Em artigo divulgado nos jornais "O Globo" e “O Estado de S. Paulo”, o ex-presidente da República tucano afirma
que “É pesada como chumbo a herança desse
estilo bombástico de governar que esconde males morais e prejuízos materiais
sensíveis para o futuro da Nação”. Na análise sobre o legado deixado pelo o
petista e sobre a atuação da presidente frente à presidência, o sociólogo
chamou de “crise moral” a demissão de
oito ministros e disse que o mensalão “é
outra dor de cabeça” deixada pelo ex-presidente. Em nota, a presidente afirma
que foi citada de “modo incorreto” pelo
tucano e diz que recebeu do seu antecessor uma “herança bendita” e que “Não recebi um país sob intervenção do FMI ou
sob ameaça de apagão”, “Recebi uma
economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos
consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes”, “Recebi um
país mais justo e menos desigual,...”, “Recebi um Brasil mais respeitado lá
fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional.
Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o
beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.”. Em princípio, não é de bom tom que
ex-presidente fique dando graciosas opiniões sobre seus sucessores, embora no
Estado Democrático de Direito todo cidadão tem pleno direito de se manifestar
sobre quaisquer fatos da vida real, inclusive, como no caso, apontar o
desgoverno do seu sucessor, cujas críticas não foram bem digeridas pela atual
presidente, que expediu nota cheia de inverdades, a título de refutação. No
caso da crise moral, consistente nos escândalos do mensalão e da demissão de oito
ministros, por corrupção no seu governo, ela sequer a tangenciou em termos de contestação,
mas alegou que recebeu um país sem dívida externa, deixando de mencionar que, a
inteligência do ex-presidente petista resolveu dispensar o FMI - para
não ser fiscalizado sobre as maracutaias no seu governo -, para quem pagava 1%
de juros sobre a dívida externa, e, para pagar aquele fundo, foi preciso pegar
dinheiro emprestado aos bancos no Brasil, no custo de 11% de juros, resultando
na dívida interna e externa atual, que chega ao impagável montante de 2
trilhões de reais, contra os R$ 850 bilhões do final do governo tucano. A
realidade sobre a economia sólida proveio do governo do tucano, que aprovou e implantou
o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tiveram votos contrários do
PT. Desde quando o Brasil é mais respeitado no exterior, quando o seu
antecessor primou por apoio diplomático a países comandados por ditadores que
não respeitam os princípios democráticos e os direitos humanos? O exemplo de
estadista também não corresponde à realidade, porque as mazelas que solapam o
país contestam essa afirmativa, como a crescente onda de violência, a falta de
segurança, a deficiência no atendimento médico-hospitalar, a precariedade da
qualidade do ensino público, a falta de conservação das estradas, a carência de
infraestrutura, a péssima qualidade de vida dos brasileiros, cujo Índice de Desenvolvimento
Humano é um dos piores do mundo, o loteamento dos órgãos públicos entre aliados
fisiologistas, a complacência com a corrupção e a impunidade, entre outras
gestões que não condizem com um estadista. Esses claros desdouros de gerenciamento
tiveram origem no governo do petista, que pouco investiu nas áreas essenciais,
preferindo turbinar os programas de assistência às diversas bolsas sociais, que
rendem bons frutos nas urnas. A sociedade anseia por que os governantes sejam
justos e honestos; tenham coragem também de reconhecer e assumir suas
fragilidades, seus erros e fracassos, porque eles e os acertos são visíveis
diante da sociedade; não omitam a realidade dos fatos para proteger interesses
pessoais e partidários; e aceitem com naturalidade as críticas justas e
sinceras, aproveitando-as para aprimorar, aperfeiçoar e modernizar as ações do
Estado, em benefício do povo brasileiro. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de setembro de 2012
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