sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Comparação estúpida


Um famoso ator global comparou, em rede social, o presidente da República brasileiro ao maior genocida da Segunda Guerra Mundial.
Ele publicou,  em seu Instagram, montagem com duas fotos, sendo uma em que o ditador alemão aparece tendo o cabelo cortado e outra semelhante com o presidente brasileiro, também cortando o cabelo.
Na legenda, o ator escreveu: "Não à toa... Os signos de semelhança. Sucessão de declarações criminosas!! Vergonha e nojo máximo!".
O ator postou também outras fotos de notícias sobre declarações agressivas que o mandatário brasileiro fez nos últimos dias.
Segundo o ator, o presidente radicalizou o discurso, tendo chamado governadores nordestinos de "paraíbas", além de dizer que no país não havia fome e atacou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Demonstrando ser ferrenho opositor ao presidente do país, o ator global vem publicando com frequência, em suas redes sociais, críticas ao atual governo, como a que fez no último sábado, onde ele postou sobre os 500 dias da morte de ex-vereadora carioca, tendo feito questionamento sobre quem mandou matá-la e o motivo. "Quem? Por quê? Descobre aí juiz...finge que é coisa de hacker", fazendo clara crítica ao ministro da Justiça.
Demonstração se ser humano de verdade, ele também, no âmbito político, poderia ter perguntado sobre apenas quem mandou matar o presidente do país, porque os motivos são cristalinos e de domínio dos brasileiros. 
Foi observado que, entre os seus seguidores, há quem apoie a enviesada posição política do ator, mas ele também recebe severas críticas, como a de um outro, que disse: "A impressão que nos passa é que vocês preferem a corrupção sistêmica do que um país limpo e digno!!! Difícil entender!". 
Não há a menor dúvida de que todo indivíduo, não importa a profissão que exerça ou a ideologia que professe, possa se manifestar livremente, expondo sua opinião de qualquer natureza, inclusive política, mas essa forma de se comparar o presidente brasileiro com o maior assassino da história recente, extremamente sanguinário, que escandalizou o mundo na Segunda Guerra Mundial, depois de ter sido responsável pela execução em massa de judeus, ciganos e outros povos considerados por ele "indesejáveis", só demonstra graciosa e brutal agressão ao mandatário brasileiro, além de extremo radicalismo por parte de gente absolutamente insensata e de mente possivelmente com desequilíbrio, diante da falta de plausibilidade para se fazer formação de juízo sobre algo sem o menor cabimento.
Há de se atentar que o sanguinário e desumano ditador alemão é responsável por matança em série de milhares de pessoas, cujos atos foram capazes de aterrorizar a humanidade, em procedimentos extremamente desumanos e horrorosos, tendo deixado o rastro da sua monstruosidade sem precedentes na história mundial e nunca será apagado.
Enquanto isso, como o próprio ator alinha acima, o presidente brasileiro tem sido, à toda evidência, tão somente contumaz autor de declarações desastrosas, indevidas e até  desrespeitosas ao ser humano, convenhamos, mas compará-lo, somente por essas atitudes a pessoa responsável por milhares de genocídios e atrocidades, praticados de forma sistemática e desumana, não há dúvida de que somente pessoa com mentalidade distorcida e fora da consciência poderia pensar tão desastrosamente, tendo por propósito senão demonstrar deformidade da realidade, que denota desvio do comportamental humano normal.
Ou seja, não se pretende defender a maneira comportamental nada equilibrada e até mesmo desviada da normalidade do presidente brasileiro, que realmente não tem nada de santinho, diante das suas intempestivas explosões, que tem dificuldade para se controlar, mas compará-lo ao demônio em pessoa, a ser completamente bárbaro e destruidor de vidas humanas, é algo que não tem o menor cabimento, por ser injusto, tendencioso e até criminoso.
Isso apenas demonstra viés político visivelmente pretencioso à destruição da imagem do presidente como homem público, evidenciando completa falta raciocino lógico, em claro interesse em mostrar situação irrealista, ante a completa ausência de semelhança entre o alegado e a realidade.
Não se discute que a imagem do presidente tem muito a ver com a sua maneira estabanada e até impensada de falar o que pensa, mas, por questão de justiça, não se pode atribuir a ele algo comparável a horrendo genocida, porque nada disso existe no seu histórico, não se justificando qualquer tentativa de destruição da sua dignidade como ser humano, em especial quanto à certeza de que ele nunca matou ninguém.
No presente caso, é patente o mascaramento do verdadeiro sentimento ideológico partidário, em que o rancor se mostra de maneira cristalina para agredir adversário que foi capaz de competir e vencer o candidato defendido pelo ator global, que imagina agredi-lo para extravasar seu sentimento de frustração e derrotado, como a justificar a sua condição de inferiorizado, pelo fracasso de seu candidato.
É preciso que as pessoas enxerguem o real sentido de ideologia como apenas um conjunto de ideias, no caso, em face do que se pretende realizar por meio de atividades políticas.
Por seu turno, entendam-se como atividades políticas o conjunto de realizações que têm por finalidade a satisfação de objetivos sociais relevantes, dando a entender também que os fins empregados para a sua implementação somente devem ser perseguidos por meio de métodos sadios, limpos e honestos.
Ao contrário disso, vê-se que a forma buscada pelo ator global, quando esboça estratégia de explícita agressão e destruição de seu opositor, ao lhe atribuir adjetivação absurda, inverídica e fantasiosa, tão somente na tentativa de mostrá-lo como a pior configuração de pessoa possível, como sendo o mais horrendo político da face da Terra.
À toda evidência, essa maneira espúria e estúpida de se praticar política somente demonstra radicalismo e antagonismo aos saudáveis pensamentos sadios de ideologia política, que se assenta em princípios e aceitação das regras democráticas, onde convém que se valorize a alternância do poder, por fazer parte do saudável jogo democrático.
Diante do exposto, é preciso que os brasileiros repudiem, com veemência, declarações absurdas, estúpidas e inadmissíveis sobre a imagem de homem público como a do presidente da República do Brasil, que tem o dever constitucional de representar todos os cidadãos honrados e dignos, que jamais aceitariam ser comandados por político comparável a um dos piores homicidas da face da Terra.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 2 de agosto de 2019

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