentais ao fortalecimento da República e
da democracia. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 28 de março de 2018
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