O presidente nacional do PMDB declarou que o
partido vai discutir, com maior intensificação logo após as eleições
municipais, a fusão do referido partido com outras seis legendas, que preferiu não
revelar seus nomes. Ele disse que "Nós
estamos conversando. Neste momento de eleição, não seria interessante dizer os
nomes. Após as eleições, nós vamos intensificar as conversas e a possibilidade
de fusão é praticamente real. Nós estamos conversando com meia dúzia de
partidos". Já se sabe que um dos partidos que participam dessas
tratativas é o Democratas. Esse entendimento surgiu com a constatação de que há
real "desconforto" político pela existência de várias legendas, como
forma clara da "pulverização de partidos", que já são contabilizados,
na atualidade, 30 legendas em condição de disputar as eleições, sendo
considerado número excessivamente anormal para as pretensões de uma democracia
consistente e digna do país em franco desenvolvimento como o Brasil. Com a
possibilidade de complicar ainda mais esse quadro, acredita-se que as igrejas
estão se organizando para a criação de novos partidos, acrescentando, em 2014, mais
seis ou mais legendas, contribuindo para transformar o sistema
político-eleitoral numa autêntica torre de babel, em que pese a democracia
permitir tantos quantos partidos forem organizados e registrados legalmente.
Não há a menor dúvida de que a vergonhosa enxurrada de partidos pequenos, sem
qualquer expressão representativa da sociedade, tem servido para tumultuar a
complexa política partidária. A experiência já demonstrou que essas legendas
são verdadeiras aglutinadoras de políticos, na sua expressiva maioria,
despreparados, inescrupulosos, sem a mínima qualificação para o desempenho da
missão estabelecida no ideário estatutário dos respectivos partidos, que, às
vezes, são criados visando à habilitação, à moda do jeitinho brasileiro, aos
recursos oriundos do Fundo de Participação Partidária, mantido pelos otários
dos contribuintes. Normalmente, os pequenos partidos preferem funcionar como
legendas de aluguel, em apoio aos partidos mais estruturados, recebendo, em
contrapartida, pagamentos e propinas, sem qualquer respaldo estatutário, com flagrante
infringência aos ditames constitucionais e legais. Na verdade, a diminuição das
legendas, principalmente com a fusão de partidos nanicos, tem a importância
precípua de fortalecer, aprimorar, modernizar e moralizar o funcionamento da
politica partidária, contribuindo também para ressaltar os princípios
democráticos, base de sustentação de uma nação evoluída e consciente sobre a necessidade
do enxugamento de mais da metade dos partidos sem qualquer aspiração senão
contribuir para o enfraquecimento e a confusão do sistema político brasileiro. Nas
circunstâncias, a sociedade, por ter significativa responsabilidade na
constituição dos partidos, não pode se envolver nem apoiar o lançamento de legendas
nanicas, inúteis e inexpressivas, como forma de contribuir para o
desenvolvimento político-partidário da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de setembro de 2012
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