O titular do Ministério
da Saúde participou ativamente da campanha do candidato a prefeito do seu
partido, o PT, no Município de Mauá (SP), onde garantiu que, caso seu correligionário
seja eleito, ele terá "prioridade" na captação de recursos na pasta que
comanda. Falando ao público e após mencionar o nome da presidente da República,
o ministro disse que eventual gestão petista encontrará abertas as portas no
ministério e assegurou que "Pode
garantir à população que em seu governo você poderá ampliar e reformar todas as
unidades básicas de saúde que for necessário, e a construção de novas unidades.
O governo federal tem esses recursos disponíveis e você terá prioridade para
captá-los". Essa desavergonhada conduta já se tornou moda, ao se
verificar que o secretário-geral da Presidência da República também prometeu,
em ato de campanha petista, que o governo federal ajudará Franco da Rocha (SP)
a quintuplicar seus investimentos, desde que o candidato petista se eleja prefeito
da cidade. Ele disse que "se hoje o
investimento que a cidade consegue fazer é de R$ 5 milhões ao ano, eu quero
garantir que, com Kiko prefeito, com a nossa parceria, faremos nestes quatro
anos um investimento de pelo menos R$ 100 milhões". Com a maior
cara-de-pau, ele disse ainda que "Num
tempo tão difícil, de tantos problemas. de tanta corrupção, a gente se alegra
de encontrar uma pérola como essa", "Se Kiko for eleito prefeito de Franco da Rocha, a presidenta Dilma terá
confiança de enviar para cá todos os recursos que nós precisamos para transformar
efetivamente esta cidade" e "Não
adianta a gente ter uma presidenta tão forte, tão eficiente como a Dilma, e ter
gestores fracos, corrompidos". Mesmo diante de tanta hipocrisia e
falta de caráter, o último ministro ainda disse, pasmem, que "honestidade e competência são requisitos
para parcerias com o governo". Naturalmente, que esses casos de desonestidade,
afronta aos princípios democráticos, abuso à consciência cívica e completa
falta de ética e moral devem ser prática costumeira entre os demais ministros e
autoridades do partido que comanda o país, porque seu jogo político se
fundamenta na truculência contra os princípios da impessoalidade, igualdade, sinceridade,
franqueza e pureza de procedimentos nas campanhas eleitorais. Os casos acima focalizados
evidenciam com nitidez o inadmissível uso da máquina pública, de dinheiros dos
contribuintes, em indecente beneficio das causas do Partido dos Trabalhadores
para ascensão ao poder e se manter nele, porquanto para esse partido os fins
justificam os meios. Trata-se de séria ameaça à democracia com a compra da
consciência cívica do povo, tendo por moeda de troca o dinheiro público, em
detrimento aos interesses dos demais municípios e brasileiros carentes que não recebem
beneficio, por não serem comandados pelo partido da antiética, desonestidade e
corrupção, conforme comprovam os aludidos fatos. Esses casos são típicos crimes
modernos da compra de votos, em substituição às práticas antiquadas da promessa
de próteses dentárias, óculos de grau etc. As evidenciadas anomalias,
chantagens mesquinhas podem justificar o quadro deprimente da saúde pública do
país, onde as pessoas morrem sem assistência nos corredores dos hospitais, porque
a maioria dos municípios é dirigida por outros partidos, sem direito às
benesses dos recursos garantidos pelo governo federal. Urge que a sociedade
repudie os atos espúrios dessas autoridades públicas inescrupulosas e
desonestas e que os órgãos de controle e fiscalização, em especial o Tribunal
Regional Eleitoral e Ministério Público Eleitoral, exerçam a sua competência
constitucional e legal, com a devida apuração e punição desses fatos delituosos,
com vistas à moralização do sistema eleitoral e aperfeiçoamento da democracia
brasileira. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de setembro de 2012
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