O governo federal abandona o programa de combate ao
tráfico usando aviões-robôs, denominado Veículo Aéreo Não Tripulado - Vant, cujos equipamentos, que custaram
a cifra de R$ 73 milhões, estão parados em hangar na fronteira do Brasil com o Bolívia.
Os referidos aviões são aqueles que a ainda candidata à presidente da República
alardeava como promessa de campanha que eles iriam fortalecer o combate ao
narcotráfico. Esses equipamentos teriam a finalidade de realizar missões rotineiras, mas
infelizmente nenhum voo oficial foi feito e o seu destino foi o recolhimento,
encaixotado, ao hangar do aeródromo onde fica a base de operação, aguardando a
chegada de outra aeronave já comprada a Israel, sem previsão para ser enviada
ao Brasil. Informa-se que brigas internas na Polícia Federal e o notório
descaso do Palácio do Planalto ameaçam de vez o insucesso desse importante
projeto de segurança na fronteira brasileira. A grande vantagem desse projeto é
a facilidade da sua operabilidade, que consiste no manuseio do aparelho por um
piloto em terra, comandado por computador, com possível autonomia de voo de 37
horas ininterruptas, à distância de até 4.000 quilômetros, com o envio de
imagens on-line para a base sobre as
atividades de narcotráfico nas fronteiras. A varredura promovida pelo avião
detecta com facilidade os esconderijos dos criminosos e monitora seus passos
com as drogas, possibilitando a sua prisão. Sabe-se que pouco mais de 50% da
cocaína que entra no Brasil passa tranquilamente pela fronteira boliviana e parte
significativa dessa pasta se transforma no crack, que aterroriza as cidades brasileiras.
Esse imbróglio demonstra, de forma cristalina, a incompetência do governo, que,
possuindo tecnologia de ponta ao seu alcance, como o aludido avião, deixa de
operá-la como arma eficiente para o combate ao narcotráfico, que, ao contrário,
vem se aperfeiçoando com novo esquema montado nas fronteiras, por meio da
terceirização de parte das etapas e do refino, comércio dos entorpecentes e
transporte, que, em muitos casos, como a cocaína e a pasta-base de coca,
matéria-prima do crack, está sendo feito mediante lançamentos de aviões em
fazendas no lado brasileiro. Enquanto isso, os brasileiros estão se viciando,
se drogando e adoecendo mais intensamente, além de contribuir para o alarmante
crescimento da violência e da criminalidade nas cidades, em razão da extrema
facilidade da entrada das drogas pelas fronteiras, com a complacência das
autoridades públicas, que, diante da sua omissão, a sociedade passa a conviver
com a indignidade e a irracionalidade humanas, quando, por força da competência
constitucional e legal, é dever do Estado combater, inclusive na origem, isto é,
também nas fronteiras, os narcotraficantes, responsáveis pelo caos
principalmente nas metrópoles. A sociedade rechaça com veemência a falta de
ação do governo, no que se refere à proteção das fronteiras brasileiras, e
exige que o programa Veículo Aéreo Não Tripulado seja ativado com urgência,
como forma de salvar vidas e propiciar tranquilidade à nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de setembro de 2012
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