Em face da minha crônica sob o título “Com
tristeza no coração”, onde foi abordada a questão sobre o indevido uso de
helicóptero colocado à disposição da Presidência da República por familiares do
presidente da República, a sempre vigilante senhora Virgínia Severo Barbosa
houve por bem se manifestar em apoio ao meu texto.
Diante dos fatos expostos, a sempre atenta e cuidadosa cidadã
disse o seguinte: “Parabéns amigo. Manifestar opinião e ser imparcial
independentemente da patente ou posição que a pessoa ocupa, isso é caráter.
Quando uma pessoa pública comete um erro desses deve estar preparado para críticas.
Pois o exemplo deve vir de cima. Infelizmente tem coisas que são interpretadas
de forma errônea. O foco é tentar ter um país melhor para esses jovens que
estão crescendo nesse cenário de corrupção e erros. Continue expondo suas ideias
sem querer agradar ninguém. Somente assim as pessoas se deem conta de que a
nossa amizade independe de posições políticas. O respeito e a tolerância devem
ser ponto principal nesse contexto.”.
Em resposta, eu disse que agradecia imensamente o seu apoio
sincero ao meu trabalho literário.
Só para lembrar que os tempos inexoravelmente passam, mas não muda
e jamais vai mudar a tosca mentalidade de muitas pessoas.
A propósito, tempos idos, passou pela Terra um Moço, e que moço,
com o coração cheio de amor e muita boa vontade, mostrando ao mundo tão somente
os saudáveis princípios da irmandade, da fraternidade, da paz e do amor, na
tentativa de indicar os melhores caminhos que levariam à integração e à união
entre as pessoas.
O seu fim foi o pior possível, mas a sua história de vida, de tão
linda e construtiva, se perpetuou nos tempos, em que pese Ele não ter sido
compreendido, evidentemente no seu tempo, por algumas pessoas que defendiam as
tiranias e os interesses do poder romano.
Hoje, não podia ser diferente daqueles tenebrosos tempos, porque
as pessoas preferem prestigiar o comodismo, em proteção de práticas que são
visivelmente contrárias aos bons costumes, quando deveriam se indignar contra
algo que não condiz com a normalidade.
É impressionante que, mesmo em pleno século XXI, com a evolução
dos conhecimentos e da humanidade, ainda exista gente que acha que é preferível
ficar calado e deixar que a cachorrada passe normalmente, sem ser incomodada,
permitindo que ainda possa haver algo contrário aos princípios da moralidade.
Nos países totalitários, as pessoas sentem na pele as atrocidades
quanto à perda da liberdade de expressão, protagonizadas por governos déspotas
e podem reclamar senão ao bispo, porque as suas vozes não são ouvidas em lugar
algum.
Aqui no Brasil, felizmente a expressão é livre para se dizer o que
bem quiser, inclusive para mostrar que o governo abusa da sua autoridade,
desperdiçando dinheiro do contribuinte com despesa ilegal, mas muitos de seus
simpatizantes ou talvez acomodados preferem condenar quem mostra indignidade
com o descaminho dado ao dinheiro que também sai do bolso dele.
Fico desanimado quando me deparo com deplorável situação desse
jaez, porque me sinto impotente e até intimidado (“então deixe de ser tão crítico e dê apoio ao Bolsonaro”)
em escrever criticando, de forma construtiva, o governo que se acha no direito
de jogar pelos ralos do desperdício recursos vindos dos sacrificados
contribuintes.
É evidente que eu não teria como mudar a minha índole e muito
menos poderia jogar na lixeira a minha experiência de trabalho exaustivo, de
mais de 31 anos suados, no Tribunal de Contas do Distrito Federal, onde se
respirava partículas de batalhas contra os maus gestores públicos, misturadas
com o impoluto sentimento de moralização dos gastos públicos.
Infelizmente, quem escreve e publica seus textos está sujeito a
ouvir críticas e elogios, sendo que ambos fazem parte da exposição de ideias,
que precisam apenas ser buriladas e aprimoradas e jamais deixadas à margem,
apenas para satisfazer desejo contrariado.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 9 de
agosto de 2019
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