segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Cuidado com a boca, Capitão!


A crônica intitulada “A estratégia do silêncio”, que versa sobre a análise de críticas da opinião pública ao presidente da República, em razão de declarações dele, dadas nos últimos dias, mostrando insatisfação com o desempenho desfavorável de parte da máquina pública, recebeu comentários de pessoas, concordando ou discordando das minhas conclusões.
Exemplo disso foi a brilhante explanação da lavra do sempre cuidadoso e elegante com as palavras, o mestre Xavier Fernandes, que assim discorreu: “Quero concordar com o ilustre Adalmir. Tenho visto esse comportamento do Presidente com muito receio. Quando ele começa a falar, já fico esperando qual vai ser a derrapada. Sempre digo que o presidente deve falar à nação em rede de rádio e televisão, em extrema necessidade, para anunciar medidas de interesse Nacional. Isso estritamente cronometrado, no máximo em 10 minutos... e o mais, o Presidente deve se resguardar ao silêncio e ao trabalho para resolver os grandes problemas do país, que são infinitos. Está na hora de alguém bem íntimo dele, que tenha equilíbrio, fazer esse alerta para ele. Assim como o amigo comentou que os pronunciamentos e as entrevistas do presidente são desnecessários e intempestivos, têm causado desgastes e prejuízos ao seu governo. Eu torço pelo Brasil, torço pelo sucesso do governo, contudo, não concordo com esse tipo de ingenuidade e besteirol, uma obsessão doentia. Suas falas não programadas têm efeitos indigestos. Será que alguém lá pertinho dele não vê o apelo de tantas pessoas equilibradas que estão pedindo essa trégua na falação desnorteada? Será que ele não lê essas críticas feitas por pessoas que querem o Melhor para ele e para o seu governo? E não chegam para que danos irreparáveis possam acontecer? Pois é, tudo que a oposição e imprensa querem esse tipo de presente para a exploração e desmonte do governo. É dá sopa para o azar. Ubaldina, em boa hora, resgata Jô Soares: "Cala boca, Batista!" Silêncio presidente... Mais trabalho e pouca conversa... Parabenizo o nosso Mestre pelo sóbrio comentário... vamos sempre nessa linha de ver a verdade e somente a verdade.”.
Assiste inteira razão ao mestre Xavier Fernandes, na sua louvável mensagem, porquanto as pessoas honradas e de bem não têm outra alternativa senão torcer para que o presidente do país deixe de tomar remédios estragados e volte imediatamente à normalidade, para entender, com urgência, que ele é o presidente da República, com agenda e ritual absolutamente delimitados aos cuidados das questões de alta relevância do Brasil, que seriam mais do que suficientes para que ele se voltasse para a resolução delas.
Qualquer outro assunto, por mais relevante que seja, não lhe diz respeito, ou seja, tudo aquilo que for estranho à incumbência do governo e do presidente da nação precisa ser descartado imediatamente, sob pena de ele continuar navegando fora do planeta Terra, totalmente fora de órbita, simplesmente imaginando que precisa dá opinião sobre algo de somenos importância, como vem acontecendo, totalmente distanciado dos objetivos nacionais.
O caso mais polêmico, por mexer com morte ocorrida no século passado, com vinculação ao regime militar, não tem qualquer reflexo no seu governo e refoge completamente da sua alçada.
Á toda evidência, esse fato só demonstra enorme falta de zelo presidencial, que precisa, com urgência, preservar a sua autoridade, evitando fornecer, elementos indesejáveis à oposição, que terminam sendo preciosos para os planos deles, que os utilizam na detonação da imagem dele e a de seu governo, que poderiam estar imunes às severas críticas se o presidente se mantivesse de boca fechada.
Nunca é exagero lembrar que, na Presidência da República, existe o setor incumbido das comunicações palacianas, que tem a incumbência legal para divulgar os atos do presidente, esclarecer fatos e distribuir as notas oficiais, sem necessidade de ninguém mais, nem o presidente, ficar falando à toa, dizendo algo fora da praxe oficial.
Convém que o presidente do país seja apenas eficiente no cumprimento das relevantes atribuições próprias do cargo de comandante do Brasil, o que se evitaria falações absurdas e desnecessárias, porque elas têm o condão de conspirar contra o próprio governo.
É preciso que as pessoas entendam que o presidente da República, estando no poder, não é mais pessoa comum, por força do exercício do principal cargo da nação, não podendo mais ficar discutindo com político, magistrado, repórter, artista, jogador de futebol, gente do povo etc., porque isso não faz parte da agenda de estadista, que tem a relevância da maior autoridade da República.
Espera-se que o presidente do país seja despertado dessa letargia profunda, de modo que ele perceba o quanto tem sido imprudente e extremamente descuidado em se conduzir em público, onde ele precisa se restringir ao máximo, no tocante às suas  declarações, cujas palavras precisam ser comedidas, exatamente para se evitar a criação de mais transtornos nada compatíveis com a liturgia do relevante cargo presidencial.
Prezado professor Xavier Fernandes, realmente é preciso que alguém da proximidade do nobre príncipe da República se digne a alertá-lo sempre e sem cessar, com esse jargão: “Cuidado com a boca, Capitão!”, além de ficar de puxão nas bordas do jaquetão presidencial, a exemplo do que fazia um discípulo de Agildo Ribeiro, que o alertava insistentemente, por meio de uma miserável campainha, sempre que ele se referia à Bruna Lombardi.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 5 de agosto de 2019

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