O estilo de governar o Brasil, à moda completamente
estabanada do presidente da República, cada dia ganha tonalidade de quem
reivindica o holofote para a sua imagem, que foi se notabilizando por meio de ataque
a tudo e a todos, inclusive para sobre as instituições da República.
O presidente brasileiro tem mostrado refinado gosto
para criar, sustentar e atrair polêmica para dentro do Palácio do Planalto, que
a alimenta, com enorme prazer, evidentemente para que a sua autoridade fique
sempre em evidência na mídia, demonstrando total incapacidade para controlar o
impulso repressiva e, via de regera, violento e com maior intensidade, quando é
acusado por algo estranho no seu governo.
Como se pretendesse governar absolutamente sozinho,
tem evitado a prática da boa vizinhança perante os poderes Legislativo e
Judiciário, procurando se distanciar deles ou os criticando, em demonstração de
indiferença à atuação deles, que, em muitos casos, até isso faz sentido, mas a
liturgia do cargo presidencial exige que o seu titular se comporte apenas como
estadista que precisa demonstrar interesse em cuidar dos assuntos da sua
incumbência constitucional e legal, como assim recomenda o manual da administração
pública.
O pior de todo esse reboliço que acontece na cabeça
do presidente, ele acaba de ser eleito, em pesquisa entre jornalistas e
profissionais da comunicação, o terceiro pior mandatário da América Latina e do
Caribe, só perdendo para os ditadores da Venezuela e de Cuba, em termos de desempenho
como chefe de Estado, sendo motivo de chacota não somente na região, mas também
mundialmente.
Esse fato é muito triste e lamentável, porque fica
explícito que o mandatário brasileiro precisa, com urgência, refletir e se
autoavaliar sobre a sua maneira indiscutivelmente distanciada dos princípios do
bom senso e da racionalidade, à luz do sentimento refletido pela opinião pública,
que entende muito bem que, a continuar nesse ritmo de visível insensatez, o
presidente brasileiro terá gigantesca dificuldade para se relacionar com as
nações civilizadas e evoluídas políticas, democráticas e diplomáticas.
Em razão do comportamento que ele vem imprimindo à
frente do Palácio do Planalto, a tendência é a que essa péssima forma de desempenho
presidencial tende a se consolidar, com repercussão extremamente prejudicial não
à imagem dele, mas à dos brasileiros e do Brasil, porque as suas declarações impensadas,
bombásticas e insensatas, mesmo causando danos diplomáticos, políticos e
principalmente comerciais ao Brasil, tendem a se adensarem, diante da sua indiscutível
insensibilidade para perceber que o presidente competente, eficiente e capaz
apenas trabalha e se volta, com todo vigor, para cuidar das potenciais questões
relacionadas com os interesses e as políticas do seu governo.
Vejam-se a injustificável e deselegante crítica ao possível
mandatário da Argentino, que é a principal nação comercial da região, além de
ser país amigo, aliado no Mercosul, mas ele não teve a menor prudência para
declarar, tão logo saiu o resultado das urnas, que a esquerdalha estava
voltando na Argentina, em clara evidência de desrespeito ao povo argentino, que
tem plena soberania para escolher seu mandatário, assim como aconteceu com a
maioria dos brasileiros, que o escolheu, e os vizinhos nem se manifestaram em
repúdio ao presidente brasileiro.
O presidente brasileiro houve por bem qualificar o
virtual presidente argentino, pasmem, de bandido, além de dizer que a Argentina
vai virar uma Venezuela, que os argentinos vão emigrar como os venezuelanos,
que o Rio Grande do Sul vai se transformar em Roraima, que haverá saques em
grande escala nos bancos e que o caos político vai tomar conta da Argentina.
As afirmações do presidente brasileiro funcionam
como verdadeira declaração de distanciamento das relações diplomáticas,
políticas e comerciais com a Argentina, tendo como consequência o esfriamento do
clima de amizade, além das inevitáveis desastrosas consequências econômicas.
Diante das declarações nada amistosas do presidente
brasileiro, dificilmente o virtual presidente argentino terá condições para participe
de reunião com os membros do Mercosul, que é o principal bloco comercial entre
quatro países amigos, em torno do livre comércio da região.
Na verdade, as indevidas e inoportunas declarações
do presidente brasileiro tiveram o condão de mexer, de forma bastante prejudicial,
com as relações políticas, diplomáticas e comerciais com o país amigo, que
precisa, sobretudo, ser respeitado, no âmbito da reciprocidade diplomática.
