sábado, 22 de setembro de 2012

Falta de criatividade

A campanha do candidato do Partido dos Trabalhadores à Prefeitura de São Paulo vem utilizando a inserção, na TV, de propaganda eleitoral que associa o voto no candidato tucano ao ex-presidente também tucano e ao atual prefeito de São Paulo, aproveitando para mencionar que, se eleito, ele pode "abandonar o cargo", por ter sido eleito prefeito de São Paulo em 2004 e deixado o cargo em 2006, para disputar o governo do Estado. O vídeo petista utiliza o mesmo formato da propaganda do PSDB que liga o candidato petista aos réus do mensalão e ao deputado corrupto ex-governador de São Paulo. A inserção comercial da campanha petista inicia com a pergunta "Sabe o que acontece quando você vota no PSDB?" e conclui com os dizeres "você vota, ele volta". Trata-se de clichê surrado, mas sempre utilizado nas campanhas eleitorais petistas para desviar a atenção do eleitorado sobre as questões de interesse e importância da sociedade, principalmente quanto ao programa da possível gestão, caso ele seja eleito. A título de exemplo, na campanha eleitoral para presidente da República, o mote principal girava em torno das privatizações, que aparecia nas entrevistas, nos debates, nos programas de rádio e televisão, nos..., sempre preenchendo o importante espaço dedicado ao programa de governo, que nunca foi mostrado à sociedade, porque ele jamais existiu, como comprova o atual governo brasileiro, que assumiu o cargo presidencial há quase dois anos e não consegue sequer administrar a decantada herança maldita do seu antecessor. Como não houve debate de programa de governo, a sua gestão é ruim; é pífio o crescimento do país; é péssima a capacidade gerencial dos ministros; não há programas de reformas estruturais; a violência cresce dia a dia, a educação... a saúde..., ou seja, a nação vem sendo administrada de forma ineficiente e sem perspectiva de melhoras, ante à falta de programas econômicos capazes de modificar o mero instinto governamental de aprovar pacotes localizados, sempre ao sabor de setores com sofrível desempenho, em sinal de que inexiste programa governamental consistente de combate à crise. No caso em foco, o candidato ao cargo de prefeito do PSDB de São Paulo acusa o candidato do PT sobre a existência do mensalão e este imediatamente responde que o tucano tem costume de deixar o cargo para se candidatar para outro, numa repetição cansativa e infrutífera de acusações entre eles e isso deve ocorrer até o termino da campanha. Enquanto eles brincam de pega-pega, sem dizer nada do que realmente precisa ser realizado em benefício do povo e para a melhoria da cidade, seu adversário que lidera o pleito eleitoral vai à luta e fatura os votos das pessoas inteligentes, que não suportam mais tanta imaturidade e bestialidade, em discussão de abobrinhas. Considerando que os referidos candidatos já exerceram cargos relevantes na República, essa forma de programa eleitoral mostra com clareza o nível de cultura deles, deixando transparecer a perda de enorme oportunidade para fazer suas campanhas de modo proveitoso para o povo paulistano, tendo por meta cada qual apresentar seu programa de gestão à frente da Prefeitura. Assiste razão à sociedade em rejeitar candidatos que querem convencer o eleitorado com o uso de acusação das falhas do seu adversário, deixando passar em brancas nuvens seu programa de governo. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 21 de setembro de 2012

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