Conforme
reportagem publicada pela revista IstoÉ, autoridades federais e especialistas
em balística passaram a ter dúvida e pôr desconfiança na versão de dirigentes
petistas sobre os quatro tiros que teriam atingido dois dos três ônibus da
caravana da ex-presidente da República petista, na estrada entre Quedas do
Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná.
À
vista das marcas deixadas pelas perfurações, os disparos foram feitos à curta
distância e com o veículo parado, embora a versão dos petistas é de que os
ônibus estavam em movimento, a 55 quilômetros por hora.
Peritos
ressaltam que se os veículos estivessem em movimento, os furos das balas deixariam
aspecto de rasgo na lataria, enquanto que nos ônibus da caravana petista os
supostos tiros deixaram marcas no exato diâmetro de uma bala, redondinhas, permitindo
se concluir que os disparos foram feitos quando os veículos estavam parados e
quase que à “queima roupa”.
Tecnicamente,
quando os tiros são disparados de longe, o buraco no alvo fica mais largo, mas
uma perita criminal do Instituto de Criminalística de São Paulo explica que
somente a conclusão da perícia poderá dizer se os buracos foram feitos com arma
de fogo ou não.
A
veracidade sobre as informações é questionada tanto por peritos como por
opositores dos petistas, como no caso do deputado federal carioca, o
pré-candidato ultradireitista à Presidência da República, que esteve no Paraná
logo após o incidente e foi um dos primeiros a levantar a hipótese de que os
tiros foram dados pelos próprios integrantes da equipe petista, tendo dito que
“É tudo mentira. Está na cara que alguém
deles deu os tiros. A perícia deverá apontar a verdade”.
Um
perito com formação em gestão em segurança pública foi o primeiro a lançar
desconfiança sobre a veracidade da denúncia, tendo por base comparação feita
por ele nas fotos dos tiros no ônibus com imagens na internet semelhantes ao
suposto atentado sofrido pela caravana petista.
O
mencionado perito observou que, em imagens de carros em movimento, a lataria
foi rasgada pelas balas, tendo chegado à seguinte ilação: “Se me fosse apresentada uma lataria com perfuração semelhante à dos
ônibus da caravana de Lula, eu diria que o atirador estaria perto do veículo e
com os ônibus parados”.
Em
razão das dúvidas lançadas sobre o episódio em causa, a Polícia Civil do Paraná
investiga o caso e deverá esclarecer as suspeitas suscitadas, para o bem da
democracia, que abomina e reprova tanto os tiros como a possível tentativa de
se criar ambiente propício para se tirar proveito político-eleitoral indevido e
injustificável.
Os
especialistas mais precavidos preferem aguardar o resultado das investigações pertinentes,
a despeito de que, alguns alegam, quase tudo o que envolve o partido do político
e seus aliados é preferível desconfiar da primeira impressão, porque muitos
fatos deixaram de corresponder à realidade, depois de apurado.
Ao
que tudo indica, quem arquitetou os tiros nos ônibus, na tentativa de se
atingir o coração da democracia pode ter sido verdadeiro amador, ante a
possibilidade de os disparos terem resvalados e tomados a direção da falta de
dignidade de quem pretendia contar com os dividendos dessa maliciosa, maligna e
perversa engenharia maquiavelicamente protagonizada para causar estrago política
contra os adversários.
É
evidente que ainda é cedo para se tirar conclusões, mas os fatos mostram a
perfeição dos furos somente atingidos por projéteis à curta distância e os veículos
parados, porque do contrário, estando os atiradores parados e os ônibus em
movimento, os furos demonstrariam impactos próprios da velocidade, em dimensões
disformes e diferentes daqueles mostrados à imprensa.
Os
brasileiros precisam repudiar, com o máximo de veemência, não somente os tiros
contra a democracia, caso eles tenham sido causados por adversários políticos,
como a indignidade de se forjar situação para tentar proveito político, em
demonstração de atitude que também não condiz com os salutares princípios republicano
e democrático, embora a verdade dos fatos é sempre a senhora da razão e isso
será mostrado pelos peritos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 30 de março de 2018
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