quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Pura demagogia

A presidente da República, na linha demagógica inerente ao petismo, aproveitou o momento de comemoração de Sete de Setembro, para anunciar, em pronunciamento nacional em rádio e televisão, novas medidas econômicas, exaltar decisões tomadas no seu governo e criticar a gestão do ex-presidente tucano. Em que pesem oito trimestres consecutivos de crescimento medíocre da economia, ela adotou um tom ufanista para, na véspera do Dia da Independência, fazer análise bastante otimista do cenário econômico nacional, ao afirmar que o Brasil enfrenta uma "redução temporária no índice de crescimento" e está, na verdade, diante de "novo e decisivo" salto na economia e a "nova arrancada" será alcançada com o aumento da competitividade, a redução de custos de produção e de preços, a melhora da infraestrutura e da educação, entre outras medidas. Ela também disse que em médio e longo prazos, o Brasil será "um dos países com melhor infraestrutura, com melhor tecnologia industrial, melhor eficiência produtiva e menor custo de produção". Todo esse devaneio acontece a um mês das eleições municipais e num momento em que o seu partido enfrenta desgaste devido ao julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ela também aproveitou o ensejo para se justificar sobre as recentes privatizações de ferrovias, ao chamá-las eufemisticamente de concessões, já que, na sua campanha eleitoral, ela condenou com veemência as privatizações que agora é obrigada a realizar. Ela disse que "Nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado para garantir qualidade, acabar com monopólios e assegurar o mais baixo custo de frete.", ao contrário do que foi feito no governo tucano, que achou "antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias (...) torrou patrimônio público para pagar dívida, e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência". Na estrutura atual, o pronunciamento da mandatária é rebuscado de fatos irreais e inatingíveis, desassociado da realidade brasileira e foge totalmente dos padrões apropriados para as comemorações do Dia da Independência, por mencionar assuntos distanciados da verdade, ao garantir que o país terá melhores infraestrutura, tecnologia industrial e eficiência produtiva e menor custo de produção, quando, na realidade, os fatos dizem o contrário, confirmados pela falência do poder de competitividade da produtividade do país, diante do altíssimo custo Brasil, consistente na exacerbada carga tributária, na mão de obra desqualificada, nos juros altos, no parque industrial sucateado, no sistema de transporte – rodoviário, ferroviário e fluvial – precário ou ultrapassado, no alto preço da energia elétrica, na burocracia oficial sufocante e entre tantas deficiências que impedem completamente o progresso da nação, justamente porque o governo enxerga a economia nacional de forma distorcida da realidade, quando deveria descer do pedestal da ignorância e da prepotência e verificar que a situação do Brasil real precisa ser vista sob o prisma da verdade e entender que o poder de reação econômica, em termos de revitalização da produtividade, não será tão fácil como apregoado pela presidente, porque as sérias e poderosas dificuldades somente serão enfrentadas com reformas estruturais abrangentes, com a eliminação dos gargalos, que somente será possível com coragem e competência, medida improvável nesse governo. A sociedade, saturada com as demagogias fundadas em fins meramente eleitoreiros, espera que os governantes tenham a dignidade de promover as reformas fundamentais que o país tanto precisa, como forma de contribuir para o almejado desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de setembro de 2012

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