quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Criminoso uso da máquina pública

O titular do Ministério da Saúde participou ativamente da campanha do candidato a prefeito do seu partido, o PT, no Município de Mauá (SP), onde garantiu que, caso seu correligionário seja eleito, ele terá "prioridade" na captação de recursos na pasta que comanda. Falando ao público e após mencionar o nome da presidente da República, o ministro disse que eventual gestão petista encontrará abertas as portas no ministério e assegurou que "Pode garantir à população que em seu governo você poderá ampliar e reformar todas as unidades básicas de saúde que for necessário, e a construção de novas unidades. O governo federal tem esses recursos disponíveis e você terá prioridade para captá-los". Essa desavergonhada conduta já se tornou moda, ao se verificar que o secretário-geral da Presidência da República também prometeu, em ato de campanha petista, que o governo federal ajudará Franco da Rocha (SP) a quintuplicar seus investimentos, desde que o candidato petista se eleja prefeito da cidade. Ele disse que "se hoje o investimento que a cidade consegue fazer é de R$ 5 milhões ao ano, eu quero garantir que, com Kiko prefeito, com a nossa parceria, faremos nestes quatro anos um investimento de pelo menos R$ 100 milhões". Com a maior cara-de-pau, ele disse ainda que "Num tempo tão difícil, de tantos problemas. de tanta corrupção, a gente se alegra de encontrar uma pérola como essa", "Se Kiko for eleito prefeito de Franco da Rocha, a presidenta Dilma terá confiança de enviar para cá todos os recursos que nós precisamos para transformar efetivamente esta cidade" e "Não adianta a gente ter uma presidenta tão forte, tão eficiente como a Dilma, e ter gestores fracos, corrompidos". Mesmo diante de tanta hipocrisia e falta de caráter, o último ministro ainda disse, pasmem, que "honestidade e competência são requisitos para parcerias com o governo". Naturalmente, que esses casos de desonestidade, afronta aos princípios democráticos, abuso à consciência cívica e completa falta de ética e moral devem ser prática costumeira entre os demais ministros e autoridades do partido que comanda o país, porque seu jogo político se fundamenta na truculência contra os princípios da impessoalidade, igualdade, sinceridade, franqueza e pureza de procedimentos nas campanhas eleitorais. Os casos acima focalizados evidenciam com nitidez o inadmissível uso da máquina pública, de dinheiros dos contribuintes, em indecente beneficio das causas do Partido dos Trabalhadores para ascensão ao poder e se manter nele, porquanto para esse partido os fins justificam os meios. Trata-se de séria ameaça à democracia com a compra da consciência cívica do povo, tendo por moeda de troca o dinheiro público, em detrimento aos interesses dos demais municípios e brasileiros carentes que não recebem beneficio, por não serem comandados pelo partido da antiética, desonestidade e corrupção, conforme comprovam os aludidos fatos. Esses casos são típicos crimes modernos da compra de votos, em substituição às práticas antiquadas da promessa de próteses dentárias, óculos de grau etc. As evidenciadas anomalias, chantagens mesquinhas podem justificar o quadro deprimente da saúde pública do país, onde as pessoas morrem sem assistência nos corredores dos hospitais, porque a maioria dos municípios é dirigida por outros partidos, sem direito às benesses dos recursos garantidos pelo governo federal. Urge que a sociedade repudie os atos espúrios dessas autoridades públicas inescrupulosas e desonestas e que os órgãos de controle e fiscalização, em especial o Tribunal Regional Eleitoral e Ministério Público Eleitoral, exerçam a sua competência constitucional e legal, com a devida apuração e punição desses fatos delituosos, com vistas à moralização do sistema eleitoral e aperfeiçoamento da democracia brasileira. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 11 de setembro de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário