Com a finalidade desesperada de defender o
ex-presidente da República das acusações atribuídas ao operador do mensalão de
que ele seria o chefe do esquema da compra de votos, um senador petista, além
de acusar o PSDB, por ter sido o pioneiro nessa espécie de malandragem, e de atribuir
à “elite intolerante e preconceituosa”
e à mídia a tentativa de golpe para destruir a imagem do ex-presidente, sentencia
que “Lula é uma pessoa generosa e merece
todo respeito”. Não há a menor dúvida de que o ex-presidente, pelo seu
legado como mandatário do país, vai ser sempre lembrado pela sua indiscutível e
inabalável “generosidade”, porquanto a sua benevolência não será esquecida
jamais, principalmente por ter sido da sua cruenta iniciativa o agigantamento da
máquina pública, aumentando os ministérios para 38 e loteando-os entre a
coalizão de partidos ávidos para preencher os cargos com seus filiados e
apaniguados políticos, normalmente sem competência ou qualificação profissional
para desempenhá-los senão em função dos interesses pessoais ou partidários, sem
nenhum compromisso com as causas do país. A generosidade do ex-presidente
permitiu incrementar o sistema de especialização da corrupção no seu governo, a
exemplo do horripilante mensalão e tantos outros casos de irregularidades com o
uso do dinheiro dos cidadãos. A bondade do ex-presidente, como tinha o grave
defeito de nada ver, mesmo que o fato irregular ocorresse dentro da sede
presidencial, foi conivente com a impunidade dos corruptos. A magnanimidade do
ex-presidente turbinou o programa Bolsa Família, instituindo a distribuição
assistencialismo com recursos públicos sem que os beneficiários sejam obrigados
a se qualificarem profissionalmente por determinado período e terem condição de
arranjar emprego, para contribuir para a produção do país, ao invés de ficarem
à disposição da vadiagem. O ex-presidente foi tão generoso ao prometer reformas
essenciais ao desenvolvimento do país, mas ficou apenas na promessa. O
ex-presidente teve a máxima generosidade com os governos ditadores, a ponto de
fechar os olhos para a ocupação da Petrobras pelo governo boliviano. A
generosidade do ex-mandatário do país sobressai no terrível aumento da
criminalidade, da bandidagem, do tráfego de drogas, por falta de políticas eficientes
de repressão e combate aos focos de maior incidência dos crimes. A generosidade
do ex-presidente esteve bastante ativa na saúde, com os hospitais sempre
lotados de doentes e carentes de condições satisfatórias de atendimento. Enfim,
a generosidade do ex-presidente é patente e presente na precariedade do
gerenciamento do resto da administração pública, com uma herança que certamente
não vai deixar a mínima saudade, principalmente para aqueles que não se
beneficiaram das desonestidades, mentiras, corrupções, leviandades e demais
incompetências de um governo organizado com a exclusiva deliberação de se
perpetuar no poder à custa dos recursos públicos, em detrimento dos interesses
da nação. A sociedade entende que generosidade é sinônimo de altruísmo,
magnanimidade, benevolência, grandiosidade, mas no sentido construtivo e
positivo em benefício de causas justas e edificantes. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de setembro de 2012
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