domingo, 23 de setembro de 2012

Êta homem bom!

Com a finalidade desesperada de defender o ex-presidente da República das acusações atribuídas ao operador do mensalão de que ele seria o chefe do esquema da compra de votos, um senador petista, além de acusar o PSDB, por ter sido o pioneiro nessa espécie de malandragem, e de atribuir à “elite intolerante e preconceituosa” e à mídia a tentativa de golpe para destruir a imagem do ex-presidente, sentencia que “Lula é uma pessoa generosa e merece todo respeito”. Não há a menor dúvida de que o ex-presidente, pelo seu legado como mandatário do país, vai ser sempre lembrado pela sua indiscutível e inabalável “generosidade”, porquanto a sua benevolência não será esquecida jamais, principalmente por ter sido da sua cruenta iniciativa o agigantamento da máquina pública, aumentando os ministérios para 38 e loteando-os entre a coalizão de partidos ávidos para preencher os cargos com seus filiados e apaniguados políticos, normalmente sem competência ou qualificação profissional para desempenhá-los senão em função dos interesses pessoais ou partidários, sem nenhum compromisso com as causas do país. A generosidade do ex-presidente permitiu incrementar o sistema de especialização da corrupção no seu governo, a exemplo do horripilante mensalão e tantos outros casos de irregularidades com o uso do dinheiro dos cidadãos. A bondade do ex-presidente, como tinha o grave defeito de nada ver, mesmo que o fato irregular ocorresse dentro da sede presidencial, foi conivente com a impunidade dos corruptos. A magnanimidade do ex-presidente turbinou o programa Bolsa Família, instituindo a distribuição assistencialismo com recursos públicos sem que os beneficiários sejam obrigados a se qualificarem profissionalmente por determinado período e terem condição de arranjar emprego, para contribuir para a produção do país, ao invés de ficarem à disposição da vadiagem. O ex-presidente foi tão generoso ao prometer reformas essenciais ao desenvolvimento do país, mas ficou apenas na promessa. O ex-presidente teve a máxima generosidade com os governos ditadores, a ponto de fechar os olhos para a ocupação da Petrobras pelo governo boliviano. A generosidade do ex-mandatário do país sobressai no terrível aumento da criminalidade, da bandidagem, do tráfego de drogas, por falta de políticas eficientes de repressão e combate aos focos de maior incidência dos crimes. A generosidade do ex-presidente esteve bastante ativa na saúde, com os hospitais sempre lotados de doentes e carentes de condições satisfatórias de atendimento. Enfim, a generosidade do ex-presidente é patente e presente na precariedade do gerenciamento do resto da administração pública, com uma herança que certamente não vai deixar a mínima saudade, principalmente para aqueles que não se beneficiaram das desonestidades, mentiras, corrupções, leviandades e demais incompetências de um governo organizado com a exclusiva deliberação de se perpetuar no poder à custa dos recursos públicos, em detrimento dos interesses da nação. A sociedade entende que generosidade é sinônimo de altruísmo, magnanimidade, benevolência, grandiosidade, mas no sentido construtivo e positivo em benefício de causas justas e edificantes. Acorda, Brasil! 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de setembro de 2012

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