quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Forbes: verdade ou farsa?

Vira e volta, circula pela web notícia de que a conceituada revista Forbes teria indicado que o ex-presidente petista possui fortuna pessoal estimada em mais de R$ 2 bilhões de dólares e que ele estaria incluído entre os cidadãos brasileiros mais ricos do país. Esse enriquecimento, se verdadeiro, suscita questionamento quanto à sua origem, porquanto, em 2001, por ocasião do registro junto ao Superior Tribunal Eleitoral da sua candidatura ao cargo de presidente da República, o seu patrimônio era de cerca de R$ 400 mil, enquanto quatro anos mais tarde, quando do registro da sua candidatura para o segundo mandato, a sua fortuna tinha sido de aproximadamente R$ 800 mil. A estranheza gira em torno do que seria considerado astronômico crescimento patrimonial de R$ 800 mil para R$ 4 bilhões, em tão somente sete anos, o que representa multiplicar esse valor por 5.000.000. Custa acreditar que uma pessoa consiga aumentar tanto o seu patrimônio, ganhando tão modestamente, porquanto ele apenas teria desempenhado o cargo de presidente da República, em apenas quatro anos, após o primeiro mandato, com salário, à época, de mais ou menos R$ 12 mil, acrescido de outros três anos vivendo com proventos de aposentadorias e da remuneração do cargo de assessor do PT. Por se tratar de homem público, seria do seu dever esclarecer a veracidade dessa notícia bombástica, que deixa perplexo o povo brasileiro, por não entender como um mero metalúrgico, quase analfabeto, oriundo de berço humilde, consiga ficar bilionário em tempo recorde, como se fosse num passe de mágica. Com absoluta certeza, a explicação para enriquecimento tão alarmante não encontraria plausibilidade nos ganhos provenientes dos vencimentos do cargo de presidente da República, que, em todo período, não atingiria R$ 1 milhão. No final do seu governo, o seu patrimônio poderia chegar, no máximo, à cifra de R$ 1,4 milhão, que representa século de distância dos R$ 4 bilhões. Tudo leva a crer que se trata de grosseira falsificação de dados da citada revista, incluindo a sua capa e as informações internas. Compete ao acusado mostrar a verdade sobre os fatos questionados, porém, como é próprio do ex-presidente, que nada sabe nem ver, ele prefere se calar acerca desse affaire, porque o silêncio pode ser a maneira mais apropriada e cômoda para a sua defesa, que não despertariam as inevitáveis consequências legais, as devidas apurações do caso e possível desgaste perante a opinião pública, em se tratando de envolvimento de bastante dinheiro. O fato se torna ainda mais emblemático diante dos questionamentos que não querem se calar sobre o súbito e vertiginoso enriquecimento com recursos públicos de um dos seus filhos, que tem sido obrigado a se explicar acerca do seu patrimônio. Resta se indagar qual a atitude dos órgãos de fiscalização nesse caso, principalmente do Ministério Público e da Polícia Federal, que deveriam e devem tomar as providências da sua alçada sobre as chamativas notícias de possível enriquecimento ilícito de quem foi, por duas vezes, presidente da República? A sociedade tem interesse em conhecer a verdade sobre os fatos em apreço, em virtude de envolver pessoa pública de notória influência junto à opinião pública. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 18 de setembro de 2012

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