A presidente da República, na linha demagógica inerente
ao petismo, aproveitou o momento de comemoração de Sete de Setembro, para
anunciar, em pronunciamento nacional em rádio e televisão, novas medidas
econômicas, exaltar decisões tomadas no seu governo e criticar a gestão do
ex-presidente tucano. Em que pesem oito trimestres consecutivos de crescimento medíocre
da economia, ela adotou um tom ufanista para, na véspera do Dia da
Independência, fazer análise bastante otimista do cenário econômico nacional, ao
afirmar que o Brasil enfrenta uma "redução
temporária no índice de crescimento" e está, na verdade, diante de
"novo e decisivo" salto na
economia e a "nova arrancada"
será alcançada com o aumento da competitividade, a redução de custos de produção
e de preços, a melhora da infraestrutura e da educação, entre outras medidas.
Ela também disse que em médio e longo prazos, o Brasil será "um dos países com melhor infraestrutura, com
melhor tecnologia industrial, melhor eficiência produtiva e menor custo de
produção". Todo esse devaneio acontece a um mês das eleições
municipais e num momento em que o seu partido enfrenta desgaste devido ao
julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ela também aproveitou o
ensejo para se justificar sobre as recentes privatizações de ferrovias, ao
chamá-las eufemisticamente de concessões, já que, na sua campanha eleitoral, ela
condenou com veemência as privatizações que agora é obrigada a realizar. Ela
disse que "Nosso sistema de
concessão vai reforçar o poder regulador do Estado para garantir qualidade,
acabar com monopólios e assegurar o mais baixo custo de frete.", ao
contrário do que foi feito no governo tucano, que achou "antigo e questionável modelo de privatização
de ferrovias (...) torrou patrimônio público para pagar dívida, e ainda
terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência".
Na estrutura atual, o pronunciamento da mandatária é rebuscado de fatos irreais
e inatingíveis, desassociado da realidade brasileira e foge totalmente dos
padrões apropriados para as comemorações do Dia da Independência, por mencionar
assuntos distanciados da verdade, ao garantir que o país terá melhores
infraestrutura, tecnologia industrial e eficiência produtiva e menor custo de
produção, quando, na realidade, os fatos dizem o contrário, confirmados pela
falência do poder de competitividade da produtividade do país, diante do
altíssimo custo Brasil, consistente na exacerbada carga tributária, na mão de
obra desqualificada, nos juros altos, no parque industrial sucateado, no sistema
de transporte – rodoviário, ferroviário e fluvial – precário ou ultrapassado,
no alto preço da energia elétrica, na burocracia oficial sufocante e entre tantas
deficiências que impedem completamente o progresso da nação, justamente porque
o governo enxerga a economia nacional de forma distorcida da realidade, quando
deveria descer do pedestal da ignorância e da prepotência e verificar que a
situação do Brasil real precisa ser vista sob o prisma da verdade e entender
que o poder de reação econômica, em termos de revitalização da produtividade, não
será tão fácil como apregoado pela presidente, porque as sérias e poderosas dificuldades
somente serão enfrentadas com reformas estruturais abrangentes, com a
eliminação dos gargalos, que somente será possível com coragem e competência,
medida improvável nesse governo. A sociedade, saturada com as demagogias
fundadas em fins meramente eleitoreiros, espera que os governantes tenham a
dignidade de promover as reformas fundamentais que o país tanto precisa, como
forma de contribuir para o almejado desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de setembro de 2012
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