sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Enxugamento dos partidos nanicos

O presidente nacional do PMDB declarou que o partido vai discutir, com maior intensificação logo após as eleições municipais, a fusão do referido partido com outras seis legendas, que preferiu não revelar seus nomes. Ele disse que "Nós estamos conversando. Neste momento de eleição, não seria interessante dizer os nomes. Após as eleições, nós vamos intensificar as conversas e a possibilidade de fusão é praticamente real. Nós estamos conversando com meia dúzia de partidos". Já se sabe que um dos partidos que participam dessas tratativas é o Democratas. Esse entendimento surgiu com a constatação de que há real "desconforto" político pela existência de várias legendas, como forma clara da "pulverização de partidos", que já são contabilizados, na atualidade, 30 legendas em condição de disputar as eleições, sendo considerado número excessivamente anormal para as pretensões de uma democracia consistente e digna do país em franco desenvolvimento como o Brasil. Com a possibilidade de complicar ainda mais esse quadro, acredita-se que as igrejas estão se organizando para a criação de novos partidos, acrescentando, em 2014, mais seis ou mais legendas, contribuindo para transformar o sistema político-eleitoral numa autêntica torre de babel, em que pese a democracia permitir tantos quantos partidos forem organizados e registrados legalmente. Não há a menor dúvida de que a vergonhosa enxurrada de partidos pequenos, sem qualquer expressão representativa da sociedade, tem servido para tumultuar a complexa política partidária. A experiência já demonstrou que essas legendas são verdadeiras aglutinadoras de políticos, na sua expressiva maioria, despreparados, inescrupulosos, sem a mínima qualificação para o desempenho da missão estabelecida no ideário estatutário dos respectivos partidos, que, às vezes, são criados visando à habilitação, à moda do jeitinho brasileiro, aos recursos oriundos do Fundo de Participação Partidária, mantido pelos otários dos contribuintes. Normalmente, os pequenos partidos preferem funcionar como legendas de aluguel, em apoio aos partidos mais estruturados, recebendo, em contrapartida, pagamentos e propinas, sem qualquer respaldo estatutário, com flagrante infringência aos ditames constitucionais e legais. Na verdade, a diminuição das legendas, principalmente com a fusão de partidos nanicos, tem a importância precípua de fortalecer, aprimorar, modernizar e moralizar o funcionamento da politica partidária, contribuindo também para ressaltar os princípios democráticos, base de sustentação de uma nação evoluída e consciente sobre a necessidade do enxugamento de mais da metade dos partidos sem qualquer aspiração senão contribuir para o enfraquecimento e a confusão do sistema político brasileiro. Nas circunstâncias, a sociedade, por ter significativa responsabilidade na constituição dos partidos, não pode se envolver nem apoiar o lançamento de legendas nanicas, inúteis e inexpressivas, como forma de contribuir para o desenvolvimento político-partidário da nação. Acorda, Brasil!   
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de setembro de 2012

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