“Eu já lhe falei de tudo, mas tudo isso é pouco diante do que
sinto. (...) Olhando seus cabelos, tão bonitos, beijo suas mãos e digo: meu
querido, meu velho, meu amigo!”. Roberto Carlos, cantor
e compositor
Hoje,
comemora-se, com muita alegria e confraternização, sempre com o aconchego do
lar cheio de motivação e animação, diante da benfazeja presença do patriarca rodeado
pelos filhos e netos, para a louvação da existência do pai ou, então, para a
satisfação da lembrança daquele que já não mais se encontra na Terra, todos imbuídos
de um só propósito de orar em agradecimento a Deus por uma das pessoas mais importantes
desta vida: Papai.
Lamenta-se
que, na longínqua época de infância, bem lá no interior da Paraíba, na então
pequenina Uiraúna, onde nasci, ainda nem se sonhava com essa majestosa invenção
dos homens de se comemorar o Dia dos Pais, que era completamente desconhecida
por aquelas bandas.
Naqueles
tempos, não se comemorava esse dia tão especial na vida dos filhos, diante da maravilhosa
oportunidade de se abraçar e beijar, com carinho singular, os pais, para dizer-lhe,
nas suas lindas e amadas caras, sobre a imensurável importância deles na nossa
existência e também da enorme satisfação de tê-los como pais queridos e adorados,
sempre na certeza, invariavelmente, de que eles são os melhores do mundo.
O
gesto de abraçá-los e beijá-los sempre vem com o forte sentimento de agradecimento
a Deus por eles serem a verdadeira razão das nossas vidas, porque sem os nossos
pais, jamais nós poderíamos ser filhos, por força do processo natural da vida,
que faz parte da sequência bíblica do crescei e multiplicai, em que os filhos
de agora serão os pais do amanhã e por aí afora.
Posso
dizer que prefiro descrever e recordar os momentos felizes que passei com meu
pai Vaneir, que adorava ter prole enorme, enchendo a casa de filhos, talvez
querendo imitar o saudoso vovô Juvino, que foi pai de “somente” 18 rebentos, dos
quais se criaram 12 e fizeram linda história, que tenho a felicidade de
integrá-la.
Pois bem, meu pai Vaneir (na minha certidão consta
bonito nome: Volney, possivelmente para afrancesá-lo) fazia parte do patriarcado
da família tradicional, que se satisfazia em ter muitos filhos (nove, sendo que
o saudoso Cláudio, infelizmente, comemora o Dia dos Pais no céu, para quem
mando beijo de saudade), mas não era daqueles pais que se derretiam em carinho
espontâneo para com os filhos, para agradá-los com mimos, preferindo apenas
demonstrar atitude normal da época, em que o pai se mantinha a distância,
impondo o respeito natural, sem essa de abraçar e beijar, como se faz naturalmente
nos dias atuais, em que as crianças crescem e ficam marmanjos, mas continuam
sendo paparicados com beijos, abraços e carinhos.
É
evidente que isso não tirava nem um pouco o sentimento de amor que a gente
sentia por ele e vice-versa, porque era muito fácil em se compreender que os
gestos dele de amor, mesmo com o afastamento natural, transmitia a certeza e a segurança
de que ele nos amava sobre qualquer coisa, nesta vida, como aquele pai muito
cioso da sua responsabilidade de nos criar com a melhor formação moral e
educacional, evidentemente nas condições ao seu alcance.
O
meu convívio com papai Vaneir foi por tempo muito curto, em razão de minha
vinda para Brasília, logo depois de ter completado 17 anos e, depois disso, apenas
o visitava esporadicamente, por força das circunstâncias, e tudo que me lembro
dele é o nosso contato até esse tempo.
Não tem como não lembrar, com muita saudade, a ostentação
de sorriso sincero, espontâneo e cativante de papai Vaneir, em demonstração
permanente de que estava sempre de bem com a vida, onde teve oportunidade de conquistar
e manter enorme círculo de amizade, sempre fazendo questão de evidenciar o seu
amor às pessoas.
Lembro-me,
como se fosse agora, meus últimos abraço e beijos afetuosos que lhe dei, na
despedida da última vista dele e aproveitei para dizer-lhe que eu o amava muito
e percebi, com nitidez, que ele entendeu perfeitamente esse forte sentimento transmitido
do meu coração, que perdura para sempre dentro de mim.
A
saudade do meu pai é algo imensurável, pelo simples fato de que, na idade mais
madura, há inexplicável sentimento de perda que martela o coração, quase que
permanente, como a querer se questionar por que uma das pessoas mais especiais
e importantes se distancia em definitivo da gente, de maneira definitiva, sem
que haja a oportunidade para se dizer para ele sobre esse ardente sentimento de
amor maior que ele impregna em nossa vida, por força da bondade de Deus de
destinar aquela pessoa maravilhosa e especial para ser seu maior amigo para o
resta de nossas vidas?
Às
vezes, fico a imaginar o quanto seria bom se fosse possível, mesmo ele já
estando no plano celestial, a gente ter a certeza de que ele saiba sobre esse
sentimento que extravasa o coração, como forma de satisfazer a vontade que permanece
retida e precisava ser transmitida para ele, o que serviria como aquela válvula
de escape martelando na nossa mente, de que essa maravilha certamente seria
recebida com alegria por ele, que tinha certeza de nosso amor ao papai, mas, em
muitos casos, o detalhe desse sentimento não pôde ser dito ou só veio à mente
posteriormente à sua partida.
A
verdade é que, no meu caso, sei que muita assunto ficou retido no meu coração,
que não pude dizer a ele, pois tenho certeza de que disse pouquíssimas vezes o
quanto eu amava meu papai Vaneir, principalmente que eu sabia perfeitamente que
ele me amava também, mesmo que isso não fosse dito diretamente, diante da
índole dele à moda sertaneja, que entende ser desnecessário dizer o que sente
dentro do seu coração.
Aproveito
este dia especial para, então, dizer em bom e alto som, que eu amo muito meu
pai Vaneir, que me deu, com muito amor e carinho, o meu maior patrimônio: a
minha vida, me criou, me alimentou, me vestiu, com a ajuda da minha amada mamãe
Dalila, e me encaminhou para os estudos, tudo com muitos esforço e amor, nutrindo
a esperança de que, lá na casa de Deus, onde agora ele faz morada, em
definitivo, possa escutar meu brado de amor por ele.
Eu
aproveito este dia especial para repetir e reiterar: papai Vaneir, eu Adalmir, te
amo muito! Além de mantê-lo para sempre, todos os dias da minha vida, dentro do
meu coração, como a lembrança do meu maior e sempre amado e melhor amigo.
Agradeço
a Deus, pelo meu pai Vaneir.
Parabenizo
todos os pais, na comemoração do “Dia dos Pais”!
Brasília, em 11 de agosto de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário