Em face da crônica que escrevi, sob o título “A
estratégia do silêncio”, que versa sobre a análise de críticas da opinião
pública ao presidente da República, em razão de declarações dadas por ele, nos
últimos dias, onde mostra a sua insatisfação sobre o fraco desempenho de parte
da máquina pública, muitas pessoas se pronunciaram em concordância ou discordando
das minhas conclusões.
Um atento
cidadão ponderou contrariamente ao meu texto, tendo afirmado que “Sempre
ouvi dizer quem se cala consente. Mudar o modelo se faz necessário.”.
Em
resposta a esse comentário, eu disse que a questão parece ser, basicamente, de
simples interpretação quanto às responsabilidades administrativa e funcional do
presidente do país.
Na
verdade, as declarações do presidente do país só estão causando transtornos às
imagens dele e a do seu governo, por fornecerem elementos que são usados pela oposição,
justamente para tirar proveito da situação, ao explorar as deficiências dele.
Para
quem gostaria que o presidente somente falasse o estritamente necessário, não
tem o menor cabimento que ele, por exemplo, fale sobre situação a respeito de
quem foi morto no regime militar, quando isso não tem absolutamente nada com a
gestão dele nem interessa para coisa alguma.
Isso
é tipo de atitude que só demonstra o tamanho da mentalidade dele sobre o que realmente
tem de importância para os interesses nacionais.
Como
presidente do país, ele precisa cuidar, com o devido zelo, do que acontecer somente
no seu governo, estando sempre atendo nas questões que afetam, em especial, a
economia, sem descurar da coordenação e integração das políticas públicas
incumbidas aos ministérios, de modo que a sua atenção tenha por finalidade os
melhores resultados possíveis, em termos de eficiência e efetividade.
O
presidente não precisa consentir nem deixar de consentir absolutamente sobre nada,
mas se posicionar como estadista e comandante dos brasileiros, sem necessidade
de causar polêmica, porque, nesse particular, existe, na Presidência da
República, o setor próprio de comunicações, que tem a função de divulgar os
atos do presidente, esclarecer fatos e distribuir as notas oficiais, sem
necessidade de o presidente ficar falando, à toa, algo fora da incumbência
inerente ao cargo presidencial.
O
presidente do país cumpriria excelentemente o cargo dele somente executando as
funções presidenciais, sob a égide da competência, do zelo e da eficiência, sem
precisar se pronunciar acerca coisa alguma, por não haver a mínima necessidade
disso.
Lamenta-se
que as pessoas somente consigam enxergar o lado pessoal do presidente, esquecendo
a importância do cargo ocupado por ele, que é tão somente de presidir a nação
continental chamada Brasil, com suas potencialidades econômicas e sociais.
É
preciso que as pessoas entendam que o presidente da República não é mais uma
pessoa comum, quando ele exerce o principal cargo da República e não pode ficar
discutindo assuntos menores, em via pública ou nas redes sociais, com político,
magistrado, artista, desportista, gente do povo etc., porque isso não pode ocupar
a sua importante agenda, que tem a relevância da maior autoridade da República.
É
preciso sim ser mudado o modelo, de modo que o presidente passe a ser
extremamente comedido, haja vista que, nas circunstâncias, convém que ele se
cuide e se preserve, procurando cumprir com competência, eficiência e
efetividade a sua incumbência legal de comandar os altos negócios e interesses
nacionais, sem precisar dá explicação a ninguém, salvo no caso da necessidade
da prestação de contas à sociedade.
Aliás,
no caso da necessidade de alguma explicação, compete ao órgão prestá-las, na
forma da sua incumbência legal, sem necessidade de o presidente dizer
absolutamente nada, porque ele, por óbvio, não pode nem dever apequenar a
relevância do cargo presidencial.
Os
brasileiros anseiam por que o presidente da República se conscientize de que
ele tem o dever de cumprir apenas as suas relevantes funções de mandatário do
Brasil, observando, com rigor, a Constituição Federal e as leis brasileiras,
conforme juramento solene prestado perante o Congresso Nacional, sem precisar se
manifestar em público ou comentar nada.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 6 de agosto de 2019
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