Conforme reportagem divulgada no
jornal “O Globo”, o presidente nacional do PT classificou de "golpe"
a condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, do deputado federal do seu partido
pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. Ele disse que
foi “Um golpe grande que faz parte de uma
ação daqueles que foram derrotados nas urnas três vezes seguidas..., mas
insistem em querer nos derrubar e nos destruir", "Essa elite suja, reacionária, não tolera que
um operário tenha mudado um país, que uma mulher dê continuidade a esse projeto.
Quando são derrotados nas urnas, lançam mão de instrumentos de que ainda
dispõem, desde a mídia conservadora, passando pelo Judiciário, para tentar nos
derrotar" e "Não mexam com o PT, porque quando o PT é provocado ele
cresce, reage". O homem ficou revoltado, além de ameaçar, somente
porque o deputado do seu partido foi punido por embolsar, sem justificativa, a
cifra de R$ 50 mil em troca da facilidade da celebração de contrato de R$ 10
milhões com uma agência de publicidade. A atitude desse cidadão caracteriza
cristalina afronta à respeitável decisão da Suprema Corte de Justiça, que, de
forma justa, julgou e condenou um autêntico corrupto, com base em robustas e
inquestionáveis provas e na mais perfeita materialização de atos criminosos,
cuja sentença somente não foi unânime porque dois ministros indiscutivelmente
ligados ao PT não enxergaram irregularidades no recebimento de dinheiro sujo. A
Corte Excelsa apenas fez uso do desiderato do princípio constitucional da
igualdade, da isonomia, na lição do disposto do art. 5º, que diz: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros... a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade,...",
ou seja, a lei penal que trata dos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e
corrupção passiva deve ser aplicada igualmente àqueles que se tornarem incursos
nesses delitos, não importando o nível social ou o cargo que ocupem. Aliás, o Supremo apenas
ratificou a máxima da igualdade defendida pelo célebre Aristóteles, que
consiste em "tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na
medida em que eles se desigualam". Ainda bem que a posição do STF
difere do entendimento da cúpula do PT, segundo a qual quem faz uso indevido de
dinheiro público deve ter tratamento privilegiado, salvo se não for seu filiado. Em síntese, quem costuma dar golpe
mesmo é o PT, que não cumpriu as promessas à nação, deixando de combater a
corrupção, a impunidade, a violência, o tráfego de drogas, a austeridade com
recursos públicos, a eficiência na administração pública, as deficiências
assistências do Estado, cujas mazelas se alastram de Norte a Sul do país e
contribuem para a precariedade das condições de vida do provo. A propósito, o senador Pedro Simon
do PMDB disse que: "Ainda me lembro
do discurso da primeira posse de Lula. Eu acreditei, e as promessas dele me
levaram às lágrimas. Mas ficou tudo nas palavras.". A sociedade aspira
por que os homens públicos sejam justos e responsáveis nas suas ponderações,
evitando emitir avaliações precipitadas sobre atos e fatos que envolvam
interesses pessoais e partidários, para que o cinismo e a hipocrisia sejam
extirpados da prática cotidiana da política brasileira. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de setembro de 2012
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