Não percebendo e ainda insatisfeito com os estragos
causados junto à vizinhança, o nobre presidente brasileiro entendeu de procurar
criar caso com duas importantes nações europeias, mais especificamente a
Alemanha e a França, que são potências econômicas e parceiras comerciais
importantes do Brasil, mas nem por isso o capitão reformado do Exército quis
amainar as críticas feitas àqueles países.
Nessa questão do meio ambiente, a França e a Alemanha
viraram notícia e crítica de ambas as partes, com acusações que não levam a
absolutamente nada, a não ser azedar as relações bilaterais, com prejuízos para
os povos dos países envolvidos, o que significa dizer que o Brasil termina
sendo prejudicado com essas falações insensatas e incivilizadas, que deveriam
ser ponderadas e conduzidas pelas vias da diplomacia moderna e conciliatória,
no âmbito do respeito mútuo entre as nações.
Imaginando que precisava pôr mais lenha na
fogueira, o presidente brasileiro entrou em rota de colisão com outra nação
europeia, tentando desqualificar a Noruega e a sua política de defesa do meio
ambiente, tendo postado vídeo sobre pesca da baleia atribuindo a ação aos
noruegueses, causando mal-estar terrível porque o caso aconteceu na Dinamarca.
Em síntese, a desastrada atuação do mandatário
brasileiro pode contribuir negativamente para a derrocada do acordo
Mercosul-União Europeia, que dificilmente encontrará boa vontade para a sua aprovação
pelo Parlamento Europeu e por 27 Parlamentos nacionais, que deverão se unir
para mandar recado duro ao presidente brasileiro insensato e desvelado, em
termos políticos e diplomáticos, à vista de suas críticas impensadas e irresponsáveis,
em que pesem muitas das quais terem procedência, mas a cartilha do estadista aconselha
que cautela e prudência, com boa pitada de caldo de galinha, não fazem mal a
ninguém.
Ainda insatisfeito com o mundo ao seu redor, o
presidente brasileiro desandou em críticas contra as ONGs, sem ao menos ter
certeza de que realmente elas estão causando incêndio nas florestas amazônicas,
mas essa acusação somente contribuiu para incendiar ainda mais o ambiente do governo,
que já vinda do terrível rescaldo do inadmissível incêndio envolvendo o então responsável
pelo INPE, entidade federal de enorme respeito no mundo científico
internacional, que foi desmoralizada publicamente pelo presidente do pais,
quando as questões suscitadas poderiam ser esclarecidas na reserva recomendada
entre pessoas civilizadas.
A lista de desacertos protagonizados pelo
presidente brasileiro é muito longa e não tem outra medida a ser adotada, com
urgência, no caso, senão alguém, com acesso a ele, prestar gigantesco serviço
ao Brasil, no sentido de dizer a ele que a maneira troglodita como ele vem
governando a nação, sob comportamento absolutamente estranho à normalidade civilizatória
e democrática, certamente levará a caminho sem volta do total isolamento das
nações que estão em outro nível de evolução política e diplomática.
O Brasil merece sim que seja governado por pessoa
competente, ponderada, equilibrada e sobretudo que não aceite qualquer forma de
provocação, crítica ou acusação, que precisa ser tratada pelas vias civilizatórias,
políticas e diplomáticas, sob égide do respeito e da integridade dos princípios
da concórdia e da harmonia, em demonstração de maturidade e grandeza que somente
contribuem para a solução dos conflitos, o mais rapidamente possível.
Não há a menor dúvida de que a atenção à cruzada
reacionária que tanto prejudica o Brasil e os brasileiros parece não ter vez na
agenda do presidente da República tupiniquim, que age loucamente para provar
que ele é o único que tem razão e até pode ser que a tenha, mas a prudência
mostra que os fatos falam por si sós, sem precisar causar enorme estrago nas
relações diplomática, política e comercial com outras nações, porque a perda de
mercados potencialmente importantes para o Brasil tem reflexo direto no crescimento
da produção interna, na exportação de produtos brasileiros e principalmente na
geração de empregos, ou seja, a insensatez do homem público pode contribuir
para causar danos irreversíveis ao país e ao seu povo, que bem merece que o governante
aja com equilíbrio, sensatez e prudência.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de agosto de 2019
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