sábado, 31 de março de 2018

O bom samaritano


Continua repercutindo de forma intensa, positiva e maravilhosa a crônica que escrevi recentemente, intitulada “É preciso ter heróis”, quando fiz a narrativa acerca da magnífica recepção que tive na Câmara de Vereadores de Uiraúna, não somente enaltecendo a cordialidade demonstrada pelos nobres edis uiraunenses, mas em especial pela oportunidade ímpar de defender, mais uma vez, a aprovação do título de herói de Uiraúna, tendo sido apresentado como o primeiro a ser homenageado com essa honraria o sempre prestigiado humanista Bonifácio Fernandes, a par de ter deixado ali vasta documentação para respaldar a medida justa e merecida.
Agora mesmo tenho o prazer de ser agradecido por meu singelo gesto, com bonitas palavras declinadas pela prezada prima Vescijudith Fernandes Moreira, filha de Bonifácio, que assim se expressou, verbis: “Querido Primo Antonio Adalmir Fernandes, primeiramente, agradeço imensamente sua amizade e reconhecimento por tamanha missão, lindamente cumprida por meu Pai. Sou suspeita e, ao mesmo tempo, fã do trabalho que meu Pai desenvolveu em nossa Terrinha. Abriu mão até mesmo de sua tranquilidade e privacidade para se doar ao próximo, em sua grande maioria, abarcada pela pobreza e carência daquele tempo. É um herói sim. E apoio seu projeto porque se trata de uma causa rica em simplicidade, humildade e doação ao próximo. Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão. O doar-se é estar sempre atento às necessidades e supri-las sem esperar nada em troca. É puro amor. Somente heróis possuem esse desprendimento. Pessoas sensíveis e de conhecimento à causa estarão de mãos dadas para essa interessante tarefa.”.
Certamente tocado e envolvido pelo espírito de muitíssimo acerto das colocações feitas pela estima prima, que pintou, em poucas palavras, o quadro fiel, riquíssimo e precioso de seu amado pai, tive a inspiração de escrever, em resposta, o seguinte: "O real sentido do herói está naquele que fez ou faz, a vida toda, algo que ninguém jamais consegue fazer ou imitar. Acredito que o título de herói apenas simboliza o trabalho diferenciado e apaixonado de Bonifácio, porque dificilmente alguém em Uiraúna irá superar o feito glorioso desse extraordinário ser humano, como pessoa que amava seu semelhante com a simplicidade dos humildes e imensurável bondade no coração, que tinha a grandeza dos gigantes. Nós estamos em um momento maravilhoso para dizer isso às autoridades públicas, em alto brado e som estridente, para elas compreenderem a real dimensão de um ser humano que foi, na Terra, ou seja, depois de Deus, o melhor e especial amigão de todos os doentes e também das pessoas sadias de Uiraúna, sem desmerecer o importante trabalho similar desenvolvido por outras pessoas, mas Bonifácio recebeu o dom divino de disseminar o bem e o amor entre seus semelhantes e eu posso ter tido a inspiração divina, evidentemente nas minhas singelas e limitadas condições literárias, para tentar dizer que é preciso sim ter heróis em Uiraúna e que a materialização desse relevante acontecimento não tem o condão de tão somente pôr em destaque o nome do grande herói Bonifácio, mas em especial do nome de Uiraúna, que terá a grande honra de tê-lo entre tantos heróis, porque sabemos que muitos também se sacrificaram e são dignos do reconhecimento como verdadeiros heróis ou reais heroínas. Queira Deus que as autoridades públicas de Uiraúna tenham a necessária sensibilidade de entender que a concessão do título de herói aos seus lídimos agraciados apenas traduz o mínimo de reconhecimento e gratidão pelo tanto que eles fizeram pela comunidade uiraunense, sem exigirem absolutamente nada, cabendo agora que a justiça seja feita por todos nós e que os seus nomes sejam apenas elevados e eternizados oficialmente ao patamar onde sempre estiveram em vida, que já eram sim nossos heróis de verdade, mas infelizmente isso não foi possível se dizer para eles, como podemos agora, em altíssimo e bom som: Uiraúna tem seus heróis...”.
Como se vê acima, é interessante e até impressionante se notar que, quanto mais se escreve sobre personagem especial e marcante da história de Uiraúna, que foi verdadeiro revolucionário, em termos humanitários, a encarnar a imagem verdadeira e fiel do bom samaritano, como tal reconhecido à unanimidade pela população, muito mais assunto aflora em riqueza de detalhes que somente contribuem para reforçar a convicção sobre o merecimento da láurea em referência.
Diante do exposto, percebe-se que o máximo de empenho ainda é pouco quando se sabe que a causa é nobre e a sua conquista põe em evidência a evolução cívica da população, por demonstrar, de forma espontânea e magnânima, a grandeza do reconhecimento e da gratidão.  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 31 de março de 2018

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