domingo, 4 de agosto de 2019

O perfil político


O Facebook publicou a atualização da minha foto na capa dele, tendo suscitado o desejo de muitos amigos escreverem mensagens de carinho à minha pessoa e apoio ao meu trabalho literário.
Entre as pessoas que se manifestaram, figura o querido irmão Ditinho Minervino, que pronunciou as seguintes palavras de pura bondade sobre mim, verbis: “Quem te conhece desde criança, sabe muito bem da tua inteligência, da tua moral. Se você fosse um político, seria talvez o mais ficha limpa, o VERDADEIRO.”.
A par de agradecer a estima do conterrâneo Ditinho, na forma de seus carinho à minha pessoa e apoio ao meu trabalho literário, veio à mente afirmação que eu havia feito há poucos dias, acerca da possibilidade de eu ser político, quando, na ocasião, esclareci que já escrevi crônica a propósito desse tema, mostrando o meu possível perfil se político fosse.
          Entre outras afirmações, eu disse que, sendo representante do povo, passaria a cumprir fielmente 40 horas semanais; moraria na minha própria casa; iria trabalhar dirigindo o meu próprio carro; dispensando carro oficial, motorista, gasolina, telefone oficial, passagens aéreas e todas as mordomias injustificáveis e indevidas inerentes ao cargo público eletivo.
Somente requisitaria a quantidade de servidores que fosse necessária estritamente ao atendimento do serviço do gabinete, talvez no máximo dez, e dispensaria mais de cinquenta como é a estrutura atual.
Eu dispensaria a remuneração, porque já sou aposentado e o que ganho já é suficiente para viver com dignidade.
Ou seja, eu seria autêntico servidor público, a mostrar radical diferença entre os políticos da atualidade, com o propósito de trabalhar exclusivamente em defesa da população.
A propósito, outro dia, eu escrevi praticamente um manual sugerindo dezenas de projetos sobre reforma política, tendo por base a redução da quantidade dos parlamentares, praticamente pela metade; a extinção de suplentes de senadores; a unificação da Câmara dos Deputados com o Senado Federal; criando a figura do Parlamento; a extinção das verbas de representação e outras absolutamente injustificáveis, ou seja, só haveria uma remuneração para os parlamentares e pronto; a redução drástica da quantidade exagerada dos mais de 20 mil servidores ativos do Congresso Nacional, cuja quantidade é superior à população de Uiraúna; entre medidas de racionalização, com a finalidade não somente de otimização dos trabalhos, mas de aperfeiçoamento e modernização dos trabalhos legislativos, com significativa redução de gastos e ganho de qualidade.
À primeira vista, o meu projeto de reforma política é simplesmente espetacular e extraordinário e, por isso mesmo, jamais seria aprovado por esse Parlamento carregado de aproveitadores, conforme ficou muito claro com a discussão e aprovação, em primeiro turno, da reforma da Previdência, quando o famigerado Centrão tentou barganhar vantagens para seus integrantes.
Como se sabe, a incursão no mundo da política é forma clássica de puro amor ao civismo, por se tratar de participação nas atividades públicas, sob os princípios inerentes à democracia, que propicia ao cidadão puder mostrar ao povo a sua capacidade para representá-lo, de forma absolutamente desinteressada senão da prestação de serviços públicos, em consonância com os apelos próprios do Estado Democrático de Direito.
Compete aos eleitores a suprema decisão de aceitar o concurso de novos candidatos ao preenchimento de cargos públicos eletivos, que estão carentes de sangue revigorado e renovado na política, à vista do tanto que ela vem sendo maltratada, nos últimos tempos, por força da mentalidade ultrapassada e calejada dos homens públicos da atualidade, acostumados às práticas políticas deformadas que se tornaram perniciosas às atividades públicas e visivelmente prejudiciais à modernização e ao aperfeiçoamento dos princípios democráticos.
Convém que o sistema democrático seja dinâmico e capaz de oferecer opções aos eleitores, em que pese o obsoletismo das normas eleitorais, que foram estratificadas graças à vontade da velharia política, que resiste às reformas modernizantes e evoluídas, em benefício da sociedade, justamente porque elas seriam prejudiciais aos seus interesses e mentalidades retrógradas.
