sábado, 15 de setembro de 2012

País dos imprevidentes

A presidente da República, ao se valer da prerrogativa de convocar cadeia nacional de rádio e televisão, a propósito de saldar a nação pelo transcurso das comemorações do Dia da Independência, aproveita seu pronunciamento para anunciar a principal medida de redução de 16,2% na tarifa de energia elétrica dos consumidores residências e de até 28% para os consumidores industriais, com vigência a partir de 2013. Na ocasião, ela fez questão de atacar de forma deselegante as políticas de privatizações adotadas pelo governo tucano, em que pese o governo dela também ter aderido à mesma prática, de modo a possibilitar a retomada de importantes obras de infraestrutura indispensáveis ao crescimento econômico. A presidente ainda carregada de otimismo, disse que, "Ao contrário de outros países, o Brasil criou nos últimos anos um modelo de desenvolvimento inédito, baseado no crescimento com estabilidade, no equilíbrio fiscal e na distribuição de renda. (...) Nem mesmo a maior crise financeira da história conseguiu nos abalar fortemente". Nos últimos dias, a presidente vem se revelando verdadeira petista, mostrando o potencial da sua arrogância e a falta de diplomacia que exige a liturgia do cargo presidencial. Na sua administração, houve redução de IPI de alguns produtos industrializados, quando seria mais salutar para a economia nacional se houvesse redução dos tributos em geral, mediante racional reforma tributária, para os produtos, evitando beneficiar faixas empresariais, em detrimento de outros setores da economia. Enquanto isso, o Produto Interno Bruto decresce, ou seja, tem incrível crescimento negativo em relação ao governo anterior, em razão da falta de competitividade dos produtos nacionais. No seu governo, aconteceram fatos mais negativos do que positivos, como o surgimento em volúpia dos casos de corrupção nos órgãos públicos, que a presidente não nada fez, deixando que os corruptos se exonerassem espontaneamente dos cargos; foi permitida a continuidade do loteamento dos órgãos públicos entre a coalizão fisiológica; não houve a reposição das perdas salariais dos servidores públicos, tendo que suportar a maior greve da história do país; crescimento da inflação e custo de vida, apesar da redução da ainda alta taxa de juros; e tantas outras graves provas de deficiência gerencial da nação. Não se trata de discurso de mandatária da nação, mas sim de alguém inflamado, com conotação puramente partidária e finalidade de dar satisfação aos seus correligionários, objetivando a desforra resultante de rixas entre opositores que não interessa à nação conviver com as baixarias da política, em clara demonstração da falta de argumentos e de projetos de interesse do povo. Quanto ao anúncio da redução na conta de energia elétrica, não é por causa da bondade do governo, mas sim em razão de os brasileiros já terem sido obrigados a pagar, de forma indevida, bilhões de reais às empresas de energia elétrica, aliados aos tributos abusivos aplicados pelo governo. É bastante curioso o fato de a vigência dessa medida somente ocorrer a partir de 2013, ou seja, os bestas dos brasileiros são obrigados a tomar conhecimento, agora, no calor das campanhas eleitorais, de medidas que terão eficácia só no ano que vem, mas para o governo é muito importante chamar a atenção para a sua “magnanimidade”, antes que as notícias do mensalão e o péssimo desempenho do PIB destruam os planos petistas nestas eleições. As reiteradas manobras politiqueiras governamentais fazem suscitar a célebre frase do famoso Abraham Lincoln, que diz: "Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.". A sociedade precisa se conscientizar quanto às segundas intenções dos políticos mentirosos, incompetentes e defensores dos interesses pessoais ou partidários, em menosprezo às causas dos brasileiros. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de setembro de 2012

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