quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eleições venezuelanas

Segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto Datanálisis, se a eleição fosse agora, o atual presidente da Venezuela obteria 49,4% dos votos contra 39% do seu principal opositor. Essa pesquisa também evidencia que 11,6% continuam indecisos. De acordo com o resultado da pesquisa, o candidato de oposição teve significativo crescimento na campanha, chegando a reduzir a diferença para o presidente de 20,4 para 10,4 pontos percentuais entre maio e setembro. A esperança do opositor é que até o dia da eleição, a realizar-se em 7 de outubro vindouro, o crescimento da sua aceitação seja constante, porque tem sido o único candidato que conseguiu conquistar simpatia popular, em que pesem o indecente e desavergonhado uso da máquina pública, com maciço aparato governamental, em prol do presidente e as seguidas interrupções  dos programas de televisão do opositor, para inserção de imagem do presidente, como prova do jogo sujo e da desigualdade de tratamento entre os candidatos, em flagrante desrespeito aos princípios democráticos de isonomia que devem primar em pleitos eleitorais. Além disso, a distribuição de benesses governamentais, a exemplo do programa Bolsa Família brasileiro, tem se intensificado durante a campanha, como forma de potencializar a imagem de homem generoso do presidente, tal qual prática colocada à disposição do povo no país tupiniquim. Do mesmo modo como ocorre aqui, o povo venezuelano ainda não percebeu que esse ardil procedimento tem por finalidade manter o curral eleitoral e a indignidade da nação, como forma discreta da compra da consciência do seu povo com recursos públicos, com o exclusivo propósito da conquista do poder e de se manter nele, não importando os meios para serem atingidos os fins almejados. Até parece que o pensador imaginaria que o aforismo segundo o qual todo povo tem o governo que merece se encaixasse tanto na atualidade. Na Venezuela, como no Brasil, o assistencialismo social tem sido arma poderosa para eleger quem patrocina sistemas mantidos exclusivamente com fins eleitoreiros, contribuindo para a vadiagem e o comodismo, em prejuízo da produtividade e do pleno emprego. Se não houvesse o programa Bolsa Caridade naquele país, será se o atual presidente estaria tão bem cotado para se reeleger? Provavelmente, não. Essa espécie de ajuda social contribui para aumentar a população despreocupada com a melhoria das suas condições de vida e com a verdadeira situação de subdesenvolvimento do país, facilitando a conquista do poder por pessoas inescrupulosas e interessadas unicamente na satisfação dos seus caprichos e das suas vontades pessoais, como se verifica na Venezuela, que dá mostra de empobrecimento e de subdesenvolvimento, nos últimos tempos. A sociedade tem que conscientizar de que o exemplo do Brasil e do país vizinho, quanto à incompetência gerencial do patrimônio público deve servir para o urgente posicionamento sobre a necessidade de mudança de dirigentes com visão de modernidade e de vanguarda, como forma de propiciar o progresso que o povo tanto aspira. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de setembro de 2012

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