Segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto
Datanálisis, se a eleição fosse agora, o atual presidente da Venezuela obteria
49,4% dos votos contra 39% do seu principal opositor. Essa pesquisa também
evidencia que 11,6% continuam indecisos. De acordo com o resultado da pesquisa,
o candidato de oposição teve significativo crescimento na campanha, chegando a reduzir
a diferença para o presidente de 20,4 para 10,4 pontos percentuais entre maio e
setembro. A esperança do opositor é que até o dia da eleição, a realizar-se em
7 de outubro vindouro, o crescimento da sua aceitação seja constante, porque
tem sido o único candidato que conseguiu conquistar simpatia popular, em que
pesem o indecente e desavergonhado uso da máquina pública, com maciço aparato
governamental, em prol do presidente e as seguidas interrupções dos programas de televisão do opositor, para
inserção de imagem do presidente, como prova do jogo sujo e da desigualdade de
tratamento entre os candidatos, em flagrante desrespeito aos princípios
democráticos de isonomia que devem primar em pleitos eleitorais. Além disso, a distribuição
de benesses governamentais, a exemplo do programa Bolsa Família brasileiro, tem
se intensificado durante a campanha, como forma de potencializar a imagem de
homem generoso do presidente, tal qual prática colocada à disposição do povo no
país tupiniquim. Do mesmo modo como ocorre aqui, o povo venezuelano ainda não
percebeu que esse ardil procedimento tem por finalidade manter o curral
eleitoral e a indignidade da nação, como forma discreta da compra da consciência
do seu povo com recursos públicos, com o exclusivo propósito da conquista do
poder e de se manter nele, não importando os meios para serem atingidos os fins
almejados. Até parece que o pensador imaginaria que o aforismo segundo o qual todo povo tem o governo que merece se encaixasse tanto na atualidade. Na
Venezuela, como no Brasil, o assistencialismo social tem sido arma poderosa
para eleger quem patrocina sistemas mantidos exclusivamente com fins
eleitoreiros, contribuindo para a vadiagem e o comodismo, em prejuízo da
produtividade e do pleno emprego. Se não houvesse o programa Bolsa Caridade
naquele país, será se o atual presidente estaria tão bem cotado para se
reeleger? Provavelmente, não. Essa espécie de ajuda social contribui para
aumentar a população despreocupada com a melhoria das suas condições de vida e
com a verdadeira situação de subdesenvolvimento do país, facilitando a
conquista do poder por pessoas inescrupulosas e interessadas unicamente na
satisfação dos seus caprichos e das suas vontades pessoais, como se verifica na
Venezuela, que dá mostra de empobrecimento e de subdesenvolvimento, nos últimos
tempos. A sociedade tem que conscientizar de que o exemplo do Brasil e do país
vizinho, quanto à incompetência gerencial do patrimônio público deve servir
para o urgente posicionamento sobre a necessidade de mudança de dirigentes com
visão de modernidade e de vanguarda, como forma de propiciar o progresso que o
povo tanto aspira. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de setembro de 2012
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