A política moderna não pode mais compactuar com o proselitismo e o populismo míopes e atrasados, que só têm olhos para ações assistencialistas, como forma de agradar a sociedade carente, em que pese o lamentável viés eleitoreiro, com notórios detrimento e desvirtuamento de ações voltadas para o desenvolvimento das demais políticas de Estado, principalmente no que se refere à economia, que precisa ser priorizada como carro-chefe dos governos democráticos, modernizantes e preocupados para o progresso socioeconômico.
A verdade é que os brasileiros aspiram pelo advento de homens públicos que sejam capazes de revitalizar os princípios democráticos da ética, moralidade, legitimidade, dignidade, honorabilidade, transparência e demais conceitos de idoneidade e conduta insuspeitas de qualquer mácula, na vida pública ou privada.
Esse novo homem público precisa se comprometer com a essência  da defesa do interesse público, como forma capaz de recuperar a confiança da população, que se encontra desiludida diante de políticas públicas com viés populista e caudilhista, que se destinaram a beneficiar grupos, organizações e partidos políticos, como forma de se alcançar absoluta dominação de classes política e social e de conquistar o poder e se manter nele, a qualquer custo, em clara degeneração dos verdadeiros princípios democrático e republicano.
Convém que os novos políticos se identifiquem e comprovem seu verdadeiros amor à ética, moralidade, dignidade, honorabilidade, entre princípios próprios dos sentimentos de patriotismo, civilidade e brasilidade, com o firme propósito de se conduzir na luta da superação das crises política, moral, social, econômica e administrativa, tendo ainda capacidade para jamais deixar de ser verdadeiro e justo perante a população, principalmente sem medo de perder o sedutor poder político ou os benefícios proporcionados por ele.
O país precisa sim de políticos que ouçam permanentemente o povo e contribuam para a formação de programas e políticas destinados ao desenvolvimento socioeconômico, com estrita fidelidade à vontade popular, sem se desviar dos temas centrais ligados ao interesse nacional, com destaque para os programas voltados para a retomada do crescimento socioeconômico, com prioridade para o aperfeiçoamento e a modernidade dos pilares conjuntural e estrutural do Estado, cuja máquina pública atualmente funciona em bases empíricas, desatualizadas e anacrônicas, a exigirem urgentes reformas gerais e abrangentes, para a superação dos gargalos, permitindo que o país fique imune às perniciosas ideologias populistas, partidárias, de conveniência política e outros sentimentos contrários ao interesse público.
É conveniente que o modelo de homem público venha acompanhado de nova mentalidade político-administrativa que tenha por escopo à melhoria geral e integrada do país, não levando em conta apenas a distribuição de renda para determinada classe social, que é importante, mas é preciso que o processo de desenvolvimento seja priorizado no contexto generalizado, a compreender a adoção de medidas de racionalidade na arrecadação das receitas, de forma justa e equitativa, e na priorização das ações políticas próprias do Estado, com relação às despesas, que precisam ser submetidas a rigoroso controle orçamentário, com a finalidade de haver prestação dos serviços públicos de qualidade e que os brasileiros possam se sentir felizes, em especial diante da certeza da manutenção da ordem e da segurança públicas, da garantia de educação de qualidade e de saúde pública em nível satisfatório para todos.
O país precisa, com urgência, de homens públicos íntegros quanto aos seus atos, que sejam incapazes de proselitismo, demagogia, hipocrisia e tantos predicados incompatíveis e impróprios com as atividades políticas, mas que tenham por essencial escopo a satisfação do interesse público, que há muito tempo deixou de fazer sentido no contexto político-administrativo do país, à vista das mazelas predominantes nas práticas político-administrativas que conduziram a nação às graves crises de difícil superação.
Enfim, em se tratando da compreensão e da formação políticas, é bem provável que o meu perfil poderia se encaixar muito próximo do homem público ideal, por ter a noção geral sobre a realidade brasileira e a consciência quanto ao seu dever funcional, além de ser ficha limpa, em condições de defender os interesses da sociedade, tendo a primazia de merecer a confiança para representar o povo, como exemplo de político-servidor público autêntico.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 4 de julho de 2019

Nenhum comentário:

Postar um comentário