Vira e volta, circula pela web notícia de que a conceituada revista
Forbes teria indicado que o ex-presidente petista possui fortuna pessoal
estimada em mais de R$ 2 bilhões de dólares e que ele estaria incluído entre os
cidadãos brasileiros mais ricos do país. Esse enriquecimento, se verdadeiro,
suscita questionamento quanto à sua origem, porquanto, em 2001, por ocasião do
registro junto ao Superior Tribunal Eleitoral da sua candidatura ao cargo de
presidente da República, o seu patrimônio era de cerca de R$ 400 mil, enquanto
quatro anos mais tarde, quando do registro da sua candidatura para o segundo
mandato, a sua fortuna tinha sido de aproximadamente R$ 800 mil. A estranheza
gira em torno do que seria considerado astronômico crescimento patrimonial de
R$ 800 mil para R$ 4 bilhões, em tão somente sete anos, o que representa multiplicar
esse valor por 5.000.000. Custa acreditar que uma pessoa consiga aumentar tanto
o seu patrimônio, ganhando tão modestamente, porquanto ele apenas teria
desempenhado o cargo de presidente da República, em apenas quatro anos, após o
primeiro mandato, com salário, à época, de mais ou menos R$ 12 mil, acrescido
de outros três anos vivendo com proventos de aposentadorias e da remuneração do
cargo de assessor do PT. Por se tratar de homem público, seria do seu dever
esclarecer a veracidade dessa notícia bombástica, que deixa perplexo o povo
brasileiro, por não entender como um mero metalúrgico, quase analfabeto,
oriundo de berço humilde, consiga ficar bilionário em tempo recorde, como se
fosse num passe de mágica. Com absoluta certeza, a explicação para
enriquecimento tão alarmante não encontraria plausibilidade nos ganhos
provenientes dos vencimentos do cargo de presidente da República, que, em todo
período, não atingiria R$ 1 milhão. No final do seu governo, o seu patrimônio
poderia chegar, no máximo, à cifra de R$ 1,4 milhão, que representa século de
distância dos R$ 4 bilhões. Tudo leva a crer que se trata de grosseira
falsificação de dados da citada revista, incluindo a sua capa e as informações
internas. Compete ao acusado mostrar a verdade sobre os fatos questionados,
porém, como é próprio do ex-presidente, que nada sabe nem ver, ele prefere se
calar acerca desse affaire, porque o
silêncio pode ser a maneira mais apropriada e cômoda para a sua defesa, que não
despertariam as inevitáveis consequências legais, as devidas apurações do caso
e possível desgaste perante a opinião pública, em se tratando de envolvimento de
bastante dinheiro. O fato se torna ainda mais emblemático diante dos
questionamentos que não querem se calar sobre o súbito e vertiginoso
enriquecimento com recursos públicos de um dos seus filhos, que tem sido
obrigado a se explicar acerca do seu patrimônio. Resta se indagar qual a atitude dos órgãos de
fiscalização nesse caso, principalmente do Ministério Público e da Polícia
Federal, que deveriam e devem tomar as providências da sua alçada sobre as chamativas
notícias de possível enriquecimento ilícito de quem foi, por duas vezes, presidente
da República? A sociedade tem interesse em conhecer a verdade sobre os fatos em
apreço, em virtude de envolver pessoa pública de notória influência junto à opinião
pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de setembro de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário