sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Deixe de ser tão crítico?

Em face da minha crônica sob o título “Com tristeza no coração”, onde foi abordada a questão sobre o indevido uso de helicóptero colocado à disposição da Presidência da República por familiares do presidente da República, a sempre vigilante senhora Virgínia Severo Barbosa houve por bem se manifestar em apoio ao meu texto.
Diante dos fatos expostos, a sempre atenta e cuidadosa cidadã disse o seguinte: “Parabéns amigo. Manifestar opinião e ser imparcial independentemente da patente ou posição que a pessoa ocupa, isso é caráter. Quando uma pessoa pública comete um erro desses deve estar preparado para críticas. Pois o exemplo deve vir de cima. Infelizmente tem coisas que são interpretadas de forma errônea. O foco é tentar ter um país melhor para esses jovens que estão crescendo nesse cenário de corrupção e erros. Continue expondo suas ideias sem querer agradar ninguém. Somente assim as pessoas se deem conta de que a nossa amizade independe de posições políticas. O respeito e a tolerância devem ser ponto principal nesse contexto.”.
Em resposta, eu disse que agradecia imensamente o seu apoio sincero ao meu trabalho literário.
Só para lembrar que os tempos inexoravelmente passam, mas não muda e jamais vai mudar a tosca mentalidade de muitas pessoas.
A propósito, tempos idos, passou pela Terra um Moço, e que moço, com o coração cheio de amor e muita boa vontade, mostrando ao mundo tão somente os saudáveis princípios da irmandade, da fraternidade, da paz e do amor, na tentativa de indicar os melhores caminhos que levariam à integração e à união entre as pessoas.
O seu fim foi o pior possível, mas a sua história de vida, de tão linda e construtiva, se perpetuou nos tempos, em que pese Ele não ter sido compreendido, evidentemente no seu tempo, por algumas pessoas que defendiam as tiranias e os interesses do poder romano.
Hoje, não podia ser diferente daqueles tenebrosos tempos, porque as pessoas preferem prestigiar o comodismo, em proteção de práticas que são visivelmente contrárias aos bons costumes, quando deveriam se indignar contra algo que não condiz com a normalidade.
É impressionante que, mesmo em pleno século XXI, com a evolução dos conhecimentos e da humanidade, ainda exista gente que acha que é preferível ficar calado e deixar que a cachorrada passe normalmente, sem ser incomodada, permitindo que ainda possa haver algo contrário aos princípios da moralidade.
Nos países totalitários, as pessoas sentem na pele as atrocidades quanto à perda da liberdade de expressão, protagonizadas por governos déspotas e podem reclamar senão ao bispo, porque as suas vozes não são ouvidas em lugar algum.
Aqui no Brasil, felizmente a expressão é livre para se dizer o que bem quiser, inclusive para mostrar que o governo abusa da sua autoridade, desperdiçando dinheiro do contribuinte com despesa ilegal, mas muitos de seus simpatizantes ou talvez acomodados preferem condenar quem mostra indignidade com o descaminho dado ao dinheiro que também sai do bolso dele.
Fico desanimado quando me deparo com deplorável situação desse jaez, porque me sinto impotente e até intimidado (“então deixe de ser tão crítico e dê apoio ao Bolsonaro”) em escrever criticando, de forma construtiva, o governo que se acha no direito de jogar pelos ralos do desperdício recursos vindos dos sacrificados contribuintes.
É evidente que eu não teria como mudar a minha índole e muito menos poderia jogar na lixeira a minha experiência de trabalho exaustivo, de mais de 31 anos suados, no Tribunal de Contas do Distrito Federal, onde se respirava partículas de batalhas contra os maus gestores públicos, misturadas com o impoluto sentimento de moralização dos gastos públicos.

Infelizmente, quem escreve e publica seus textos está sujeito a ouvir críticas e elogios, sendo que ambos fazem parte da exposição de ideias, que precisam apenas ser buriladas e aprimoradas e jamais deixadas à margem, apenas para satisfazer desejo contrariado. 
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 9 de agosto de 2019

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