Segundo pesquisa realizada pelo CNI/Ibope,
divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, a
avaliação positiva do atual governo atingiu o maior índice desde o início da sua
gestão, tendo subido de 59% para 62% o percentual dos entrevistados considerando-o
"ótimo" ou "bom". Na mesma pesquisa, a aprovação sobre a
maneira de a presidente governar permaneceu em 77%, mas houve queda de 16
pontos percentuais entre os entrevistados com renda familiar superior a 10
salários mínimos neste quesito. A pesquisa também revela que a popularidade da
presidente também caiu entre as pessoas com renda familiar de até um salário
mínimo, decrescendo de 82% para 75%. As regiões de maiores índices de aprovação
da presidente são Sul e Nordeste, respectivamente com 82% e 81%. No Sudeste, a sua
aprovação é de 73%. Não deixa de ser interessante e até risível se observar que
a pesquisa teve abrangência entre tão somente 2002 pessoas, em 143 municípios,
compreendendo a média de 14 pessoas por município. Os idealizadores e
divulgadores dessa pesquisa deveriam se envergonhar ao afirmar que os
brasileiros aprovam o desempenho da presidente e do governo, como se a
insignificantíssima parcela representada na pesquisa, entre aproximadamente 195
milhões de brasileiros, fosse capaz de possibilitar conclusão tão afirmativa e
definitiva sobre matéria de suma importância para os destinos da nação. Fica a impressão
de que faltam seriedade e espírito profissional para se chegar a entendimento
tão simplista, principalmente pela cristalina carência de elementos suficientes
para fundamentar e dar consistência a tais resultados. Em outras palavras, as
pesquisas se mostram tendenciosas e enganosas, porque elas refletem fatos
absolutamente irreais, servindo para iludir e inflar ainda mais o ego da
presidente, que é levada a se convencer de que seu governo galopa ao sabor da
satisfação de pessoas pouco conhecedoras da realidade do país. Os gatos
pintados entrevistados demonstraram desconhecer o pífio crescimento do PIB; o
vertiginoso crescimento da violência; a má qualidade do ensino público; a falência
do atendimento à saúde; o deficiente sistema de transportes, incluídas as
estradas; a exorbitância dos tributos; o aumento da inflação; a inoperância da
maquina pública a serviço dos partidos aliados; o Brasil ranqueado em 1º lugar
no consumo do crack; a corrupção descontrolada no governo; e uma série
interminável de desgoverno, que poderia influenciar na pesquisa, contribuindo
para justa e realista avaliação sobre as misérias da gestão do país, para que a
mandatária se despertasse para essa verdade e tivesse a dignidade de trabalhar
com intensidade no combate às enormes precariedades existentes no seu governo.
Aliás, essa forma de avaliação ilusória e maquiavélica é duplamente prejudicial
ao país e à presidente, porque ela acredita que é boa gestora, a par de satisfazer
os “2002 brasileiros”, mas possibilita que o Brasil continue atolado no
subdesenvolvimento socioeconômico, quando poderia deslanchar se fosse
administrado com competência, tendo em conta a visão realista dos problemas e a
priorização de políticas públicas destinadas ao seu saneamento. Urge que a
sociedade deixe de ser tratada de forma leviana e que as importantes pesquisas
sejam realizadas com a devida seriedade, em benefício da transparência e das causas
do país, evitando a manipulação de resultados para satisfação de interesses
escusos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de setembro de 2012
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